No meu mural ou no seu?

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Ontem a Cora Ronai compartilhou no Facebook seu descontentamento: após publicar uma foto de um avião antigo, com poltronas grandes e espaço para as pernas ela teve de conviver o resto do dia com gente reclamando dela, da foto, do moço que comentou antes e até das Casas Bahia.. E ela só queria mostrar uma foto de outros tempos no seu mural.

E aí vem algo que eu tenho dividido muito com as amigas: o mural é de quem afinal, cara pálida? E tudo bem se você chama de timeline ou de “minha página” ou só de Facebook mesmo, a questão na verdade é aonde acaba o espaço de uma pessoa e começa o de outra.

Eu já falei aqui sobre como você pode retirar do “seu Facebook” as publicações das pessoas que você tem de manter adicionadas como amigos porque são família ou por interesses pessoais ou só porque você gosta de ter um número alto de amigos. Você entra no perfil do “Amigo” em questão, clica sobre o triângulo ao lado de Amigos e seleciona a linha “Mostrar no Feed de notícias” desmarcando a opção. Pronto, assim você não precisa ver tudo aquilo que não quer e deixa o seu dia mais feliz.

Outra forma de evitar dores de cabeça é usar o recurso de Restritos. O Daniel Becher recentemente falou disso no Blog do Janio e em resumo é uma forma de você tirar as suas publicações do Facebook daquela pessoa que adora ser do contra e criticar tudo que você escreve.

Ainda assim você terá no “seu Facebook”, e na sua vida, amigos que nem sempre tem a mesma opinião que você. Que é um ótimo amigo de balada, mas adora uma piadinha machista, que é um excelente companheiro de clube do livro, mas é um fanático por futebol. E, nestes casos, o mínimo que se espera é um mínimo de educação.

E é aí que o “meu mural” e o “seu mural” faz toda a diferença.

O meu mural é o “meu espaço” no Facebook. É aonde eu escrevo o que eu penso, compartilho o que eu gosto. Você faz o mesmo no “seu mural”. Se você é meu amigo e me segue, aquilo que eu publico no “meu mural” vai aparecer no “seu Facebook” e você nem sempre vai gostar do que leu.

Mas, cuidado: não é porque apareceu no “seu Facebook” que você tem o direito de diminuir, criticar ou “encher o saco” de quem escreveu. Só apareceu por ali porque você escolheu ver aquelas atualizações e boa educação cabe em qualquer relacionamento, real ou virtual. Eu não vou no “seu mural” te diminuir, criticar ou dizer que você está errado e espero o mesmo de você.

Se um amigo ótimo compartilha algo que você não gosta você pode simplesmente ignorar. Você pode até ocultar do “seu Facebook” para não ver de novo. O que você não pode é perder a noção e acabar batendo boa “no meio da rua”. No momento que você faz isso você quer mesmo um diálogo saudável ou está apenas tentando fazer com que sua opinião prevaleça? Você acha realmente importante para o seu amigo que você fale aquilo ou apenas acha que TEM de dar a sua opinião para que fique claro como você pensa?

Se a resposta ficar na segunda parte de qualquer uma das perguntas acima uma sugestão: vá no “seu Facebook” e a expresse. Você tem todo o direito sim de falar o que pensa, apesar de eu achar que a gente não precisa falar o que pensa sobre tudo que acontece no mundo.

Uma vez uma amiga veio aqui em casa. Ao ver uma das minhas gatas sobre a mesa da sala ela declarou em alto e bom som: “eu não tenho gatos porque acho muito nojento em negócio deles subirem em todos os lugares.”

Ela tem todo o direito de não achar gatos higiênicos ou de não tê-los, mas achei uma tremenda falta de educação ela soltar este desnecessário comentário ao visitar alguém que claramente não concorda com ela. E eu lembro disso cada vez que vejo alguém dando opinião no post alheio apenas pelo prazer de dar a opinião.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

5 Comentários


  1. Estava mesmo pensando sobre isso. As pessoas adquiriram o costume de querer opinar em tudo, criticando na maioria das vezes, o tempo todo.
    Você coloca a foto de um brigadeiro: “nossa, isso engorda, tem sódio, tem carbo, bla bla bla”.
    A foto do tênis da academia: “aí sim, muito bem, parabéns./ Esse tênis não é bom, vai machucar o joelho, bla bla bla”.
    Outro dia uma gestante colocou a foto de um prato de sushi. Alguém foi lá e “grávidas nao devem comer nada cru, bla bla bla”. E eu fiquei me perguntando quem pediu a opinião da “especialista” ali. E se a dona da foto seria irresponsável de não ter acompanhamento médico. E se a moça do comentário não tinha percebido que não tinha quase nada de peixe cru na foto.
    E o quanto as pessoas estão cada dia mais insuportáveis nessa vida.

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    1. Sabe, acho que o problema é o pessoal achar que internet é palco pra toda apresentação. Não só isso, elas compartilham demais, tudo. Ontem uma amiga falava de alguém compartilhando o primeiro coco do filho na privada. Sério? Precisa?

      E olha que eu tenho dois blogs, vivo na rede, e ainda assim sempre penso antes de sair falando merda. Affff!

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  2. Tá, concordo contigo, mas o que quero mesmo saber é: essa sua amiga nunca mais foi convidada pra sua casa, né? Para a minha, não seria!

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    1. Nunca mais. Na verdade, perdemos contato mesmo. O povo esquece que os gatos e cães fazem parte da família e ofendê-los é como ofender nossos filhos.

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