John Adams, Episódios 04 e 05: Reunion e Unite Or Die

Fico triste de não gostar tanto dos episódios de John Adams que sucederam à Independence. Longe da chatice de Don’t Tread On Me, Reunion não teve o brilho de Join Or Die e Unite Or Die foi cansativo.

Em Reunion pudemos ver a ascensão, mesmo que contra sua vontade, de John Adams a posição de embaixador dos EUA na Inglaterra, logo após Abigail ter deixado o país para lhe fazer companhia em Paris.

Fiquei impressionada com o Rei George III. Aquele olhar dele, aquela falta de expressão. Como quem conta a história é sempre o lado vencedor, não é nada estranho que o rei inglês seja representado por um homem com face de louco.

Após um período na Inglaterra, John pede para retornar, principalmente influenciado por Abigail, que anseia não só pelo retorno a sua casa como por reencontrar seus filhos, já bastante crescidos.

A cena do retorno de John é interessante, pois seria fácil imaginar que ele teria perdido sua importância política depois de tanto tempo longe, mas ele é ainda recebido com todas as honrarias, como um herói nacional. Em tempos em que a comunicação demorava tanto tempo quanto os navios as coisas funcionavam de maneira diferente.

Vemos que os meninos de Adams já desenhavam suas vidas, mas a volta do pai muda tudo. Acho que esse é o episódio que mostra melhor esse lado de Adams. Apesar de um progressista em campo político, ele era extremamente opressor no campo pessoal.

Com seu retorno a Boston ele pensa em abandonar a carreira política, mas a desistência dura pouquíssimo. Ele logo aceita a idéia de ser candidato à presidência dos EUA. Da votação ele sai como vice de Washington.

Algo que ficou de fora do episódio e que seria interessante de ser visto é justamente as manobras feitas por seus adversários para que ele não fosse eleito. Segundo conta a história tais manobras foram feitas por àqueles que acreditavam que John havia sucumbido aos costumes europeus, bem como ainda tinham ressentimentos pela insistência de John em buscar apoio financeiro da França.

Em Unite Or Die vemos o inicio do governo de Washington e vemos a inutilidade total de um vice-presidente. Pelo que pude entender, o vice-presidente apenas ganhava voz em casos em que a votação do congresso acabasse em empate e, mesmo assim, depois de muita e muita discussão.

O momento mais absurdo para mim, da história e não do episódio, foi a tal votação para o título que seria dado ao novo presidente, ainda mais se considerarmos que uma das opções era Vossa Alteza.

A grande amizade de Adams e Jefferson, cultivada nos anos compartilhados na França, sofre abalos quando Jefferson defende fervorosamente o apoio dos EUA a Revolução Francesa, enquanto Adams acredita que o país deva manter-se neutro.

Mais uma vez uma demonstração de como Adams era um homem de vários conflitos internos. Poderíamos imaginar que ele seria um apoiador da luta francesa pelo final da monarquia, mas não. Talvez até o fato de ele ter colocado uma das opções do títulos para o presidente ser Vossa Alteza seja mais uma demonstração disso. Não fica claro no episódio, mas parece que Adams queria a libertação da Inglaterra, mas não necessariamente era contra a monarquia.

Vemos o filho mais velho de Adams, John Quincy, iniciando sua carreira diplomática, enquanto a única filha de Adams se casa, com um verdadeiro espertinho, penso eu.

O episódio acaba quando as primeiras manobras para a escolha do sucessor de Washington se iniciam, com John Adams sendo um candidato natural ao cargo após ter conseguido demonstrar sua importância gerenciando o conflito entre os ministros do governo.

Acho que este é um ponto que também poderia ter sido mais explorado, pois ficar um episódio inteiro vendo John Adams fazendo nada enquanto os membros do congresso discutiam o sexo dos anjos me fez duvidar da importância do político para seu país.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

1 comentário


  1. Eu não entendi uma coisa: pq eles enfatizaram (digo, ocupou mais tempo do que deveria) a “relação” da Abigail Adams e o Jefferson…
    Pq valorizaram tanto os elogios dela a ele e o ciúme do John…
    Achei meio sem sentido… Até achei que tinha rolado alguma coisa entre eles.

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