Chicago Med: Cold Front (2×14)

Meu inconformismo com o fato de médicos falarem com aquela mãe lhe dizendo para escolher qual criança receberia o sangue, sendo que eles já sabiam o que fariam, é tão grande que eu nem sei o que dizer sobre todo o resto do episódio.

Eu pausei o que via (assistia no UniversalPlay) e fiquei uns minutos tentando absorver o impossível. Não funcionou muito bem e eu ainda fui obrigada a ver o pai saindo da cirurgia para culpá-la por algo que ela nem fez.

E essa foi apenas uma das amostras de estupidez que a equipe do hospital deu no episódio, não é mesmo?

Já nós, formados pela escola ER de medicina podemos dizer que:

  • na eminência de um atendimento de emergência, você sai analisando todos os recursos que vai necessitar, como bandagens, remédios e, vejam vocês, sangue;
  • assim, se perceber que faltam recursos você poderá pedir aos bombeiros e paramédicos que direcionem pacientes para outros hospitais, solicitar prioridade na reposição deles ou até mesmo organizar a tal doação de sangue coletiva antes da coisa ficar ruim;
  • ainda, no caso de verificar que o que faltará será o sangue do tipo O, aquele que é usado antes que o teste de tipagem possa ser feito, você prioriza que os médicos que tem este tipo de sangue possam doar e, principalmente, você vai priorizar os testes de tipagem para que o mínimo deste sangue seja usado sem real necessidade;
  • na falta de equipamentos de ventilação suficientes o que você faz? você pede que enfermeiros e auxiliares menos treinados, e mais baratos que um médico que tem MUITA experiência em atendimento de emergência, usem os ventiladores manuais, você não sacrifica um paciente por isso ou deixa o tal médico horas em pé fazendo-o sozinho;
  • finalmente, mas com certeza não menos importante, você não vai até a mãe de um paciente e tia de outro lhe dizer que não tem sangue para os dois e que ela tem que escolher quem deve receber o sangue. Ah, e você vai falar com ela sem um psiquiatra ou psicólogo para amortizar o impacto ou acolhê-la.

No final das contas só consegui achar duas coisas no episódio para gostar: o quanto Rhodes ficou devastado por tudo que acontecia (a ponto de invejar Latham) e o doutor Charles dando uma lição ao paciente que se achava mais importante que todo o resto. No momento da tal ligação eu achei que Charles ia acabar voltando a beber ou algo do tipo, mas ele apenas ficou chateado, compreensivelmente, e até fiquei surpresa quando Sarah o encontra vivo.

Mas, na verdade, eu só fico torcendo para não termos uma segunda dose dessas…

 

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

1 comentário


  1. Não vi o episódio, mas adorei sua aula de como proceder numa emergência, sabedoria aprendida no E.R.

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