Elementary: Poison Pen (2×4)

Todos temos nossos esqueletos no armário, nossos pesos de outros tempos, nossas frustrações. Como cada um sobrevive? Não existe uma fórmula acertada e a verdade é que alguns nem sobrevivem, não de maneira saudável, quando o dano é profundo. Muitos encontram algo que os mantenha acima da linha de insanidade. O Sherlock que admiramos encontrou essa linha quando investigou seu primeiro assassinato, mas eu fico pensando se ele não encontraria na investigação seu meio de vida, fossem quais fossem seus esqueletos.

Elementary: Poison Pen (2x4)

E começo a desconfiar que esta será a temporada do “nossa, mas esse episódio foi ainda melhor que o último”, não é verdade?

Tudo começou quando Sherlock quis ajudar sua amiga Mistress que, ao chegar na casa do cliente, deu de cara com ele mortinho da silva e vestido de macacão de látex. A partir daí minha mente já estava borbulhando imaginando as caras de Gregson, Watson e Bell com a situação e as respostas que Sherlock daria ignorando completamente o “estranho” da situação. E a realidade foi melhor que o que eu imaginei.

Sim, quando a babá apareceu eu já pensei que ela poderia ser culpada, mas mesmo na sua previsibilidade Elementary dá um jeito: ela era uma assassina, mas de outro crime. Ela foi a primeira assassina que Sherlock investigou, a primeira culpada que ele descobriu juntando pistas em frases não ditas ou em pedaços de verdade disfarçados. Foi graças ao crime dela que ele conseguiu se libertar do bullying dos “colegas” de escola e do relacionamento difícil com seu pai.

E eles continuaram surpreendendo: a verdade sobre a relação da vítima com sua esposa, com seu filho. Sherlock sendo sincero ao revelar para ela quem ele era, sendo sincero ao entender porque ela assumia a culpa do crime cometido pelo menino – como uma forma de espiar seu próprio crime, talvez? – e, mais importante, sendo sincero ao se colocar a disposição daquele menino.

Quantas pessoas realmente sentem quando dizem que podemos contas com elas?

P.S. Sim, um  Sherlock humano pouco tem da imagem que temos do original, certo? Mas de forma algum eu sinto que isso empobreceu a versão americana do detetive.

P.S. do P.S. Parece que Watson não avançou com o moço que apareceu em sua casa. Ainda bem.

P.S. do P.S. do P.S. Adoro pessoas que olham a vida como ela é mesmo, sem preconceitos, como Sherlock faz. E acho engraçado que as pessoas tendem a achar tipos assim “esquisitos”.

P.S. do P.S. do P.S. do P.S. Sim, eu sei que Sherlock ainda tenta se manter acima da linha de sanidade, resolvendo enigmas ou não.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

7 Comentários


  1. Tomara que aquele sujeito nunca mais bata à porta da Joan.
    Você pode até não acreditar, mas desde a primeira cena desconfiei do assassino. Ele ficava olhando disfarçadamente pro Sherlock toda hora.

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  2. Si,

    eu fiz um texto uma vez falando das diferenças entre as duas séries, e havia dito que enquanto a britanica que é genial mudava o sherlock de epoca, mas não o personagem (é aquele sherlock holmes iconico, com um excelente trabalho de cumberbatch). esta versão norte americana foi esperta ao mostrar que sherlock é gênio, mas que se dedicou para se tornar isto. tanto que ele tem feito o mesmo com Watson, e isto achei brilhante, algo mais aceitável para os dias de hoje. e o contato dele com Watson tem feito com que ele se importe, ou ao menos entenda, que suas ações refletem nos outros. e passando o que ele passou com Irene, acho que ele passou a entender mais questões que envolvem sentimentos alheios.

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    1. Acho que nem é a questão de ser mais plausível, mas o fato de conseguirmos nos identificar mais facilmente com ele, criar empatia.

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      1. Ah, eu me identifico com o da BBC… ok, não sou normal. 😛
        Sério, essa coisa de só 3 episódios por temporada tem o efeito colateral de atrasar o desenvolvimento dos personagens e a consequente empatia. Os fanáticos (eu! eu! eu!) pegam pequenos gestos e microexpressões como indícios de amadurecimento do Sherlock durante a convivência com o Watson, mas não é como ter 22 episódios. Acho até que a BBC faz muito em apenas 3 episódios a cada, sei lá, dois anos. (Eu sofro…)

        O Sherlock de Elementary amadureceu, sim, mas continua um tanto inepto socialmente – e espero que continue assim. 😛

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  3. Assisto a Elementary e gosto do Sherlock da série, mas concordo com a Lu sobre o magnífico Sherlock da BBC… Também me identifico muito mais com o personagem do Benedict!

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