X Company: Pilot e Trial By Fire (1×01 e 1×02)

O que dizer dessa série que acabou de chegar mas que já significa tanto pra mim? Não tem como ser outra coisa a não ser: PUTA série boa!

Sim, X Company chegou chegando no sábado passado em episódio duplo e me fez ficar acordada até bem mais tarde do que eu sempre fico e ainda assistir a uns pedaços das reprises no dia seguinte – no domingo a série reprisa pela manhã e a tarde no History Channel – e que foi capaz de deixar até a minha mãe, que não liga nada para séries, tão aflita como eu na cena da ponte.

Tudo que podia dar errado ali deu: o cabo caindo da ponte, depois Harry se virando para não ver a explosão e soltando os fios, a menina aparecendo no momento exato, as botas que Neil tinha cortado para que lhe servissem, o homem que Tom não havia matado se soltando e avisando aos alemães sobre a armadilha. Dali em diante eu não consegui assistir sentada e gritava “detona” ainda que entendesse Aurora pedindo para que Harry não o fizesse.

Aurora que naquela cena foi a melhor representação do que nos diferencia nestes momentos impossíveis de uma guerra e que poderia ser facilmente confundida com fraqueza: pensou nos outros.

X Company Pilot 1x01 s01e01 Harry

Ainda que até ali eu ainda não tinha sido fisgada, o que não podemos falar é que a série tenha nos poupado de momentos difíceis enquanto acompanhávamos a primeira missão da equipe do acampamento X em ação na Europa: numa pequena cidade da França eles buscam informações sobre os alemães quando a cidade é ameaçada de extermínio porque um dos membros da equipe é descoberto.

A equipe está então na torre da igreja transmitindo uma mensagem a seu chefe, Duncan Sinclair (o lindo do Hugh Dillon), e pedindo autorização para agir. São apenas poucos minutos, mas o bastante para já nos dar uma amostra do que viria: a equipe descoberta precisa se esconder como pode para não comprometer ainda mais as coisas e apenas uma gota de suor consegue prender nossa visão quando por tão pouco todos ali poderiam morrer.

Somos então transportados de volta ao acampamento para conhecer Alfred, o improvável candidato à agente que tem sinestesia – seus sentidos são interligados de tal forma que ele associa cores, sabores, aromas – e tem uma memória fotográfica invejável. O que poderia ser um trunfo para qualquer exército esbarra no fato de que, justamente por seus “dons”, ele ser altamente sensível a tudo e ter vivido os últimos anos de sua vida trancado dentro de casa.

A cena de sua entrevista, em que ele faz um apanhado de tudo que acontece no acampamento apenas com base no que ele viu, é daquelas pequenas cenas que temos prazer de ver de novo, de novo, de novo.

De volta à França nos vemos envolvidos na cena da ponte, aonde os pequenos acidentes nos mostram o quão é difícil estar ali, na frente de batalha, quando o planejamento conta tão pouco. O roteiro também abre espaço para o improvável: a pequena garota Annie é salva duas vezes por um soldado alemão que sonhava ser médico, mas que foi obrigado a seguir para a guerra. Na segunda vez em que ele a salva, ele acaba morto por outro alemão.

Eles cumprem sua missão, mas perdem um “soldado”: Rene leva um tiro e cai do rio, desolando a todos. Pelo menos até o momento em que Alfred lhe diz que ele pode ter sobrevivido por conta da maré. E a gente torce para que isso seja verdade, afinal não é nada mal ter um lindo como François Arnaud na tela.

O segundo episódio começa mais leve, com a equipe tentando treinar Alfred para que ele possa realmente ajudar quando em campo, só que aqui o problema é tempo: ele nem termina seu treinamento básico e é enfiado com a equipe em um avião de carga para que eles possam conseguir interceptar dados sobre os próximos ataques alemães.

Enquanto Tom e Aurora se mostram mais dispostos a ajudá-lo, Neil está cheio de restrições: ele perdeu sua família na Inglaterra por causa de um bombardeio alemão e qualquer coisa que se coloque no caminho dele e da chance de acabar com eles não conta com sua paciência. Ele mostra isso na ponte, quando Harry se mostra reticente por conta das pessoas que serão mortas, e depois mostra isso ao não querer Alfred no campo com ele.

Alfred e Tom são os destaques do segundo episódio: o primeiro trava na sala em que eles tem de obter as coordenadas, por conta dos fogos que comemoram o aniversário de Hitler, mas se recupera a ponto de não somente ajudar Neil a se livrar do corpo do alemão que aparece inadvertidamente, como ainda lembra-se de tudo na sala de maneira a não deixar rastros da presença deles ali.

Já Tom fica em uma fazendo com a família francesa que tentou prendê-los e consegue manter os pés no chão de tal maneira que ninguém seja morto de forma desnecessária – de novo a diferença entre os mocinhos e os bandidos aparece aqui.

No acampamento o foco é de novo em Sinclair, que é obrigado a tirar as informações certas de um alemão preso para garantir que a equipe não perca a viagem.

Ao final do episódio uma cena que me lembrou muito de O Jogo da Imitação, filme sensacional estrelado por Cumberbatch: de posse das informações sobre os próximos bombardeiros eles precisarão escolher quem salvar de maneira aos alemães não descobrirem o que eles tem em mãos.

E Alfred, que mal sobreviveu a tudo que viveu e sentiu, tem o pequeno consolo de saber que, por sua causa, vidas foram salvas, numa linda cena entre ele e Aurora – sim, ele já está apaixonado por ela que eu sei.

X Company Trial By Fire 1x02 s01e02 Aurora Alfred

 

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. isso mesmo Si, estava querendo me lembrar do filme que lembrou esse segundo episódio e foi o Jogo da Imitação

    o History está arrasando, primeiro foi com Filhos da Liberdade e agora com X Company e em breve teremos Rei Tut

    confesso que fiquei me lembrando dos personagens anteriores interpretados pelos atores, como o Dillon em Flashpoint, o Tom em Supernatural e mais recentemente Harry sendo a vítima de Dean, o Neil em Luther e Good Cop que assisti na BBC HD me deixando triste pois não terei mais esse canal, a Aurora de Orphan Black

    apesar de toda a tensão foi uma delícia poder assistir a 2 episódios de uma série que já me pegou no primeiro minuto, e nos faz pensar em como essa guerra foi insana

    e torcendo com toda força para que Rene realmente tenha se salvado pois é outra carinha linda que acompanhei assistindo Borgia

    ahhh e ainda tem a Freddie Lounds de Hannibal

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