Uma série dentro da série. Não é a primeira vez em que o recurso é usado, mas devo dizer que funcionou bem, principalmente porque eles souberam usar a ideia do remake como catalisador do motivo do crime e, vejam vocês, porque nenhum dos convidados especiais acabou sendo o assassino!
Que seria culpa da “porteira virtual” do prédio? Descartado o dono do negócio milionário, ela com certeza seria a mais provável culpada. Que ela era a secretária fazendo sotaque? Essa me pegou. Bem como usar o elevador como arma do crime.
Pontos para Rosie e Hornstock: o primeiro apostou em sua intuição, certa, de que nenhum dos garotos amigos era o assassino, o segundo idem quando na sala de interrogatório não forçou a barra porque sabia que o rapaz estava falando a verdade. Os dois, ainda que Rosie não soubesse, estavam em sintonia.
Hornstock passou o episódio todo estranho para mostrar isso ao patologista, sorrindo e abraçando pessoas – eu ri de mim mesma escrevendo isso: não é que pessoas sorridentes e abraçantes sejam estranhas, apenas aqueles normalmente mal humorados como o ex-capitão.
P.S. A cena inicial, o moço cortando a carne e colocando no mixer, lembrou-me daquele episódio de CSI em que desconfiavam de cachorros e acabaram descobrindo uma louca que comia carne crua, de gente de preferência. Agora fiquei bem confusa com o moço entrando no elevador com o tal patinete, depois saindo sem e então patinete parado fora do elevador. Erro feio de continuidade.
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Impossível não pensar que com White Matter & the Ways Back eu descobri porque Rosewood acabou cancelado ao final da segunda temporada: não se limitando a ser um procedural clássico (e vocês sabem que eu adoro procedurais), o roteiro não consegue levar uma trama maior com o cuidado necessário, muitas vezes as coisas acabam apressadas, na maior parte das vezes superficiais.
Aqui foi a questão de Rosewood e Donna se tornarem sócios: era óbvio que existiria conflito, mas Donna interrompendo a investigação de um caso para falar sobre venda de itens usados não cabia. Primeiro porque ela não seria sem noção, segundo porque o conflito morreu antes mesmo do episódio acabar. O namoro de Villa, que ganhou importância, de repente vira nada, nem citação.
A piora no estado de saúde de Rosewood me parece seguir pelo menos caminho: jogada na nossa cara há dois episódios, se tornou quase uma alucinação no episódio passado quando Rosewood se imaginava no hospital e até vislumbrava um destino feliz, então hoje voltou a ser questão de preocupação com Hornstock revelando que seguiu Rosie até o médico.
Hornstock que estava ótimo todo sorridente e amigo – adoro mesmo o personagem – para provar ao Rosie que ele pode fazer as coisas de forma diferente.
Não consigo imaginar Rosewood morrendo e isso é bom – vamos admitir que o roteiristas de muitas séries não andam sendo os mais cuidadosos com os personagens de quem gostamos -, mas também é ruim porque sabemos que não vamos a lugar nenhum, ou seja, estamos gastando tempo com algo que significará voltar ao ponto de partida.