The Good Wife: Discovery e KSR (7×09 e 7×10)

A Ruth vai precisar me explicar como é que a gente não se sentiria uma adolescente agarrada no braço do Jason, porque eu simplesmente não saberia lidar com aquele sorriso ali pertinho da minha orelha. Não saberia.

Discovery foi o episódio em que The Good Wife resolveu falar de racismo – assunto trazido à tona alguns episódios atrás por conta do processo de seleção dos novos associados da Lockhart Agos & Lee – e a coisa estava até funcionando bem, até desviarem por outro caminho.

Tudo bem, a gente sabe que aqui não é Boston Legal e que não temos Alan Shore e seus discursos de encerramento cutucando todo mundo, mas eu esperava um tico mais do resultado: sim, a Chumhum efetivamente alterou o tal programa ao invés de deixar um “band aid” no programa e também desativou o tal filtro seguro de seus mapas, mas o problema no final das contas não eram nem o programador com suas  piadas racistas ou a empresa, mas o reflexo da sociedade que eles mostravam. O não é nada demais que todo o dia rola na internet de uma forma ou outra.

O momento em que o fato da moça dona do restaurante já estar em crise muito antes do filtro se torna a saía perfeita, afinal deixar por menos na indenização não seria possível de outro jeito e nem dizer que tudo bem a maioria dos usuários serem brancos e por isso o filtro de segurança funciona daquela forma.

Devo dizer que este plano de demissão dos associados foi uma das coisas mais bem tramadas que eu já vi. Quem já não teve vontade de dar um ponta pé na empresa, no chefe, no trabalho, mas que você de uma maneira inesquecível? Pois bem, deixar as caixas de documentos espalhadas em uma sala de reunião e sobre a mesa os celulares corporativos foi uma sacada muito boa – não imagino Biff tendo essa ideia, mas eles capricharam.

Mas o drama da Lockhart Agos foi menor dentro de KSR, servindo mais para que eles fossem obrigados a contratar a Monica do que para qualquer outra coisa.

KSR foi um episódio sobre o amor. Sim, eu fui irônica.

Não bastasse a Alicia ter de lidar com aquele cliente nojento, como Lucca pontuou muito bem, ela ainda teve de aceitar que Jason não estará ali do lado para uma olhada daquelas ou um pegar de braço. Para piorar, só descobrir que o amor de sua vida foi perdido porque alguém em quem você confiava – pero no mucho – apagou uma mensagem de seu celular sem que você soubesse.

E se você, como eu, ficou com pena de Eli, esqueça. Ele perdeu Courtney e então resolveu ajudar Alicia, mas seis anos são tempo demais para um segredo como esse, ainda mais agora que ela nada pode fazer sobre isso. Outra coisa: e se Will estivesse vivo, Eli também arriscaria tudo? Sei lá, eu não acho que Eli realmente entendeu o que fez, ele está magoado por perder alguém, mas no dia seguinte ele já estaria pensando na campanha de novo.

Agora, esta pode ter sido uma ótima jogada para fazer com que Alicia pare de enrolar e, quando Jason retornar, ela finalmente faça algo por seu coração ao invés de por sua cabeça.