Duas coisas são marcantes neste episódio de The Good Wife: Cary sabe, assim como eu, que ele vai se ferrar no final; poucas séries tratam de forma tão interessante a questão do ateísmo como esta.
Com relação ao Cary a grande questão é que não existe muito o que ser feito: entregar Bishop? Ele não pode e se o fizer acaba morto. A promotoria não desistirá dele tão cedo, ainda mais neste novo cenário com Alicia batendo de frente em Costa.
Sim, foi extremamente gratificante ver a tal agente de condicional depondo a seu favor e tudo que ela falou ali – mesmo que todos tenham contado alguma mentira para ela – era pura verdade. Mas não existe jeito certo de fazer o errado e logo logo a promotoria encontra outra ponta solta, outro encontro indevido, outra coisinha que vai pegá-los pelo pé. De novo.
E conviver com essa tensão está me matando (considerem que esse é só o terceiro episódio e imaginem uma temporada toda nesse sofrimento).
Já falando sobre religião: Alicia e Dean se vêem defendendo um caso frente a um mediador religioso, alguém que eu desconhecia a existência e que ganhou o roto querido do Robert Sean Leonard, e com isso precisam aprender um pouco mais sobre o que a religião diz e não a lei.
Tal necessidade gera uma conversa magistral entre Alicia e Grace, que simplesmente justificou a existência da guria e essas suas viagens ao longo das temporadas anteriores, porque o interesse de Alicia é sincero. Ainda que atéia, ela não quer fazer graça do que está escrito ali.
No instante seguinte, de volta a mediação, vemos a troca de justificativas bíblicas para este ou aquele ato e, finalmente, réu e acusador fazendo um acordo que deixa os advogados sem dinheiro. Ainda que com novos conhecimentos.
A dinâmica do episódio, os cortes entre as duas linhas de narrativa, foi graciosamente conduzida e ainda que o casal Cary e Kalinda tenham tanta química para mim quando sopa de chuchu sem sal, tornaram este episódio em algo delicioso de se ver.
E Alicia concorrendo? Bom, pela narrativa eles parecem que vão realmente investir nisso e por enquanto eu não farei juízo de valor sobre o assunto – que, sabem, não me agrada – afinal eles acertaram tanto em todo o resto…