Supernatural: We Happy Few e Alpha and Omega (11×22 e 11×23)

Depois de um temporada em que os roteiristas de Supernatural conseguiram levantar a moral e entregar uma trama principal que realmente nos empolgou – algo que não acontecia desde a trama original encerrada na quinta temporada – eu confesso que esperava mais do final. Bem mais.

Enquanto We Happy Few nos empolgou ao colocar lado a lado os Winchesters, Deus, Lúcifer, Rowenna e Crowley, anjos e demônios, Alpha and Omega deixou uma sensação absurda de frustração após optar por um final bem água com açúcar, cheguei a desejar que a trama se arrastasse para a próxima temporada e vocês sabem que não sou disso.

Supernatural We Happy Few 11x22

A tensão do penúltimo episódio não era à toa: não dava para errar com Amara, o plano precisava derrubar a irmã de Deus de uma vez e garantir que a humanidade sobrevivesse. Além disso, ouvir Deus admitindo que estava errado em algumas coisas e que Lúcifer não era o egoísta sem coração que todo mundo repetia já indicava que a coisa não seria fácil – são milhares de segredos e desentendimentos empurrados para debaixo do tapete.

Bom, plano decorado, todo mundo ciente de seu papel e faltavam poucos minutos para o fim do episódio, o que pra mim significava que o confronto seria o grande momento do final de temporada.

Ao invés disso vemos uma Amara um tanto resignada chegando ao “local do encontro”, ela pouco se defende, nem mesmo de Rowenna, ela apenas faz o necessário para encontrar seu irmão e mesmo então a vemos sucumbir facilmente enquanto acredita que ele está ali para matá-la. Apenas podemos imaginar a tristeza que ela sente até ali – até porque a lavagem de roupa suja entre os dois não foi muito grande.

Só que quando Deus diz que ela será presa de novo ela não aguenta e lança toda a força economizada de uma vez só nele, que então cai.

Então é claro que começamos o episódio seguinte sem saber o que pode acontecer. Se toda aquela força reunida não foi capaz de derrotá-la, se Deus está caído, se Lúcifer está caído, o que a gente faz agora? Plano B? Plano C? Bem, a nossa sensação não era diferente do que víamos na tela, quando Dean prefere encher a cara e esperar pelo final do mundo.

O único consolo inicial é termos Castiel de volta, mas com Deus a beira de morte isso não é lá um consolo e tanto.

Apenas Sam se mantém insistindo de que precisa existir um caminho e no final eles encontram. Algo bobo até se considerarmos o que tínhamos visto até aqui: se Amara é a escuridão, sua fraqueza é a luz. Tipo de coisa que deveria ter sido dita por Deus lá atrás, não é verdade?

Bem, com um Deus a meia força e o sol morrendo no céu, Sam e Dean precisam juntar almas para fazer uma bomba de luz e eles acabam encontrando a melhor pessoa para ajudá-los: a Ceifeira. Devo dizer que curti bem as cenas no sanatório, ainda que toda essa história de bomba já estivesse atravessando na garganta, e achei a ideia da Ceifeira ajudá-los tirada da cartola.

O problema é que a coisa aí já começava a parecer um tanto “colcha de retalhos” com ideias que poderiam ter sido usadas ao longo da temporada para enfrentar Amara antes de apelar para Deus – porque eu fico completamente inconformada dele não ser a maior força que existe para enfrentá-la.

Quem tem de carregar a bomba? Sim, Dean, aquele que pode se aproximar dela a hora que quiser, mas que já tinha provado não ser capaz de machucá-la. Nessa hora eu já comecei a achar que a história ia tomar um rumo que eu não ia gostar – ainda mais porque eu duvidava que Dean acionasse a bomba, já que a Ceifeira deixou claro que se ele morrer, agora não tem volta.

Pois bem, acertei duplamente e a opção do roteiro foi apelar para o lado bom da Amara. Na verdade isso começou antes mesmo de Dean aparecer, quando ela começa a conversar com uma senhora que alimenta pássaro e começa a falar sobre família ser assim mesmo: alguns dias você odeia, em outros você ama, mas você não vive sem.

Amara já estava nessa “vibração” quando Dean aparece e também começa a falar sobre família, sobre ser isso a única coisa que ele quis na vida e whiskas sachet,

Seriously? O maior perigo já enfrentado pelos Winchesters desde o apocalipse podia ser derrotado com papo de auto-ajuda? Eu não amei tanto essa temporada para ver isso!!!

Supernatural Aplha and Omega 11x23

Mas foi isso que eu ganhei. Eu e você vendo Deus e Amara se entender e subirem aos céus num redemoinho de luz e escuridão porque todos nós somos luz e escuridão e ninguém é totalmente ruim e acho que os roteiristas simplesmente não sabiam mais o que fazer.

Só que eles também já aprenderam que basta acenar com uma boa ideia para a gente voltar ao que vem, não é mesmo?

Amara fica tão feliz com o fato de poder ficar ao lado do seu irmão que dá a Dean uma chance de ter uma família trazendo de volta sua mãe – aquele momento em que a gente pensa que podia trazer o pai também, né? Eu juro que não faço ideia do que isso vai significar a esta altura do campeonato, mas pelo menos eu acho que isso significa que ela não voltou como fantasma ou algo assim.

Não que Dean tenha muito tempo para se preocupar com isso, já que o manda-chuva dos Homens das Letras resolveu dar o ar de sua graça, ou pelo menos enviar uma emissária, para demonstrar sua insatisfação na forma como Sam e Dean andaram conduzindo as coisas e Sam acaba preso.

Por mais que eu ame a ideia de explorarem a história dos Homens das Letras, trama que eu amei desde o princípio, ela já começa com um furo para mim: eles sabendo de tudo que estava acontecendo e detendo todo o poder escolheram simplesmente ficar olhando enquanto o mundo podia acabar?

Olha, tem dia em que é realmente difícil ser fã de Supernatural.

P.S. Moça loira: já não gostei de ti.

P.S. do P.S. Logo o Dean falando sobre amor, família e essas coisas. Logo o Dean.

 

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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