Testando o Nokia Lumia 620

Semana passada tive meu celular furtado, infelizmente um evento cada vez mais comum nas grandes cidades. Eu retornava do almoço para o escritório quando ele foi levado da minha bolsa em plena Avenida Paulista. Fiquei triste, mas fiquei mais ainda quando vi o valor de um aparelho novo.

Eu sempre soube que um iPhone era caro, comprei o meu usado da empresa quando pedi para sair então paguei metade do preço na época, mas ainda assustei quando o valor passou dos dois mil reais – não sei vocês, mas dois mil reais demoram a entrar na minha conta e só o fazem depois de muito trabalho. Não ajuda muito eu ser uma usuária “leve” da tecnologia de ligações sem fio, então nada de descontos para mim – tenho um plano de 60 minutos compartilhado com minha mãe, imaginem.

Depois do susto inicial com os valores resolvi pensar nas minha alternativas: não sou uma grande fã do Android, confesso. Tive uma experiência não tão feliz com o sistema há alguns anos por conta de um tablet e, além do travamento comum, era órfã do modo “iTunes de ser”, ou seja, a existência de um aplicativo para desktop que me permitisse sincronizar músicas, vídeos e arquivos com facilidade.

Recentemente eu havia tido um contato rápido com o Windows Phone em um evento da Nokia e tinha gostado do que tinha visto, mas não é que eu tenha realmente usado o aparelho em questão. Foi uma boa primeira impressão. Contava a favor de um aparelho com o sistema o fato de existirem modelos bem mais em conta e com desempenho elogiado por muita gente.

Mas como migrar com segurança de um sistema operacional que você usa há 6 anos? Só com test drive e foi isso que a Nokia me ofereceu: 15 dias com o Nokia Lumia 620.

O aparelho não é o topo de linha, nem mesmo é o concorrente direto do iPhone, esse seria o Lumia 920, mas segue o padrão dos últimos lançamentos da marca em termo de estrutura e sistema operacional. Contam contra ele a câmera, que não é a elogiada Pure View do 920, e o processador, de 512MB, também encontrado em seus irmãos 720 e 800 – o 920 possui 1GB.

O primeiro contato com ele foi bom, o aparelho é leve e pequeno, mas a tela não compromete – não é uma tela retina, mas eu sobrevivo bem sem isso. A dificuldade inicial foi me entender em como personalizar a tela inicial, formada de quadrados e retângulos de vários tamanhos, mas depois que você pega o jeito a coisa simplesmente flui. Você pode personalizar tamanhos e a ordem em que cada ícone se apresenta, bem como quais você deixará na tela inicial para acesso mais rápido.

A cor dos ícones também é passível de personalização – no 620 eu tinha duas opções de cor. Eu apenas preferia que todos os ícones de aplicativos ficassem como aparecem na loja, mas eles assumem a cor do tema escolhido e você demora um tempo para acostumar com o que é o que.

Além dos itens da tela inicial você também pode escolher quais aplicativos você quer que atualizem seu status na tela bloqueada – o charme dessa é o fato de você poder escolher que imagem quer ou ainda se quer um slide de fotos da memória e do Facebook. Neste caso você terá pequenos símbolos acompanhados do número de atualizações na parte inferior da tela.

Ligado ao desktop a grata surpresa: o aplicativo importa suas preferências do iTunes, listas de música, lista de filmes, etc. e permite uma sincronização muito parecida com o que eu já estava acostumada.

Em termos de aplicativos a loja do Windows Phone está longe da variedade das lojas para iOs e Android, mas não complicou minha vida: os que eu mais utilizava estão lá. Foursquare, Facebook, Twitter, Whatsapp, WordPress, Dropbox e Itaú. Este último não é tão bom quanto o para iPhone, que tem leitor de barras e gera o código token para transações na internet, mas os demais são equivalentes aos disponíveis nas outras lojas.

Mas não tem Instagram, Simone! Realmente não. Eu instalei o Instance, que permite acesso ao Instagram e mesmo subir fotos. Os problemas são a lentidão do upload (pense que ele é um caminho até o Instagram, enquanto no iOs e Android você está diretamente no aplicativo) e a falta de interface de compartilhamento direto com as demais redes sociais. O consolo? Boatos dizem que o Instagram chega à plataforma em 26 de Junho.

Bom, isso é o que eu posso falar do contato inicial, estou há 3 dias com o aparelho: o corretor ortográfico do sistema é imensamente superior aos dos concorrentes, muito mesmo e eu uso muito por conta dos textos em blogs e do Whatsapp; o sistema é bastante rápido, a despeito da memória de processamento menor, e ele é bem sensível ao toque.

Um senão: a câmera. Eu já estava acostumada a cobrir eventos na companhia do meu iPhone, sem a necessidade de carregar uma câmera comigo. O 620 não é nem de longe equivalente e fica devendo bastante no quesito.

Depois conto para vocês o que mais eu descobri.

P.S. Esta é uma avaliação de usuária, ou seja, não esperem comparativos técnicos de hardware ou um comparativo item a item entre as plataformas, minha ideia é contar a vocês como eu me adaptei depois de tanto tempo usando outro sistema operacional.

P.S. do P.S. Eu sinceramente acho, e o 620 parece confirmar minha teoria, de que os sistemas operacionais para celular hoje são muito semelhantes, então a diferença de preço seria atribuída ao hardware e eu não sou a melhor pessoa para falar disso. A escolha do usuário comum como eu, então, é pessoal: que aparelho curte mais, qual sistema acha mais bonito, etc.

P.S. do P.s. do P.S. Confesso, o fato dos aparelhos da Nokia virem em diversas cores conta pontos para mim num mundo em que todos os outros ou são brancos, ou são pretos.