Os fãs da neta da atriz brasileira Maria Gladys podem dormir tranquilos. Consolidando sua carreira no terror, Mia Goth brilha novamente na franquia que colocou seu nome de vez no coração do público. Estamos falando de MaXXXine, lançamento da semana e aguardada sequência de X – A Marca da Morte (2022) e Pearl (2022), onde Goth reprisa seu já icônico papel como Maxine.
“Icônico” é mesmo a palavra aqui. Brincando com elementos do desejo pela fama, a terceira parte da saga traz uma trama que se passa na Hollywood dos anos 1980. Nesse cenário, a estrela de filmes adultos Maxine Minx (Mia Goth) finalmente parece ter conquistado a chance de fazer sua estreia triunfal nas telonas em um filme “sério”. No entanto, um assassino misterioso começa a perseguir justamente jovens estrelas de Hollywood, ameaçando os planos de Maxine e deixando uma trilha de sangue que ameaça revelar seu passado sinistro.
Ti West, diretor e roteirista da franquia, sabe dosar muito bem entre entregar o que o fã quer ver e a história que ele quer contar. É o que vemos novamente aqui, em um longa com várias “piscadinhas” para a audiência, servindo o que ela gosta e espera. Mas que também não se perde em puro fan service, evoluindo na trama geral da saga e trabalhando com esmero uma aura dos anos 80 que colabora para construir um filme que se sustenta para além do hype.
Falar de aura é importante aqui, aliás. Lapidado em cada detalhe, MaXXXine é impecável ao retratar a estética dos anos 80, com seus excessos e seu glamour. Beira à caricatura, mas mesmo esse exagero faz sentido no caldeirão de elementos que West combina para dar vida à sua trama.
Nadando de braçada em uma produção onde as referências se cruzam a serviço da história da protagonista, Mia Goth brilha com facilidade, em mais uma interpretação viceral e inesquecível. Destaque também para Kevin Bacon e Giancarlo Esposito, dois grandes nomes que aqui flertam com a canastrice e levam a melhor.
Dando tudo o que o fã quer e construindo seu caminho no terror a socos e facadas, MaXXXine prova que as produções cinematográficas calcadas no clamor das redes socias vieram para ficar. O que pode ser assustador, mas aqui funciona. Ainda bem.
