Realmente vale o quanto custa?

Semana passada recebi mais um e-mail do Brandsclub – confesso que ando meio de bode com o clube de compras depois de uma compra de presentes para uma sobrinha ter vindo incompleta e outra de um adesivo de presente para um casal de amigos nunca ter chegado – e acabei clicando em uma promoção de uma marca de roupas que também é marca de refrigerante.

Minha curiosidade era pelos preços dos tênis, mas acabei ficando besta mesmo foi com o preço das camisetas: nenhuma por menos de R$ 100,00 sendo que estavam, em teoria, com descontos acima de 30%.

Daí essa minha citação aí no twitter: quando foi que uma simples camiseta passou a custar mais de R$ 100,00?

Eu não estou falando de valor, não teria como. Porque, vamos combinar, eu posso pagar R$ 150,00 e ela não deixará de ser uma camiseta, item de malha de algodão que não pode ser usado quando o traje pedido for social, mesmo que não seja festa chique, e que não pegaria bem em uma entrevista de emprego ou no casamento de uma amiga.

Muitas pessoas concordaram comigo. Então vem a segunda questão: por que continuamos comprando?

Gente, eu não sei vocês, mas eu estou a cada dia mais besta com os preços que tem sido cobrados pelas lojas de roupas e sapatos. Dificilmente se encontra uma sapatilha por menos do número mágico R$ 189,00 ou uma calça por menos de R$ 100,00. Mesmo as velhas conhecidas fast fashion que exploram costureiras mundo a fora andam com preços bem mais caros que no passado.

E, olha, eu sou daquelas que prefere pagar mais por qualidade, tenho peças com 10 anos de batente, inclusive camisetas, e aceito pagar um pouco mais se vejo que existe uma cadeia de valor – a marca ajuda alguém, emprega quem precisa, abraça uma causa -, mas me assusto com a banalização: tudo custa muito caro, a gente acha que precisa e paga o preço, por verem que a gente paga eles continuam cobrando.

Meio segredo de Tostines: eles cobram caro porque a gente paga ou a gente paga porque eles cobram caro?

Eu, que já havia reduzido drasticamente meu consumo ao longo dos últimos dois anos, me vejo ainda mais chata, com a crescente vontade de me arriscar na costura além das almofadas e estojos e sair fazendo minhas próprias roupas.

Porque é horrível a impressão que eu fico de que estão me chamando de trouxa enquanto agradecem meu pagamento no caixa.

P.S. Na busca por consumo consciente reduzi os gastos, mas não me enfiei em um período sabático sem compras. Tento então, ao máximo, procurar qualidade com preços razoáveis.

Recentemente quem me segue no Instagram pode testemunhar a destruição de minha sapatilha favorita pela Tequila. Além de ser a favorita confesso que ela guiou muitas das minhas escolhas de look nos últimos tempos e eu me sentia frustrada pela falta de uma sapatilha vermelha.

Acabei encontrando uma com preço razoável e não me arrependi de ter arriscado: simples e bonita a danada ainda é confortável e tem cara de que aguenta uns seis meses de caminhada.

Sim, porque a partir do momento em que abandonei o carro de vez e passei a andar a pé ou de bicicleta, várias de minhas sapatilhas passaram a desmontar em qualquer caminhada mais longa…

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Simone super concordo!
    Há algum tempo essa busca desenfreada por comprar cada vez mais e pagar cada vez mais pelas coisas me incomoda.
    Não me incomodo que as pessoas comprem ou paguem muito. Não mesmo, cada um faz o que quer o com o próprio dinheiro, né? Mas me incomodo quando compro o que não preciso ou pago mais do que acho que realmente vale. E me incomodo muuuuuito quando as outras pessoas tentam me convencer de que tenho que comprar ou gastar mais com roupas, sapatos, bolsas, maquiagens e afins…
    Não tenho a sua habilidade, então não posso me arriscar na máquina de costuras.. rs Mas como também não concordo com os preços cobrados pelos meus amados vestidos de florzinha, tenho comprado os tecidos e levado na costureira. Assim, tenho um vestido do jeitinho que gosto pelo precinho que quero e posso pagar. Para ter uma ideia, semana passada comprei 4 tecidos por R$60,00 e vou pagar R$ 100,00 para fazer os 4 vestidos. Ou seja, por R$ 160,00 terei 4 vestidos novos. Em que loja compro um vestido por R$ 40,00??? Não existe! =)
    Nas sapatilhas eu também não concordo em pagar mais de R$ 100,00. Alias, quando pago tudo isso em uma sapatilha já fico deprimida! Rs Vivo de olho nas promoções da shoestock e volta e meia encontro alguma coisa por R$ 60,00, 70,00…
    E assim vou levando a minha vida e tendo mais dinheiro e espaço para comprar mais livros! hehehehe
    Beijos,

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    1. Risos, mas sabe que até nos livros eu andava exagerando, Andres? Estou sem comprar livros desde o começo do ano porque me obriguei a primeiro ler todos os que estão parados na fila ao lado da cama. Ainda devo ter livros pra encerrar esse ano, viu?

      Agora: nada como uma costureira boa, né? Além de mais barato você tem um vestido com caimento perfeito pra você! Beijos

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