Livros: Criança 44

Sinopse

Ambientado na Rússia de Stalin e protagonizado pelo agente Liev Demidov, este livro descreve a perseguição a um serial killer de crianças.

Tudo bem que o livro é de bolso, mas precisava economizar tanto assim na sinopse?

Na contracapa:

Tom Rob Smith leva o leitor à opressora Rússia de Stalin. Quando o corpo de um menino é encontrado sobre os trilhos de uma ferrovia, o agente Liev Demidov se surpreende ao saber que a família do garoto está convencida de que se trata de assassinato. Os superiores do oficial lhe dão ordens de ignorar o assunto, mas ele está determinado a encontrar a verdade por trás do terrível crime.

Melhorou, mas ainda não é bem isso.

Na Wikipedia:

Criança 44 (português brasileiro) ou A Criança Nº 44 (português europeu) é o romance de estreia do escritor britânico Tom Rob Smith, que narra as peripécias do agente da MGB Liev Demidov, ao investigar uma série de horríveis assassinatos de crianças na União Soviética de Stálin.

O romance é baseado na história real do assassino em série russo Andrei Chikatilo, também conhecido como o Estripador de Rostov, que foi o responsável por 52 assassinatos na União Soviética. Além de destacar o problema da criminalidade da era soviética, em um estado onde “não há crime”, o romance também explora a paranóia da época, o sistema de educação, o aparato da polícia secreta, orfanatos, a homossexualidade na URSS e o descaso com os hospitais psiquiátricos.

O livro é a primeira parte de uma trilogia. A segunda parte é chamada de O Discurso Secreto e também apresenta o personagem de Liev Demidov e sua esposa, Raíssa Demidova.

Melhorou muito. Acho que esse é o resumo mais aproximado do que é Criança 44, e eu nem esperava muita coisa. O livro foi comprado em uma visita a livraria em que fui fuçar nos livros de bolso. O fato de ser um livro sobre um assassino em série despertou minha curiosidade e foi o bastante para me convencer a fazer o investimento de R$ 19,00. Dinheiro muito bem gasto!

Nesta semana fui para Fortaleza e escolhi este da pilha dos muitos a minha espera por conta do tamanho diminuto que não ia fazer peso na mala. E o tamanho se mostrou realmente adequado: foram pouco mais de 6 horas de vôo, ida e volta, e li o danado do começo ao fim. Nem vi o tempo passar – o que é uma benção quando se tem medo de avião (ou se tem medo de ter uma ataque de pânico no avião).

O livro na verdade não é centrado em Andrei, seus crimes servem de fundo para mostrar as dificuldades da vida na Rússia após o final da guerra, quando quase tudo que se fazia podia ser considerado crime e que, para acabar na cadeia, não era preciso nem mesmo estar errado, mas apenas alguém lhe apontar o dedo como errado.

Liev Demidov (tá, confesso, li o livro colocando o rosto de Liev Schreiber, o que me pareceu adequado frente ao fato que ele fez um russo em Defiance) é um agente da força especial russa, com seu prestigio ele pode garantir luxos para seus pais e sua esposa, uma professora chamada Raíssa. Para fazer seu trabalho ele exercita a arte de aceitar e esquecer.

Aceitar que as coisas acontecem em nome do bem maior da nação, que o modelo aplicado é o melhor existente e que sacrifícios são necessários. E esquecer das mortes, do sofrimento, das limitações, da tortura.

Um de seus colegas tem o filho morto e acredita que ele tenha sido assassinado. Mas assassinatos não podem acontecer em um país em que existe justiça social, então ele é encarregado de convencer a família de que foi apenas um acidente. Acreditando no bem maior ele faz o que é pedido que seja feito sem questionar. Até que ele se vê vítima de falsas acusações e sua vida vira de cabeça para baixo.

Só então, quando se vê uma pequena cidade, destituído de suas vantagens, é que ele identificará que pode ter cometido um erro em acreditar cegamente no sistema e resolve que vai encontrar o assassino, mesmo que isso signifique sua morte.

O livro não perde o ritmo, tanto que sua vontade é ler de uma vez só e a história é muito bem amarrada, além de nos permitir ter uma pequena visão do que foi a vida do povo russo naquela época.

Ah, ser baseado em fatos reais também ajuda bem. não é?

Então corre e cai na leitura. Ah, acho que é uma boa indicação para o pessoal que estará participando do Desafio Literário de 2012, que em março tem como tema assassinos em série.

Boa leitura!

 

 

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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