Bon Bini a Hopi Hari – Sério?

Para quem não conhece, o Hopi Hari é um parque de diversões no interior de São Paulo, na região de Vinhedo que seria a de menor incidência de chuvas no estado, tentando seguir o modelo dos parques internacionais: áreas temáticas, onde brinquedos diversos estão espalhados e cujas filas quilométricas desafiam a paciência de qualquer um.

A última vez que tinha ido ao parque eu ainda era solteira e ainda não havia tomado coragem de levar a Carol, afinal, ela não consegue entrar na maior parte dos brinquedos realmente interessantes devido a altura e o investimento não é nada baixo (não existe meia entrada ou cobrança individualizada por brinquedo): um ingresso custa R$ 54 na porta ou R$ 49,90 comprado antecipadamente em algum ponto de venda. Ou seja, nós três gastaríamos mais de R$ 150 só em ingressos, ainda tem a gasolina, são 70 km de São Paulo, o estacionamento com o valor absurdo a R$ 20, os pedágios e os lanches.

Para um empreendimento que não conseguiu obter resultados positivos em seu balanço eu poderia sugerir a idéia de vender meia entrada, lanches mais baratos, promoções, não cobrar estacionamento etc.

Mas encaramos a viagem, já que a Nestlé me deu dois ingressos para o último sábado. Sendo assim, acabamos por pagar apenas um. O lanche? Bem, mochila de mãe serve para essas coisas e foi a minha melhor decisão levar um lanche caprichado de casa, com direito a belisquetes e doces, já que uma garrafa de refrigerante de 500ml não saia por menos de R$ 5,00 e um lanche pequeno com batata e bebida custava absurdos R$ 19. Ah, e as filas nas lanchonetes são tão absurdas, ou mais, que nos brinquedos.

Os problemas foram vários – estão no final do post, mas o passeio valeu a pena pela Carol, que aproveitou os brinquedos da área infantil, aonde as filas são bem menores, e que não liga para os problemas de gente grande.

Apesar da Carol querer ir na “montanha russa grandona”, ela aproveitou a montanha russa pequena Bili Bili na área do oeste selvagem, riu muito de eu saindo toda molhada do Rio Bravo, e adorou o fato de não ter fila no minúsculo elevador Dispenkito, o Giralata , o Bugabalum e o  dGiranda Pokoto do parque infantil, o que permitiu que ela repetisse várias vezes a brincadeira.

O Kastel Di Lendas me deu uma saudade absurda da Montanha Encantada do Playcenter, muito mais bonita e mágica, mas a Carol, que não conheceu a outra, até gostou e quis ir uma segunda vez.

A roda gigante deixou todo mundo decepcionado: a primeira volta é um para e anda para embarque nos carrinhos e depois você dá somente mais uma volta sem parada.

O único brinquedo de “gente grande” que pudemos ir foi no Simulakron, onde você senta em um banco que se mexe a medida em que um filme em 3D passa numa tela enorme. Da outra vez que fomos ao parque a história era de dinossauros, muito legal, dessa vez era uma mina abandonada. Carol não viu graça nenhuma… A gente também não gostou da história – a do dinossauro era bem melhor.

O passeio valeu porque foi delicioso passar o dia todo brincando com a minha filha, que viu um monte de coisa nova, só que, com tanta coisa legal e gratuita para se fazer em São Paulo, só mesmo ganhando convites para encarar de novo. E nem precisa se restringir as gratuitas: no Parque da Água Branca, com seu mini parque de diversões, a Carol aproveita tanto quanto por lá, e é mais perto, menos cheio, mais agradável.

E nem tudo é alegria mesmo…

Tivemos que comprar um terceiro ingresso para o parque e como sou cliente Mais do Pão de Açúcar este foi o ponto de venda que escolhi. Comprando o ingresso lá tivemos direito a 04 Hopi Pass. Esse passaporte permite que você entre nos brinquedos disputados sem ter de encarar a fila.

Ele também pode ser comprado no parque, ao preço de R$ 15,00 cada ou em preços diferenciados conforme quantidade.

O que podia ser uma sacada boa acabou sendo decepcionante: primeiro uma fila de uma hora e meia para pegarmos nossos Hopi Pass, já que no Pão de Açúcar você apenas recebe um vale que precisa ser trocado no mesmo local onde as pessoas compram no parque e pegando a mesma fila.
Depois foi o fato de termos de aceitar quatro Hopi Pass para quatro brinquedos diferentes, ou seja, fomos obrigados a pegar Hopi Pass para brinquedos que nem poderíamos ir por causa da Carol e, se quiséssemos mesmo ficar sem pegar fila teríamos de comprar mais dois Hopi Pass para o Simulakron, único brinquedo em que a Carol poderia entrar.

Informações sobre isso não podem ser obtidas em lugar nenhum, somente chegando ao guichê de atendimento após enfrentar a fila. E não entendo porque não poderia fazer minha troca por Hopi Pass para um mesmo brinquedo. Eles acham mesmo que isso faz com que as pessoas comprem mais Hopi Pass? Por favor, o mundo não é habitado por trouxas em grande quantidade.

Depois de uma hora e meia na fila do Hopi Pass acabamos encarando a fila do Simulakron, pouco mais de 30 minutos, e jogamos os passaportes fora ao chegarmos em casa.

Para nós não fez diferença, mas para famílias sem crianças ou grupos, o fato de descobrir que brinquedos interessantes, como a Tirolesa e o Sky Coast, são pagos a parte deve ser revoltante.

Ah, e os banheiros. Mesmo ao 12h00, uma hora depois da abertura do Parque, eles já se encontravam imundos e ninguém da limpeza foi visto pelo parque ao longo do dia.

Numa boa, eu não recomendaria o passeio pago para nenhuma família da qual eu goste muito.