Eu sempre acho que o reuso é o R mais esquecido dos 3Rs da sustentabilidade – reduzir, reciclar, reusar – apesar de ser aquele mais fácil de praticar.
Reusar é dar uma destinação nova a algo que não se presta mais ao uso original e, na maior parte das vezes, não exige talento ou habilidade, basta colocar a cachola pra trabalhar.
Essa estante aí da foto tem a seguinte história: quando Carol era um bebê grande, que ainda não precisava de muito, mas estava cheia de livros, comprei essa estante em uma promoção da Tok&Stok. ela é pequena, tem estrutura simples, semelhante a uma escada, com quatro prateleiras de diferentes tamanhos.
Era perfeita pra fazer companhia ao então berço e guarda-roupa que ocupavam seu quarto.
Só que o bebê grande cresceu, virou pré-adolescente, o berço deu lugar à uma bicama, o pequeno guarda-roupa deu lugar a outro um tanto maior, uma penteadeira co gavetas para o uniforme da escola e uma escrivaninha para a lição de casa. Em resumo, o quarto ficou atulhado de coisas.
Ano novo, destralhamento novo e lá foi essa mãe aqui ver o que dava pra fazer: Barbies saíram das prateleiras e foram parar em caixas cobertas com papel contact (olha o reuso aí), livros foram realocados, fitas de vídeo, bercinhos e outros brinquedos de criança pequena foram doados e a estante deixou o quarto.
Enquanto eu pensava no que seria dela ela foi parar num canto da sala destinado a um aparador para o qual eu nunca tive dinheiro. A partir do segundo dia os gatos já haviam ocupado a prateleira mais baixa e eu fiquei achando que ela nem ficava tão mal ali e, afinal, eu continuo sem dinheiro pro tal aparador.
Uma ida ao mercado resultou em três vasinhos de suculentas para a prateleira menor. As duas prateleiras do meio continuavam sem função. Se eu usasse essa porta principal era provável que a segunda prateleira ganhasse um pratinho para chaves e uma caixinha para aquela tralha que a gente – entenda-se o marido – larga quando chega do trabalho. A terceira prateleira provavelmente seria usada para os sapatos, que são tirados sempre que chegamos em casa.
Mas como usamos a porta de serviço, as duas prateleiras centrais acabaram destinadas aos meus DVDs preferidos, antes entulhados na estante da sala, já fazendo segunda fileira, com os DVDs do marido. Pra fazer uma graça a caneca que ganhei quando fui conhecer o Jô Soares em 2010 a convite do pessoal da Globo – daqueles momentos inesquecíveis em que você acha que não poderia tremer mais do que tremeu e que seu coração poderia literalmente sair pela boca – e um globo de neve que não é de neve, mas de balões carregando a casa do filme Up – lembrancinha do Cinemark.
A prateleira mais baixa foi dada em definitivo aos gatos, afinal pelo menos lá a cã não os tira do lugar, com o complemento de uma almofada feita com tecido trazido pela cunhada dos States e com velcro embaixo para não sair do lugar a cada salto.
Ah, lembram dos vasinhos de suculentas? Eles não eram charmosos o bastante e foram substituídos por latas de molho de tomate cobertas por rótulos impressos em casa – os arquivos são daqui e o passo a passo eu publico ainda esta semana, prometo.
Que aparador o quê!
P.S. O bom é que gatos mudam a decoração toda hora, cada hora é um deitado em um lugar diferente…