Eu penso, muitas vezes, em como os roteiristas de Boston Legal, em especial David Kelley, conseguem tirar certos casos que aparecem no seriado. Sério, gente, ou nada sério: um homem é acusado de assassinato e a principal prova é o fato de uma ressonância magnética demonstrar que ele era racista só pode ser brincadeira. O mais assustador é que não é…
Quem vai defendê-lo? Não, não Alan, apesar de o caso ser a cara dele, mas Whitney e Katie, a nova dupla pela justiça e liberdade. Tá, exagerei. E, a verdade, é que o caso sobrou para as duas porque Alan Shore teve que, mais uma vez, ir em defesa de Denny Crane no tribunal. Ainda por causa da funcionária gordinha que ele demitiu.
A cena inicial, com Lorraine Weller tascando um beijo em Alan Shore de maneira a demonstrar como um beijo deve ser (com o conseqüente desfalecimento de Jerry) já fez valer o episódio, e olha que eu nem gosto de Lorraine.
E espero que essa história dela com Alan chegue ao fim. A única graça disso foi Alan jurando que sua língua até muda de cor por causa dela. Acho que talvez ela seja femme fatale demais para Alan Shore e sua barriguinha.
Alan sempre perfeito quando o assunto é defesa: ele resolve não gostar da advogada de acusação no caso de Denny, Emma Path, e, por isso, resolve ir com tudo para o caso. Só a frase inicial que ele fala para ela: “Senhora… Eu tenho certeza de que você tem um nome, mas eu não estou nada interessado. Eu imediatamente não gostei de você e eu tenho certeza de que você consegue isso sempre. Eu estava preparado para ser generoso, agora não estou mais. Você cometeu um erro estratégico ao me deixar fulo da vida.”
Preciso dizer que ele ganhou no tribunal? E que seu encerramento foi primoroso? Imaginei.
Mas o principal julgamento da noite é o defendido por Whitney e Katie. Eu fico impressionada que isso seja realmente possível, que a pessoa seja previamente culpada apenas porque sente algo, porque acredita em algo. Independentemente do que uma pessoa pensa, a questão é o que ela faz, e ele não foi um assassino.
Carl Sack continua procurando o que fazer em Boston, e acaba dando de cara com Clarence Bell vestido de mulher e brigando com um homem em pleno estacionamento de mercado. E não é qualquer briga, mas daquelas em que Clarence até levanta a saia. Quase perdendo o emprego, e percebendo a grandeza do que fez, Clarence resolve tentar no tribunal a retirada do vídeo da internet e tem sucesso. E que ótima a histórica do capacete vermelho do juiz!
Jerry está enfrentando suas primeiras dificuldades amorosas, ao ter um relacionamento com alguém real, e pode acabar pendendo alguém que realmente gosta dele por causa disso. E, realmente, abraços devem ser bem mais difíceis que beijos no caso deles dois.
