Dracula: The Blood is the Life (1×1)

Eu era uma pré-adolescente quando devorei o livro Drácula, de Bram Stoker, em questão de dias, poucos dias. O livro é excelente, até hoje um dos melhores que li em minha vida, e é impossível não viajar durante a leitura.

Quando o filme estrelado por Gary Oldman e Anthony Hopkins estreou em 1992 eu lidei bem com um pouquinho de decepção que a adaptação me trouxe, algumas mudanças feitas na personagem interpretada por Winona Ryder principalmente. Hoje eu olho para trás e percebo que elas foram feitas para que ele tivesse um tanto mais de romance, um pouco menos de terror, algo que cabe bem no cinema.

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De toda forma, o filme foi excelente ao retratar o sofrimento de um home pela perda de sua esposa e da raiva que pode nascer da injustiça – não entrarei em detalhes do livro aqui, mas conto para quem quiser – que o personagem original já trazia no livro.

Além disso, Gary Oldman fez aquilo que faz de melhor: arrasou no papel e deixou sua marca.

Então, vejam bem, eu não era uma desavisada ao sentar para assistir ao piloto dessa nova série, eu já havia passado antes pela dor da comparação e estava disposta a ver o que tinham feito e se tinha funcionado.

Ao terminar o piloto de Dracula eu não sabia o que sentia. Já passaram por isso? Fiquei pensando se eu queria tanto gostar que estava mascarando os erros ou se o que ela tinha de positivo compensava esses erros.

Erros, pra mim: o tom exagerado, o vermelhão do sangue, o Jonathan Rhys Meyers como vilão – e dizem que ele seria um vampiro perfeito, acho que pensavam num “vampiro diferente” do do livro, sabem? -, os diálogos ruins, a tal ideia da “energia sem fio” que ele usará para acabar com a Ordem do Dragão,  que seria responsável pela morte da esposa dele no passado e, mais que tudo, um Van Helsing amigo do vampiro.

Dos acertos: as sacadas que mudam o enredo de forma a torná-lo mais moderno, como a dupla de caçadores de vampiros falando que Jack o Estripador foi uma invenção para que as pessoas não soubessem da existência dos vampiros, e o braço direito dele, que tem a difícil missão de controlar os exageros do vampiro para que o plano deste tenha chances de dar certo.

Ah, e as locações!! Gente, que Londres de sonhos!

O problema é que entre erros e acertos eu fico com aquela impressão de que qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, pode acontecer: a série pode ficar muito boa se apostar no que tem de bom e se me convencer que um Van Helsing no lado negro é uma boa ideia. Ah, um pouco mais de ação pode compensar os diálogos fracos.

E a série pode se tornar a bomba da temporada.

A esta altura eu não faço qualquer aposta.

P.S. Ainda que não tenha sido um sucesso de largada, só o fato de não termos vampiros que brilham já é vantagem.

P.S. do P.S. Juro que não é mau agouro, mas com a situação da audiência de Drácula lá nos EUA, eu não apostaria em uma segunda temporada.

P.S. do P.S. do P.S. Não é crime fazer ator britânico (ou irlandês, ou escocês) ter de disfarçar o sotaque? Se não é, devia.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

7 Comentários


  1. os pontos positivos da série pra mim seriam as locações, o glamour da época, e o fato de enfim apresentarem o Dracula e não qualquer vampiro, é o Dracula, mas mesmo assim o piloto foi ruim de dar dó, as falas são um terror, como conseguiram errar tanto nas falas sem conteúdo e sem carisma nenhum !!!

    querer apostar em um Dracula diferente é muito louvável, afinal temos os Sherlocks de UK e US além do Robert Downney Jr tão maravilhosos, que eu fiquei entusiasmada em ver o Jonathan Rhys Meyers como Dracula mesmo fingindo ser americano sabendo da sua procedência britânica

    a guerrinha entre o Dracula e esse povo sei-lá-de-onde é muito absurda, e Van Helsing como BFF de Dracula não caiu bem mesmo

    e por incrível que pareça a audiência da série tem chances de renovação, caso venha o cancelamento será um marco em séries com o tema de vampiros pois até hoje sempre teve mais de 1 temporada as séries sobre vampiros, e seria de se esperar o mesmo para uma série em que o vampiro é nada menos do que ele o Dracula

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  2. Simone, assino embaixo sobre o que vc falou a respeito do livro. Também li na adolescência, e cada página que foleava, me dava arrepios, mas mesmo assim não conseguia parar de ler, de tão bom que era.

    O 1º episódio me deixou com a sensação de ambiguidade, gostei das locações e do toque de modernidade; mas não estou engolindo a história do Van Helsing amiguinho do Drácula.

    Vou continuar assistindo para ver no que vai dar, se ficar igual Once Upon a time, eu abandono.

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    1. Eu vou pensar ainda se me “esforço” para assistir, sabe? Como semana que vem Elementary volta, pode ser que eu emende. O dessa semana já perdi.

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  3. Nem vou dar spoilers, mas já vi a temporada inteira. Amo Jonathan Rhys Meyers desde “The Tudors”, “Match Point” e o filme sobre Elvis Presley, então também me decepcionei. Achei que ele seria um Drácula perfeito, mas a série não ajudou.
    Além disso, com aquele sotaque lindo (e todo o resto) ter de falar com sotaque americano. Mas, mesmo estando sozinho com seu ajudante, ele continuava fazendo o sotaque americano? De onde afinal ele era?
    A atriz que faz a Mina não ajuda, bonitinha e muito sem graça.

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  4. Gostei muito, porque até então tem tanto reprises e porcarias passando e gostei dessa repaginada ,Jonathan esta ótimo figurino iluminação espero que não caia a produção.

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