Enquanto a população mundial discutia os rumos da temporada final de Game Of Thrones, o canal estreou mais uma de suas produções originais, a minissérie Chernobyl, exibida às sextas-feiras. Passado o luto pela primeira, o mundo parece ter descoberto a segunda e a internet foi recheada de textos e comentários sobre a minissérie desde ontem – no IMDB a produção figura hoje como a mais bem avaliada série de televisão.
Chernobyl conta a história daquele que é o maior acidente nuclear já ocorrido em cinco episódios – três já exibidos – principalmente a partir do ponto de vista dos físicos Valery Legasov (o sempre excelente Jared Harris) e Ulana Khomyuk (Emily Watson). Além deles, ganha destaque o político Boris Shcherbina ( Stellan Skarsgärd).
A personagem de Ulana, é importante dizer, é a única ficcional, representando diferentes cientistas que tomaram parte na investigação das causas do acidente e que ajudaram Valery Legasov nas tentativas de minimizar as gravíssimas consequências do ocorrido.
A minissérie se inicia no exato momento em que, em uma madrugada de em abril de 1986, um dos núcleos da usina explodiu. Vemos a mobilização dos bombeiros das cidades mais próximas, a reação dos funcionários da usina e dos moradores da cidade de Pripyat, a mais próxima do local.
Desde o princípio ficam claras duas coisas: a ignorância da população em geral e funcionários da usina com relação aos possíveis efeitos de um acidente na usina; e a recusa dos funcionários da usina e do governo em aceitar a gravidade do ocorrido.
Filmada em Vilnius, Lituânia, a série carrega o tom sombrio já usado em obras cinematográficas que retratam a União Soviética dos tempos da cortina de ferro.
Assim como ressalta sempre que pode que a grande preocupação dos diretamente envolvidos era não acabarem mortos pelo governo caso fossem identificados como responsáveis – o que chama ainda mais atenção se considerarmos que, ao fazê-lo, eles estavam escolhendo morrer de maneira terrível pelos efeitos da radiação a que se expuseram.
Tal fato fica bastante claro no terceiro episódio, Open Wide, O Earth, quando começamos a ver as mortes dos bombeiros e funcionários da usina que tiveram exposição direta à radiação – e as cenas são de embrulhar o estômago.
Foram pouco menos de 50 mortes diretas em decorrência do acidente, mas é impossível estabelecer um número daquelas que aconteceram desde então pela exposição à radiação de toda uma população – os casos de câncer e outras doenças derivadas de mutação celular ainda acontecerão por muitos anos.
As cidades próximas à usina ainda hoje não podem ser habitadas e apresentam índices preocupantes de radiação que devem baixar apenas em mais de 24.000 anos – dois dias após a explosão, como vemos na série, a radioatividade lançada na atmosfera seria equivalente ao lançamento de uma bomba de Hiroshima. A cada hora.
Ainda que não seja um documentário, é impressionante o cuidado da produção com tudo que é mostrado – o que pode ser comprovado pelos muitos comentários elogiosos de pessoas que viveram o terror do acidente ou que cresceram ouvindo as histórias contadas por pais, avós e amigos.
Motivo pelo qual é um daqueles programas obrigatórios.
Chernobyl tem roteiro e produção executiva de Craig Mazin e direção de Johan Renck. A produção é da Sister Pictures e da The Mighty Mint em coprodução com a HBO e a Sky. Carolyn Strauss (ganhadora do Emmy® por Game of Thrones) e Jane Featherstone são as produtoras executivas; Johan Renck e Chris Fry são os coprodutores executivos; e Sanne Wohlenberg é produtora.
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Excelente minissérie com a temática importante de saber, até eu que tinha meus 23 anos na época me lembro porém não com tantas informações.
Fiquei com meu coração estraçalhado ao ver as pessoas abandonando seus animais de estimação e de ver esses animais vagando abandonados pela cidade.
A HBO fez bem em lançar praticamente ao mesmo tempo do final de GOT, assim a despedida foi aliviada.
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Eu lembro muito pouco, acabou que a estreia da série coincidiu com a Carol estudando isso na escola, então estamos vendo juntas. Mas tem hora que eu fico inconformada. Esse quarto episódio foi bem difícil.
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Também estou vendo, muito boa, recomendo.
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Excelente minissérie. Em falar em série excelente e baseadas em fatos reais, você irá falar da série The Act?
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Oi Keila, ainda não assisti, mas está na fila.
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Estou vendo e a série é primorosa como a burocracia causou tanta tragédia!
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Pior que não foi burocracia, mas o fato dos políticos se recusarem a aceitar que falharam, tentarem minimizar o ocorrido e deixarem a população na ignorância.