Se Caeser é o coração de Planeta dos Macacos – A Guerra, ninguém mais poderia ter vindo ao Brasil para sua divulgação que não fosse Andy Serkis, o rosto escondido em muitos personagens queridos nos últimos anos, mas que muitas pessoas não reconheceria nas ruas. Em Senhor dos Anéis e Hobbit ele foi Gollun, em Star Wars O Despertar da Força, Snoke, o gigante gorila em King Kong.
O rosto por baixo de outros rostos, graças à tecnologia de captura de movimentos, tem agora chances de ser indicado ao Oscar de melhor ator, graças a recentes mudanças nas regras da Academia, e acredita que o recurso de captura pode ser comparado ao uso de maquiagem e próteses, hoje tão comuns, que nunca impediram um ator de ter seu trabalho reconhecido.
E o vídeo abaixo serve como prova maior do talento do ator, ainda que ele apareça na telona coberto por pelos:
“O tema principal desse filme é a empatia”, começou o simpático Serkis na coletiva realizada junto da exibição do filme para jornalistas brasileiros e latino-americanos, logo depois de fazer para a platéia o gesto que marca a luta dos primatas no filme que encerra a trilogia, repetido pelo público presente. Depois de falar sobre o quanto gostou de trabalhar nos filmes da franquia, Serkis destacou que a discussão sobre a possibilidade de atores em papéis com captura de movimentos serem indicados nem mesmo existirá daqui a alguns anos.
O ator não esconde a frustração da discussão ainda existir e de seus principais trabalhos terem sido ignorados pela academia.
Sobre o último filme, que levou cinco meses e meio para ser filmado, mas cujo desfecho ele já conhecia há dois anos, o ator destacou que o clima das filmagens foi “mais sombrio”, mais intenso, reflexo das mudanças sofridas pelo personagem e pela forma como ele agora é assombrado pelo demônio da vingança.
Finalmente ele destacou que não se trata de uma história de mocinhos e bandidos: “Todos têm seus motivos e você consegue entendê-los. Tanto que, no momento final, em que Cesar olha nos olhos de seu inimigo, ele consegue achar novamente sua empatia.”