Amityville – O Despertar (Ou a maldição da história sem fim)

Você já conhece esta história, certo? Sim,  é isso mesmo: aquela história de terror sobre uma família que se muda para uma casa isolada na qual aconteceram coisas sinistras no seu passado. E sim, depois que essa família chega, coisas estranhas começam a acontecer novamente.

Como diz aquela música, recordar é viver, então vamos lá (Segurem o fôlego):

Tudo começou em 1979 com o filme Terror em Amityville que, por sua vez, foi baseado no livro homônimo de Jay Anson (lançado em 1977) que, por sua vez, se baseou na história real de uma família (George e Kathy Lutz com seus três filhos) que se mudou em dezembro de 1975 para a casa localizada à Rua Ocean Drive, nº 112, em Amityville, New York, onde em 1974, por volta de 3h30 da manhã, Ronald DeFeo Jr. matou a tiros de carabina seu pai Ronald DeFeo, sua mãe Louise e seus irmãos Dawn, Allison, Mark e John-Matthew enquanto dormiam.

Macabro, não?

Na época do crime, Ronald DeFeo Jr. tinha 20 anos e não se sabe até hoje se ele teve ou não ajuda, pois todos os seus depoimentos foram inconsistentes e, em alguns deles, ele afirmava ter ouvido vozes dizendo para que ele cometesse os crimes.

Além do livro, essa história tétrica deu origem a uma porção de filmes. Querem a lista? 

  • Terror em Amityville (1979);
  • Amityville II – A Possessão (1982);
  • Amitivylle III – O Demônio (1983);
  • Amityville IV – A Fuga do Mal (1989);
  • Amityville V – Maldição (1990);
  • Amityville VI – Uma Questão de Hora (1992);
  • Amityville VII – Uma Nova Geração (1993);
  • Amityville VIII – A Casa Maldita (1996);
  • Horror em Amityville (2005, Refilmagem do filme de 1979);
  • The Amityville Hauting (2011);
  • The Amityville Asylum (2014);
  • Amityville Death House (2015);
  • The Amityville Theater (2015);
  • Amityville – No Escape (2016);
  • Amityville Exorcism (2017) e, finalmente,
  • Amityville – O Despertar (2017).

Provavelmente deve ser a casa assombrada com mais filmes em toda história do cinema. O que nos leva a pergunta: Será que a verdadeira maldição de Amityville é nunca mais deixarem de fazer filmes sobre Amityville? Mas isto fica para outro post.

OK, alguns filmes da lista acima não fazem parte da, digamos, “franquia oficial da série”, e se valem do nome apenas como caça niqueis, mas convenhamos que fica difícil inovar a esta altura, vocês não concordam?

Pois é, mas o roteiro tem pontos positivos sim.

O longa acerta em cheio ao brincar com seu passado, misturando ficção e realidade. Você poderá ver personagens falando dos fatos reais ocorridos na casa, do livro escrito sobre o assunto e sobre os filmes feitos anteriormente. E isto ajuda no sentido de que não é preciso conhecer a história anterior para entender este novo filme, tudo que você precisa saber para acompanhar a nova história é apresentado e explicado natural e adequadamente.

O filme também trás todos os clichês do gênero: A protagonista (Belle, interpretada por Bella Thorne) é uma garota bonita que não sabe do passado sombrio da casa. A sua irmã mais nova é Julliet (vivida por Mckenna Grace) uma criança inocente e adorável. Joan (Jennifer Jason Leigh) é a mãe com alguns “probleminhas” emocionais. E o irmão de Belle é James (Cameron Monaghan) que vive em estado vegetativo por conta de um acidente no passado.

O clima de suspense é construído à medida que Belle vai descobrindo o passado da casa ao mesmo tempo em que James começa a apresentar uma recuperação milagrosa e estes fatos a fazem questionar se a mãe realmente lhe contou todos os motivos a respeito da mudança.

A edição sonora funciona bem e os efeitos especiais são simples, porém eficientes. Você vai levar sustos, sim!

Então onde está o problema?

O diretor e também roteirista Franck Khalfoun escorrega feio na montagem: os cortes são bruscos e às vezes fazem com que a narrativa perca um pouco o sentido e o ritmo. Alguns personagens simplesmente somem e o final do filme é previsível e apressado, quando poderia ter sido melhor trabalhado.

O resultado é uma sensação de frustração e de desperdício. Talvez o filme funcione bem para o público adolescente e para os fãs da série.

Amityville – O Despertar é uma produção Blumhouse e distribuído no Brasil pela Paris Filmes com estreia nos cinemas nesta quinta, 14 de setembro.

Escrito por Carlos Miletic

Apaixonado por literatura e cinema, não resiste a um filme de terror, muito menos a um livro de mistério. John Wick é seu modelo e Stephen King o seu pastor.

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