Está é a última semana para assistir a filmes franceses no Festival Varilux Em Casa e eu vim te ajudar recomendando 12 filmes franceses recentes que estão disponível no festival ou em outras plataformas de streaming (na data de publicação deste texto).
Ah, lembrando que o Festival Varilux Em Casa é totalmente gratuito, basta você acessar o site Para mergulhar na seleção especialmente pensada para todos os gostos e todas as idades do Festival Varilux Em Casa, basta acessar o link: www.festivalvariluxemcasa.com.
Além das indicações abaixo, você encontra aqui no blog textos sobre outros ótimos filmes disponíveis no Festival Varilux Em Casa: Primeiro Ano, Normandia Nua, Cyrano Mon Amour, Luta de Classes, Um Amor Impossível, Quem me Ama Me Segue e Marvin.
Ah, as notas vão de 1 a 5 croissants!
Meu Bebê! – Disponível: TelecinePlay e Festival Varilux Em Casa – Avaliação 3 1/2 croissants
Um filme de alma feminina: dirigido por Lisa Azuelos, o filme acompanha a despedida de Jade (Thaïs Alessandrin) e sua mão Héloïse (Sandrine Kiberlain) agora que a adolescente anuncia seguir para o Canadá para completar seus estudos. Ainda que apoie a decisão da filha, Héloïse passa pela chamada “síndrome do ninho vazio”, já que Jade é sua caçula. Enquanto Jade se despede das coisas que marcaram sua infância, incluindo amores, Héloïse relembra o passado, as pequenas conquistas e até mesmo os defeitos que parecem menos ruins. O tom é melancólico, mas de uma forma boa.
O Mistério de Henri Pick – Disponível: Festival Varilux Em Casa – Avaliação 5 croissants de chocolate
A grande surpresa do Festival para mim foi essa comédia com um grande mistério em seu enredo: teria o pizzaiolo Henri Pick de uma pequena cidade da Bretanha escrito um único livro maravilhoso descoberto por acaso em uma livraria que só guarda manuscritos rejeitados? Quem questiona o mais novo sucesso editorial da França é Jean-Michel Rouche (Fabrice Luchini), crítico literário inconformado com as incoerências entre a vida de Henri e o que ele teria colocado em suas páginas. Após perder seu programa literário na TV ao afrontar a viúva de Henri e Daphné Despero (Alice Isaaz), uma ambiciosa editora que diz ter sido quem achou o tal romance apenas por acaso, ele resolve seguir para Crozon, a tal pequena cidade, e descobrir a verdade sozinho. Divertido, leve, intrigante, com roteiro delicioso e uma dupla principal cheia de química, um filme que você não pode deixar de ver.
Roteiro do diretor Rémi Bezançon e Vanessa Portal, baseado em um romance de David Foenkinos. Ah, tem cenas pós créditos.
As Primeiras Férias Não Se Esquecem Jamais – Disponível: Festival Varilux Em Casa – Avaliação 3 croissants
Casais improváveis são o centro de várias comédias, filmes e séries, e isso acontece também aqui neste filme francês de 2019. Ben (Jonathan Cohen) é o cara certinho que não toma decisões impetuosas. Marion (Camille Chamoux) vive uma vida alternativa e sem compromissos. Quando um e outro acabam se esbarrando por causa de um aplicativo de encontros, resolvem passar as férias juntos apenas para contrariarem amigos e familiares que garantem conhecê-los muito bem. Uma comédia que foge bastante do que se espera quando falamos de comédias franceses: nada é sútil, tudo é escancarado e o humor é sempre do tipo pastelão. Uma boa opção para quem acha o humor francês sutil demais.
Lulu Nua e Crua – Disponível: Festival Varilux em casa – Avaliação 4 croissants
Sempre é tempo para recomeçar. Esta é a premissa de vários filmes da atualidade e Lulu Nua e Crua é a versão francesa dessa história: Lulu é casada, tem dois filhos e parece infeliz. Um dia ela sai de casa para fazer uma entrevista de trabalho, que não dá certo, e esse parece o estopim para que ela decida não voltar para sua vida. Ainda que desconheçamos o que levou Lulu a simplesmente não voltar para casa e seguir sem destino, é fácil se conectar com a personagem (vivida maravilhosamente por Karin Viard). Ao longo de sua viagem sem destino certo ela encontrará com personagens pitorescos e muito simbólicos que vão ajudá-la a encontrar o seu próprio caminho.
Intocáveis – Disponível: Telecineplay – Avaliação 5 croissants
Esse filme de 2011 já se tornou um clássico e ganhou até mesmo versão americana (que não chega aos pés do original). Claro que um dos maiores trunfos do filme reside na dupla principal, formada por François Cluzet e Omar Sy (um um ator conhecido, o outro o novo queridinho do cinema francês), mas o sucesso do filme é decorrente de um daqueles encontros mágicos em que roteiro, direção, atuação e cenário encaixam de forma perfeita. No filme Philippe (François Cluzet) é um aristocrata rico que, após sofrer um grave acidente, fica tetraplégico. Precisando de um assistente, ele decide contratar Driss (Omar Sy), um jovem problemático que não tem a menor experiência em cuidar de pessoas no seu estado. Se ao longo do relacionamento as trapalhadas de Driss e a intransigência de Philippe causam coinflitos e risadas, a amizade que nasce entre os dois não poderia nos parecer mais natural.
