Segurança aqui e ali

No último dia 05 de Fevereiro foi celebrado – não sei se este é exatamente o termo – o Dia  da Internet Segura, cujo objetivo é promover o uso seguro e responsável da internet.

A data me lembrou de um assunto que andou sendo bem discutido na internet recentemente: uma mãe americana que elaborou um contrato para que seu filho assinasse ao entregar a ele um iPhone.

Em resumo o contrato fala de coisas como não usar o telefone para falar ou escrever mensagens que ele não diria pessoalmente, não usá-lo para ferir pessoas, ser educado, cumprimentar, dizer por favor, colocar no silencioso, não usar na escola, não tirar fotos de tudo, vivendo a vida ao invés disso, deixá-lo de lado algumas vezes, aproveitar que se tem acesso tão fácil a músicas e histórias para abrir seus horizontes, jogar jogos desafiantes para a mente e manter-se, apesar dele, atento ao que acontece a sua volta.

Ao contrário da maior parte dos comentários que li na rede, eu elogio a iniciativa desta mãe.

Primeiro porque não posso julgar seu dia a dia como mãe só porque ela fez esse contrato – fazê-lo não significa que ela nunca tenha falado sobre estes assuntos ou que ela tenha falhado antes e está usando o aparelho como moeda de negociação. Segundo porque se eu aprendi algo sendo mãe é que maternidade é a arte da repetição, da paciência.

Quantas e quantas vezes vemos pais ignorando seus filhos a mesa de um restaurante porque estão tão absortos em seus celulares? Quantos pais apenas substituíram a babá eletrônica televisão pela babá eletrônica computador/tablet e nem fazem ideia do que seu filhos fazem com eles?

Num mundo de cada vez mais abandono de nossas crianças, eu vejo esse contrato uma forma dessa mãe dizer ao seu filho coisas que são realmente importantes de serem lembradas. Eu vejo nesse contrato uma nova forma de repetir uma mensagem que devemos repetir sempre e sempre.

Seja educado, não faça algo em segredo que não faria em público, respeite o próximo, aprenda com o mundo, conheça lugares e coisas novas, seja cuidadoso.

Sim, existem mil ferramentes que ajudam a evitar que seu filho não tenha contato com conteúdos inadequados, mas se você o ensinou a não falar com estranhos, a não dar detalhes de sua vida a ninguém que não seja da família em seu dia a dia, não importa o meio – eletrônico ou pessoal, ele não o fará.

Acrescente a isso ensiná-lo a não entrar em qualquer site, em perguntar a você sempre que tiver uma dúvida, que não deve baixar conteúdo sem falar com você. Converse com ele sobre o que tem feito, com genuíno interesse, e é muito provável que ele não pare de falar.

Algumas vezes crianças, e adultos, aproveitam o suposto anonimato da rede e fazem coisas que não fariam pessoalmente, então é importante ressaltar que a rede pode ser tão, ou mais, perigosa que a vida real.

Há sete ou oito anos eu repito para a Carol que ela deve ser educada, que ela deve cumprimentar, que deve deixar as pessoas saírem do elevador antes de entrar. E, de vez em quando, eu preciso repetir isso de novo porque ela esquece e não o faz.

Não existe ferramenta que substitua um pai presente, um pai preocupado, quando o assunto é segurança, na internet ou fora dela.

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Este post faz parte do Meme de Fevereiro, uma iniciativa das interneteiras do LuluzinhaCamp, que tem como única intenção, a diversão. Porque somos blogueiras e adoramos blogar, simples assim. Se você tem blog, corre para participar, clique aqui e saiba mais.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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