Doctor Who: Empress of Mars (10×09)

Imagino que olhar para Marte e dar de cara com a mensagem “Deus Salve A Rainha” escrita com pedras deve constar da lista de últimas coisas que verei de qualquer cientista da NASA, não é verdade? Do outro lado, foi uma ótima forma do Doutor chamar a atenção… Dele mesmo. Confesso: adoro essas jogadas que brincam com a relatividade do antes e depois quando o Senhor do Tempo está envolvido.

Empress of Mars é aquele episódio para voltarmos ao clima de aventura no tempo e espaço depois de uma sequência de episódios do Moffat que nos levam a questionar afinal porque o Doutor ainda nos ajuda, considerando que não somos lá grandes coisas enquanto espécie.  E o episódio ainda trouxe mais um dos monstros clássicos da série – os Guerreiros de Gelo apareceram na série clássica e depois foram usados de novo por Gattis em Cold War.

Episódio em que a TARDIS também deixou o Doutor sozinho, lá em um submarino soviético, com que ninguém precisasse chegar perto dos controles. E eu ainda não entendi direito porque ela faria algo assim, tanto que fiquei esperando ela voltar com Nardolle e Missy imaginando que ela tinha ido atrás de ajuda e que Missy seria necessária para resolver a questão entre os guerreiros e o exército da Rainha.

Mas não, isso não foi preciso. Graças não somente ao Doutor, mas à Bill, afinal uma rainha prefere ouvir o que outra mulher tem a dizer do que um bando de homens barulhentos, e ao Sexta-feira.

Quando o trio desembarca em Marte e eu ouço Sexta-feira confesso que fiquei esperando descobrir que a história de Robson Crusoé na verdade teria sido inspirada por este guerreiro extraterrestre encontrado na Terra por um homem gentil – como eu hoje já acho que Sherlock Holmes, bem, você sabem, na verdade é uma linda extraterrestre.

E na verdade é isso que ficou para mim, afinal a Era Vitoriana aconteceu antes do lançamento do homem perdido sozinho em uma ilha.

De resto tivemos o clássico conflito que causa guerras: o líder de um lado se acha mais esperto, inteligente e poderoso que o outro; um lado não escuta o outro; os exércitos são formados de gente que faz o que mandarem, não importa o que seja. E olha que o Doutor sozinho não ia conseguir se fazer entender, não fosse, como já citei, a intervenção de Sexta-feira e Bill. Ah, sim, e do coronel que ao invés de fugir covardemente resolveu enfrentar seu medo.

Ah, e olha nós humanos de novo mostrando como somos difíceis: só porque o outro exército parece com “crocodilos”, já nos achamos mais inteligentes. Aqui provamos novamente sermos os mais tolos. Fico feliz que no final a paz tenha acontecido, uma pena que tantos soldados tenham sido mortos (impressão minha ou eles viravam meio que um tatu-bola?) antes das coisas se acertarem.

E amei o final, como  Doutor ajudando a rainha a entrar em contato com o restante do universo (viu, gente, os emails ainda são úteis, já salvaram duas vezes só nessa temporada) e quem sabe começar a “nova era do ouro dos marcianos”.

Bom, que Nardole acabaria soltando Missy a gente já sabia, agora a questão é se ela vai realmente voltar fácil fácil para o cofre. Acho que ela realmente está tentando mudar, só não sei se isso é possível.

P.S. Armstrong foi o primeiro humano a pisar na Lua.  O segundo Doutor e seus companheiros Jamie, Ben e Polly estiveram na Lua dois anos antes dele no episódio The Moonbase, mas o episódio se passava em 2070.

P.S. do P.S. Gatiss definitivamente é um fã da época Vitoriana, não? Esse deve ser, pelas minhas contas, o terceiro episódio escrito por ele que faz referência à época.

P.S. do P.S. do P.S. Eu não pensei que viveria para ver o Doutor citando Frozen.

P.S. do P.S. do P.S. do P.S. Eu acho que a gente devia parar com essa história de querer chegar até Marte, vocês não acham? Não tem um episódio de Doctor Who no planeta que acabe bem para os humanos.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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