O oitavo episódio de Genius chegamos ao ponto em que a história de Einstein do início da série: o anti-semitismo começa seu domínio na Alemanha, com Hitler deixando de ser um “figura quase folclórica” para ser tornar o homem que convenceria milhões de alemães de que as restrições que sofriam eram culpa dos judeus e que dominar outros países era o “dever do país”.
E sua história se desenrola em praticamento em um único cenário: a sala da embaixada americana em que Einstein foi interrogado Raymond Geist sob ordens de Edgar Hoover (fiquei bastante surpresa com a participação do T.R. Knight). E se Hoover já estava dando todos os sinais de loucura e obsessão que marcaram seus últimos anos no comando do FBI, para nós, e Geist, o interrogatório é uma oportunidade ímpar de se fascinar com a forma como o físico enxergava o mundo – e a oportunidade de ver Rush encarnando o físico de forma tão perfeita e dizendo uma de suas frases que ficou mais famosa: “Eu não acredito que Deus jogue dados com o universo”.
Fora dali temos a oportunidade de vislumbrar o que havia se tornado a vida do físico após ele finalmente provar sua teoria da relatividade: ela passaria a viajar o mundo, finalmente receberia o prêmio Nobele enfrentaria o fato de seu filho mais novo tentar tirar a própria vida. Foi nesse período que ele esteve nos EUA pela primeira vez, onde entenderia que, apesar de estar longe do anti-semitismo que tomava a Alemanha, os judeus ainda enfrentavam dificuldades nos outros países para que se mudavam.
Foi nesta época que Einstein se aproximaria do sionismo, ainda que nunca viesse a adotar de forma definitiva o movimento político dentro do judaísmo que viria a resultar na formação de Israel.
(Ainda que seja impossível falar com profundidade sobre o sionismo em uma pequena parte do episódio, achei interessante a escolha do roteiro de como mostrá-lo e nos permitir entender porque Einstein ficaria interessado. Nos anos 20 o movimento ainda começava a ser desenhado e estava muito ligado ao fato dos judeus sentirem que, ainda que abraçassem as culturas dos países em que viviam, sempre eram vistos como estrangeiros, um povo sem “sua própria terra”. A criação de Israel viria a sofrer muitas críticas pela forma que aconteceu e o movimento enfrenta resistência mesmo entre os judeus, mas todos que são apaixonados por história devem procurar conhecer mais sobre o tema)
Hoover não deixaria Einstein entrar nos EUA, mas o físico também tinha suas armas e após a divulgação da notícia da proibição de sua entrada aparecer nos jornais, o chefe do FBI precisaria voltar a trás. Esse trecho do roteiro nos lembra algo bastante interessante: Einstein seria o primeiro cientista a se tornar “pop”, derrubando a barreira que isolava esses homens da população em geral. Acredito eu que mais por sua personalidade que por suas descobertas – que ainda eram um tanto complicadas para o público em geral.