Imagino que olhar para Marte e dar de cara com a mensagem “Deus Salve A Rainha” escrita com pedras deve constar da lista de últimas coisas que verei de qualquer cientista da NASA, não é verdade? Do outro lado, foi uma ótima forma do Doutor chamar a atenção… Dele mesmo. Confesso: adoro essas jogadas que brincam com a relatividade do antes e depois quando o Senhor do Tempo está envolvido.
Empress of Mars é aquele episódio para voltarmos ao clima de aventura no tempo e espaço depois de uma sequência de episódios do Moffat que nos levam a questionar afinal porque o Doutor ainda nos ajuda, considerando que não somos lá grandes coisas enquanto espécie. E o episódio ainda trouxe mais um dos monstros clássicos da série – os Guerreiros de Gelo apareceram na série clássica e depois foram usados de novo por Gattis em Cold War.
Episódio em que a TARDIS também deixou o Doutor sozinho, lá em um submarino soviético, com que ninguém precisasse chegar perto dos controles. E eu ainda não entendi direito porque ela faria algo assim, tanto que fiquei esperando ela voltar com Nardolle e Missy imaginando que ela tinha ido atrás de ajuda e que Missy seria necessária para resolver a questão entre os guerreiros e o exército da Rainha.
Mas não, isso não foi preciso. Graças não somente ao Doutor, mas à Bill, afinal uma rainha prefere ouvir o que outra mulher tem a dizer do que um bando de homens barulhentos, e ao Sexta-feira.
Quando o trio desembarca em Marte e eu ouço Sexta-feira confesso que fiquei esperando descobrir que a história de Robson Crusoé na verdade teria sido inspirada por este guerreiro extraterrestre encontrado na Terra por um homem gentil – como eu hoje já acho que Sherlock Holmes, bem, você sabem, na verdade é uma linda extraterrestre.
E na verdade é isso que ficou para mim, afinal a Era Vitoriana aconteceu antes do lançamento do homem perdido sozinho em uma ilha.
De resto tivemos o clássico conflito que causa guerras: o líder de um lado se acha mais esperto, inteligente e poderoso que o outro; um lado não escuta o outro; os exércitos são formados de gente que faz o que mandarem, não importa o que seja. E olha que o Doutor sozinho não ia conseguir se fazer entender, não fosse, como já citei, a intervenção de Sexta-feira e Bill. Ah, sim, e do coronel que ao invés de fugir covardemente resolveu enfrentar seu medo.
Ah, e olha nós humanos de novo mostrando como somos difíceis: só porque o outro exército parece com “crocodilos”, já nos achamos mais inteligentes. Aqui provamos novamente sermos os mais tolos. Fico feliz que no final a paz tenha acontecido, uma pena que tantos soldados tenham sido mortos (impressão minha ou eles viravam meio que um tatu-bola?) antes das coisas se acertarem.
E amei o final, como Doutor ajudando a rainha a entrar em contato com o restante do universo (viu, gente, os emails ainda são úteis, já salvaram duas vezes só nessa temporada) e quem sabe começar a “nova era do ouro dos marcianos”.
Bom, que Nardole acabaria soltando Missy a gente já sabia, agora a questão é se ela vai realmente voltar fácil fácil para o cofre. Acho que ela realmente está tentando mudar, só não sei se isso é possível.
P.S. Armstrong foi o primeiro humano a pisar na Lua. O segundo Doutor e seus companheiros Jamie, Ben e Polly estiveram na Lua dois anos antes dele no episódio The Moonbase, mas o episódio se passava em 2070.
P.S. do P.S. Gatiss definitivamente é um fã da época Vitoriana, não? Esse deve ser, pelas minhas contas, o terceiro episódio escrito por ele que faz referência à época.
P.S. do P.S. do P.S. Eu não pensei que viveria para ver o Doutor citando Frozen.
P.S. do P.S. do P.S. do P.S. Eu acho que a gente devia parar com essa história de querer chegar até Marte, vocês não acham? Não tem um episódio de Doctor Who no planeta que acabe bem para os humanos.