Se você não tem certeza sobre o que achou da nova série do AXN, Quantico, não se preocupe: você não está sozinho.
Ao assistir o episódio de estreia no canal eu não gostei. Achei o piloto confuso, edição de imagens péssima, personagem principal chata. Aí fui no meu grupo de fanáticos por séries e vi que um monte de gente está gostando – eles assistem pela agenda americana, então já estão mais a frente.
Resolvi dar uma segunda chance.
A segunda visita ao episódio que nos apresenta a história da série foi mais satisfatória que a primeira, ainda que a série não tenha me ganhado, provavelmente porque o recurso presente e passado ao mesmo tempo o tempo todo não me agrade – desde LOST eu fico irritada pela forma como abusam dele.
A ideia na verdade é curiosa: entre os novos agentes do FBI que passam pelo treinamento obrigatório em Quantico existe um terrorista e ele acaba sendo responsável pelo maior atentado em solo americano desde o 11 de Setembro. Uma dessas aprendizes, Alex Parrish (Priyanka Chopra), é encontrada viva em meio aos escombros e se torna a principal suspeita do ocorrido. Por que? Ainda não sabemos. Caberá a ela, então, descobrir qual de seus colegas é o verdadeiro culpado.
Passamos então o primeiro episódio revendo o primeiro dia dos recrutas em Quantico enquanto ela é interrogada pelo agente Jimenez no escritório montado pelo FBI: temos a recruta rica e bonita em busca de justiça (seus pais foram mortos no 11 de setembro); o nerd gay simpático para que ninguém dá muita bola mas provavelmente é quem mais sabe sobre tudo; o filho de agentes do FBI que quase nem conseguiu entrar na academia e fica falhando em todos os exames; a muçulmana cheia de segredos (um deles o fato de que ela troca de lugar com sua irmã gêmea a cada prova, talvez porque cada uma se saia bem em um campo, talvez porque Miranda tenha alguma objetivo ali) e o agente infiltrado se passando pro recruta a mando de Liam, o agente responsável pelo grupo e que está, chamaremos assim, em condicional por ter algo em seu passado pesando nos ombros e beber bastante para lidar com isso.
Finalmente temos Miranda, a diretora do FBI que acaba por livrar Alex da prisão ao final do episódio piloto para que ela possa provar sua inocência.
Fico aqui pensando o quanto ela fez isso por ter se aproximado de Alex durante o treinamento, especulação minha já que apenas vimos o primeiro episódio até aqui, ou como parte de um plano da agência para pegar o verdadeiro culpado.
Apostas? Vi muita gente apostando em Liam, mas eu não o acho capaz disso. Em segundo temos Nimah e sua irmã Raina. Sim, a escolha dela como terrorista poderia parecer óbvia, ao mesmo tempo seria uma boa forma de desviar nossa atenção dela e depois me surpreender com a verdade, não é verdade? Acho que poucos pensaram em Miranda mais Nimah. Afinal, ela é a úncia que sabia o segredo da muçulmana e depois é ela a libertar Alex, fazendo com que ela parecesse ainda mais culpada.
No final das contas, a gente nem mesmo sabe se o terrorista é um deles, não é mesmo?
O piloto ainda contou com a participação de Brian J. Smith como o recruta Eric Parker. O ator é queridinho dos fãs de Sense8 – eu inclusa, claro – e aqui surgiu como o rapaz mórmon que parece ser perfeito, mas que guardava o segredo de ter engravidado uma garota menor de idade em Malawi, fazendo com que ela abortasse. Ninguém dentro do FBI sabia da verdade, mas no exercício em que seu colega Caleb deveria descobrir algum segredo de seu passado ele não aguenta e acaba se suicidando.
A cena forte acaba, na verdade, por nos sugerir que depois disso seria impossível o grupo não ter se unido bastante, afinal esse é um tipo de experiência que cria vínculos imediatos entre os envolvidos.
Hummm, falando desse jeito não tem como não gostar da série, certo? Não sei. A história com certeza me atraiu, só não sei até quando sobreviverei a esse passado-presente-passado se eles não melhorarem a edição das cenas.