Grey’s Anatomy: Have You Seen Me Lately? (08×15)

Particularmente eu sempre me sinto devedora em episódios de crossover de Grey’s Anatomy e Private Practice, já que eu abandonei a segunda logo na primeira temporada e ficar com apenas uma parte da história me dá aflição. Desta vez, no entanto, eu consegui curtir bastante porque o foco não era no caso em si que veio da Califórnia para Seattle, mas sim na parceria dos irmãos Derek e Amelia, um perfeccionista e dominador (sim, EGO domina aqui, mas já me acostumei com essa característica dele), a segunda fragilizada pela recente recuperação do vício.

Particularmente eu gostei muito das cenas envolvendo os dois e a ajuda de Lexie em encontrar uma solução alternativa e em encontrar um meio termo para eles. Dei uma pesquisada na rede e descobri que sim, eles conseguirão salvar a paciente em questão e imagino que isso tenha ajudado a relação dos irmãos.

E, se minha aceitação de Lexie na neurocirurgia é cada vez maior, Meredith também parece estar encontrando seu caminho. Eu acho bom mesmo que ela trabalhe com Callie para criar mais segurança, porque competência ela tem, do mesmo modo que acho que fará bem a Callie trabalhar com alguém que se arrisca mais, porque ela tem tendência a ser dominadora. Um tempo juntas, as esquisitas, ajudará as duas, mesmo eu ainda apostando no caminho de Mer na cirurgia geral.

Ah, o fato do primeiro caso das duas ser uma mão no moedor de carne é daqueles que só Shonda nos proporciona. E eu adoro!

O segundo residente mais querido, Alex, também teve seus momentos: ver os dois extremos de Alex em um mesmo episódio é sempre delicioso. Primeiro o Alex frio que só pensa em si mesmo, até que aparece um bebê minúsculo para baixar a guarda e mostrar seu lado bom moço. E entendermos porque Arizona o entende tão bem: eles são parecidos. Eu nunca tinha pensado por esse lado, vocês?

Tudo isso acontecendo no hospital e Cristina e Owen numa sala de psicólogo fazendo terapia. Como eu falei lá atrás, quando Owen resolve ficar ao lado de Cristina a despeito do que ele pensava, a confusão é grande demais para ser resolvida, mesmo existindo muito sentimento. E isso porque Owen não consegue superar aquele momento e, muitas vezes, eu acho que o pior não é que ele não perdoa a esposa, mas ele não se perdoa.

Eu fico imaginando o quanto ele se critica por ter apoiado essa decisão. É um fantasma, uma terceira pessoa na relação, que não irá embora de uma hora pra outra.

Eu fico pensando enquanto esse rancor pode ser destrutivo para os dois: só de pensar no que ele fala para Cristina sobre a amizade dela e Mer, chamando-as de esquisitas, eu fico aflita, eu imagino o quanto isso dói em Cristina. Ele a desmerece, ele a humilha e nem ao menos é capaz de perceber isso.

E, num caso como esse, o excesso de sentimento só deixa tudo mais difícil, porque ninguém tem a força necessária para terminar.

P.S. Ceninha de Richard e Callie observando Meredith digna de citação a parte. Eu tenho uma relação de altos e baixos com o ex-chefe do hospital. No começo o adorava, depois ele me irritava, depois eu me irritava dele ficar perdido e obsoleto tendo tanto a oferecer. O trabalho nos bastidores tem trazido bons momentos, assim como lidar com a doença de sua esposa, e nós dois estamos nos dando bem demais.

P.S. do P.S. Para quem tiver a oportunidade eu sugiro uma leitura deste texto aqui das Blogueiras Feministas. Ele aborda a questão do aborto de Cristina como ponto de partida para discussão do direito da escolha da mulher, assunto em alta nesta semana em que o Direito de Aborto de Anencéfalos foi aprovado pelo STF. A gente precisa lembrar que dar o direito não é obrigar a. A mulher que quer manter sua gravidez a despeito de riscos poderá, da mesma forma que hoje, fazê-lo. O que se abriu foi o amparo legal a aquelas que quiserem interrompê-la.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. Simone, o seu PS do PS é exatamente o que eu penso desse assunto!!! As pessoas tratam a descriminalização como se ela fosse trazer uma obrigatoriedade, o que não é o caso. A partir de agora, quem quiser interromper a gravidez vai poder fazê-lo com um pouquinho mais de “dignidade” (na falta de uma palavra melhor) ao não precisar recorrer a uma decisão judicial, que nem sempre virá no tempo necessário. Quanto às mães que optarem por levar a gestação adiante, nada as obrigará a interrompê-la.

    Sobre o episódio, também tenho adorado a maneira como Richard vem atuando de forma mais leve no hospital, sem o peso de ser o Chief. Vem rendendo cenas ótimas.

    Eu vi o episódio de Private Practice e vc não perdeu muito em não vê-lo.

    E continuo adorando Lexie na neuro!

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    1. PS: sobre o assunto do PS, eu estava falando da questão dos fetos anencéfalos. Sobre o aborto de modo geral, prefiro não me manifestar publicamente, heheheh! Mas estou lendo o texto que vc indicou e é bem interessante.

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    2. Oi Alice,

      Esse é um assunto que delicado mesmo, em que as pessoas se tornam passionais demais ao defender seus pontos de vista, o que é uma pena. Eu já escrevi no meu outro blog sobre o assunto, até porque eu defendo publicamente o direito de escolha, e passo tempo demais da minha vida apagando comentários infelizes.

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