Um Amor a Altura (TelecinePlay) – Disponível: Telecineplay e Globoplay – Avaliação 4 croissants
Eu, eu sei, o nome não ajuda e nem mesmo a sinopse: a advogada Diane (Virginie Efira) perde seu telefone celular, mas logo recebe a ligação do desconhecido que encontrou o aparelho e ele é um charme. O único problema é que, quando finalmente se conhecem, ela descobre que Alexandre (Jean Dujardin) tem apenas 1,36m. Dividida entre a atração que sente por ele e a vergonha de apresentá-lo aos outros, Diane não sabe o que fazer. Mas eu garanto: Um Amor a Altura é delicioso! Dujardin é um charme mesmo em miniatura, o roteiro é leve e divertido.
Na Cama com Victoria – Disponível: Telecineplay – Avaliação 3 croissants
Mais um filme com Virginie Efira, que tem colecionado bons papéis nestes últimos 5 anos. Aqui ela é uma advogada que, em meio a um complicado processo de divórcio, acaba aceitando defender no tribunal um amigo acusado de tentativa de assassinato pela namorada e a única testemunha é o cachorro da vítima. Ainda que não seja tão bom quanto o filme a cima, é um ótimo passatempo.
Mudança Na Firma (TelecinePlay) – Disponível: Telecineplay – Avaliação 5 croissants
Fred Bartel tem a ideia perfeita para sua empresa de publicidade economizar: colocar seu endereço em um bairro em que terá isenção de impostos e encargos na teoria e continuar trabalhando no centro de Paris. Pego pela receita lhe resta duas opções: realmente mudar para La Courneve e a dívida de dois milhões de euros será esquecida ou pagar o que deve. Sem escolha, ele carrega seus funcionários para o terreno desconhecido e acaba ganhando uma vida nova. Comecei a assistir sem expectativa nenhuma e acabei encantada. Ah, tem cenas pós créditos.
Un Plus Une – Disponível: Netflix – Avaliação 3 1/2 croissants
Mais um filme com Jean DuJardin: charmoso e bem sucedido, Antoine (Jean Dujardin) é um compositor de trilhas de filmes de muito sucesso, solteiro convicto ele se vê apaixonado por uma jovem pianista quando o convite de um diretor o leva para a Índia. Lá ele conhece Anna (Elsa Zylberstein), esposa do embaixador francês, que tem uma alma totalmente diferente da dela. Anna enxerga beleza nas coisas mais simples e é apaixonada pelo país em que vive. Os dois acabam juntos em uma improvável viagem a nascente do rio Ganges. Ainda que tenha um roteiro irregular, Un Plus Une tem um charme inegável e Anna tem uma alegria de viver contagiante.
Eu Não Sou Um Homem Fácil – Disponível: Netflix – Avaliação 3 croissants
A produção original da Netflix fez bastante barulho quando foi lançada por trazer uma premissa no mínimo diferente: Damien, um machista que não acredita ser machista, acorda em um mundo totalmente invertido. As mulheres são o sexo forte e os homens o sexo frágil. E repetem-se cenas tão conhecidas de qualquer mulher, mas invertidas: eles cuidam da casa e vêem seu trabalho minimizado, os padrões de beleza masculinos são impossíveis de serem alcançados e são constantemente aterrorizados de sofrerem assédio sexual. As situações exageradas causaram polêmica na época do lançamento, mas o maior mérito é o filme causar reflexão em quem considera mimimi quando falamos do machismo estrutural.
Um Banho de Vida – Disponível: Netflix Avaliação 5 croissants de chocolate!!!!!
Em 1997 os britânicos levaram para a tela a crise econômica pelo que o país passava colocando um bando de desempregados montando um show de striptease para ganhar dinheiro. O filme ganhou o nome de Ou Tudo Ou Nada e se tornou um clássico. Li algumas críticas que ligam Um Banho de Vida com a obra inglesa e elas realmente tem coisas em comum: aqui também temos um grupo de homens acima dos 40, infelizes com suas vidas, com pouca grana e bem longe de serem bonitões. Aqui também o que guia nosso encantamento é a amizade entre os diferentes personagens. E os dois também compartilham do inusitado: se lá eles resolvem fazer striptease, aqui eles montam um grupo de nado sincronizado masculino e até se inscrevem no campeonato mundial. Pouco a pouco estamos apegados aos personagens e vibrando a cada virada que eles vão conseguindo dar em suas vidas. O final não é crível, mas e daí se a sensação final é de coração quentinho?
Eu Perdi O Albert – Disponível: Telecineplay – Avaliação 4 croissants
Recém chegado ao serviço de streaming que tem uma cinelist só de filmes franceses (que já teve mais opções, né, Telecine?), esta comédia leve tem uma diferente premissa: Chloé é uma médium que conversa com Albert Einstein. Seu sucesso é tão grande que ela presta consultoria ao governo e é procurada por todo tipo de pessoas dispostas a pagar caro por seus conselhos. Até que um dia ela dá uma trombada em um garçom no aeroporto e sua vida vira de cabeça para baixo. Conversando com o físico desde os 12 anos de idade, Chlóe vai ter de descobrir quem realmente é quando decide tudo sozinha.