Elementary: Folie a Deux e Worth Several Cities (5×01 e 5×02)

Sim, nossa versão americana de Sherlock está de volta e eu não poderia estar mais feliz! Com o final da quarta temporada sem gancho – sim, eu sei, nunca vim aqui falar dele, confesso que não achei um grande final, mas entendi o fato do pai de Sherlock assumir a organização de Moriarty achando que poderia se manter e manter o filho a salvos, pode parecer louco, mas entendo – a dupla de detetives não precisou de um novo começo, na verdade chegamos aquele estado de familiaridade que eu adoro.

E que permite à Sherlock achar que a colega não está tão feliz só pelo fato dela repetir uma roupa, o que nós, eternos apaixonados por seu guarda-roupa, sabermos ser algo fora do comum.

Sei que tem gente que não gosta quando as séries são só procedurais, mas eu acho que o pano de fundo, o fato de falarmos da irmã ou da mãe de Watson, da namorada do capitão, dos hackers que tudo sabem, tudo isso já é o bastante para Elementary funcionar, não precisamos de um super crime a ser resolvido.

E foi com simplicidade que Folie a Deux funcionou: o suspeito dos ataques a bomba aleatórios ferindo inocentes foi descoberto logo de cara, ainda assim eles conseguiram manter nosso interesse, inclusive porque ele foi descoberto, mas não pego. Uma daquelas horas em que a gente não tem certeza de o instinto de Sherlock está certo ou se ele só não foi com a cara do moço (coisa que eu também não fui).

Quando apareceu o tal ex-colega de cela passei a duvidar ainda mais de Sherlock: não tinha como ser outro. No final, os dois estavam juntos no crime, um por dinheiro, outro por prazer. Ou melhor: o segundo por prazer e dinheiro, já que estava adorando explodir pessoas e ainda ganhar um dinheiro extra com isso.

Sim, eu também fiquei com medo de que Shinwell não fosse um cara realmente recuperado, ainda mais quando ele espera Joan sair para telefonar sobre as bombas. Meu medo permaneceu mesmo quando sua dica se provou verdadeira e depois, já no segundo episódio, quando ele pede para Joan procurar por sua filha.

Acho que em parte isso é normal: temos a tendência a desconfiar de quem errou de forma tão grande, ainda mais porque não falávamos de um crime de necessidade, mas de um traficante e assassino. Ou será que isso é cinismo meu? Watson foi melhor que eu aqui e eu torço imensamente para continuar me sentindo culpada por não ter confiado.

Agora, sem sombra de dúvida Worth Several Cities foi melhor: da estranha situação de vermos Sherlock trabalhando para um traficante – nosso eterno Esposito de Castle com tatuagens na cara – passamos para a busca da tal joia chinesa perdida, um selo de cartas feito em jade cujo valor é inestimável (fui pesquisar na internet e existem mais de um desses selos, um deles chegou a ser vendido por mais de vinte e um milhões de Euros).

A vantagem da mudança completa da investigação é que pudemos ver Sherlock tendo trabalho para descobrir o culpado do assassinato do fornecedor do traficante em meio a tantos suspeitos. Claro, quando um deles é um milionário de má fama, e que tem um mandado de restrição contra Sherlock e Watson guardado na gaveta, nós não só achamos que é ele, a gente até torce, mas quando emissários de governos começam a bater na porta da dupla e oferecer dinheiro pelo tal selo, bem, você começa a achar que tudo é possível.

Na verdade eu acabei até ficando decepcionada com o fato de ser o milionário mesmo – nem vamos ter a oportunidade de ver Sherlock usando um megafone em frente ao prédio dele dizendo apenas verdade novamente -, mas foi coisa rápida quando Sherlock tira da manga o motivo: não era para ter mais um tesouro, mas porque está falindo e precisava fazer um agrado ao governo chinês.

Momento de ouro: descobrir o preço de Joan Watson. Não gente, não acho isso bobeira, acho que todo mundo tem seu preço mesmo, o que acontece é que algumas pessoas cobram muito mais alto do que alguém estaria disposto a pagar e então dizemos que aquela pessoa não se vende. No caso de nossa ex-médica ótima investigadora ele é mais do que cinquenta milhões, mas perto de um bilhão. Eu diria que ela tem excelente auto-estima.

Final feliz: Sherlock e aquela LINDA impressão do selo na parede, e Watson confirmando que poderá ajudar Shinwell porque ele quer ser ajudado.

Um ótimo retorno, não é?

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

Deixe uma resposta