Rosewood: White Matter & the Ways Back (2×14)

Uma série dentro da série. Não é a primeira vez em que o recurso é usado, mas devo dizer que funcionou bem, principalmente porque eles souberam usar a ideia do remake como catalisador do motivo do crime e, vejam vocês, porque nenhum dos convidados especiais acabou sendo o assassino!

Que seria culpa da “porteira virtual” do prédio? Descartado o dono do negócio milionário, ela com certeza seria a mais provável culpada. Que ela era a secretária fazendo sotaque? Essa me pegou. Bem como usar o elevador como arma do crime.

Pontos para Rosie e Hornstock: o primeiro apostou em sua intuição, certa, de que nenhum dos garotos amigos era o assassino, o segundo idem quando na sala de interrogatório não forçou a barra porque sabia que o rapaz estava falando a verdade. Os dois, ainda que Rosie não soubesse, estavam em sintonia.

Hornstock passou o episódio todo estranho para mostrar isso ao patologista, sorrindo e abraçando pessoas – eu ri de mim mesma escrevendo isso: não é que pessoas sorridentes e abraçantes sejam estranhas, apenas aqueles normalmente mal humorados como o ex-capitão.

P.S. A cena inicial, o moço cortando a carne e colocando no mixer, lembrou-me daquele episódio de CSI em que desconfiavam de cachorros e acabaram descobrindo uma louca que comia carne crua, de gente de preferência. Agora fiquei bem confusa com o moço entrando no elevador com o tal patinete, depois saindo sem e então patinete parado fora do elevador. Erro feio de continuidade.

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Impossível não pensar que com White Matter & the Ways Back eu descobri porque Rosewood acabou cancelado ao final da segunda temporada: não se limitando a ser um procedural clássico (e vocês sabem que eu adoro procedurais), o roteiro não consegue levar uma trama maior com o cuidado necessário, muitas vezes as coisas acabam apressadas, na maior parte das vezes superficiais.

Aqui foi a questão de Rosewood e Donna se tornarem sócios: era óbvio que existiria conflito, mas Donna interrompendo a investigação de um caso para falar sobre venda de itens usados não cabia. Primeiro porque ela não seria sem noção, segundo porque o conflito morreu antes mesmo do episódio acabar. O namoro de Villa, que ganhou importância, de repente vira nada, nem citação.

A piora no estado de saúde de Rosewood me parece seguir pelo menos caminho: jogada na nossa cara há dois episódios, se tornou quase uma alucinação no episódio passado quando Rosewood se imaginava no hospital e até vislumbrava um destino feliz, então hoje voltou a ser questão de preocupação com Hornstock revelando que seguiu Rosie até o médico.

Hornstock que estava ótimo todo sorridente e amigo  – adoro mesmo o personagem – para provar ao Rosie que ele pode fazer as coisas de forma diferente.

Não consigo imaginar Rosewood morrendo e isso é bom – vamos admitir que o roteiristas de muitas séries não andam sendo os mais cuidadosos com os personagens de quem gostamos -, mas também é ruim porque sabemos que não vamos a lugar nenhum, ou seja, estamos gastando tempo com algo que significará voltar ao ponto de partida.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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