Outro dia eu falei sobre educação por aqui, sobre a importância da participação efetiva dos pais na escolha da escola.
Pois há algumas semanas atrás falando sobre a escolha de uma escola, coisa que muito pai deve estar fazendo neste exato momento. Nela vale o destaque para a escolha de uma escola que privilegie o que é importante para a família.
Não existe modelo errado de estudo: algumas crianças se dão melhor com o formato formal, com a cobrança de prazos e avaliação constantes de resultado. Outras, irriquietas, precisam ter sua curiosidade sempre despertada, adoram as aulas de artes. Até mesmo a discussão sobre turmas de apenas um sexo deve ser levada em conta pelos pais – alguns, como eu, valorizam a troca de experiências e oportunidade de conhecer o diferente, mas se isso virar motivo de preocupação ou críticas é melhor pensar em uma nova opção.
Ao escolhemos a primeira escola da Carol optamos pela alfabetização tardia, pelo tempo reservado à atividades físicas e pelo ensino lúdico. Para nós, como família, era importante, e continua sendo, um espaço em que nossa filha se sentisse valorizada em seus pontos fortes, aonde as diferenças não fossem foco de atenção – acredito que quando elas não são focadas, aprendemos a lidar com elas como coisas do dia a dia.
Por outro lado, abraçamos a opção pelo ensino bílingue oferecido pela escola a partir do primeiro ano. De forma lúdica ela teve contato com um idioma diferente do seu. Acreditamos que isso poderia ajudá-la a não criar traumas com o aprendizado de uma nova língua, algo comum entre pessoas que se vem obrigadas a correr atrás do inglês exigido pelo mercado de trabalho. Como hoje não existe cobrança, nem provas, é algo que ela aprende sem compromisso. Funcionou tão bem que se tornou a parte preferida do aprendizado, junto com o teatro.
Agora, na escolha da nova escola, optamos por um meio termo entre o ensino tradicional, com livros ao invés de apostilas, e o construtivismo, com espaço para descobertas individuais. Ainda valorizamos a formação dela como cidadã do mundo, buscando alternativas sustentáveis para sua felicidade.
Sei que esse monte de palavras juntas podem não significar muito para várias pessoas, mas, como eu disse antes, tudo isso é pessoal demais.
Certo dia desses, conversando com alguns amigos do mundo real, um deles pai recente, falamos disso: ele, com formação em faculdade pública de primeira linha e projetos bem diferentes dos meus (não errados, não entendam assim, ele é uma pessoa pela qual tenho respeito imenso) , deseja o mesmo para sua filha: uma escola que lhe dê a base necessária para que ela ingresse em uma grande faculdade sem cursinho e seja uma excelente profissional.
Caso ele optasse por uma escola nos moldes das que eu escolheria, bem, ele provavelmente enlouqueceria, já que eu estou mais preocupada em que ela seja feliz e conheça sua própria vocação para então poder persegui-la.
Entendo o ensino fundamental, a base do futuro, como aquele que lhe dará instrumentos para seguir seu próprio caminho, para encontrar sua maneira de alcançar o sucesso – que pode ser, simplesmente, uma varanda cheia de flores.
Acho que o respeito a individualidade dela o primeiro passo para permiti-la tudo isso – afinal, ela ontem sonhava ser veterinária, hoje ela quer ser cabelereira… Quem sabe o que será sonhado amanhã?
Eu? Meu sonho é uma bicicleta vermelha, uma vida mais simples, um dia a dia mais feliz.
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Sabe Si, eu considero que, acima de tudo mesmo, está o o respeito à individualidade. Como mãe de dois eu sinto muito isso: cada um no seu tempo, com sua “inteligência” e suas necessidades e dons.
Já fiz outras opções mas agora, com Enzo ingressando no fundamental 2 (a formatura dele no fundamental 1 acontece em menos de 1 mês) eu sinto que é momento para uma educação mais formal mesmo. E não estou mais “brigando” com as apostilas sabe? Como eu sempre, inevitavelmente, faço a complementação com livros, que não só leio em casa com eles como envio para a escola, eu encarei isso como a minha parte na parceria com a escola.
A instituição nunca vai ser ideal – isso a gente sabe né comadre? – mas ela pode ser mais interessante se a gente participa! 😉