Mudar de opinião faz parte do processo de amadurecimento, acontece quando percebemos que estar certo sobre tudo não é tão necessário quanto entender o mundo a sua volta com olhos mais abertos, deixando-se influenciar por quem sabe mais do que você, viveu mais do que você. Então admito que, em Unintended Consequences, The Newsroom me fez mudar de opinião sobre várias coisas.
Primeiro, sobre Maggie: eu achava que sua dificuldade em lidar com a confusão pessoal em sua vida havia sido muito mais representativa que sua viagem à África, mas quando vi as cenas dela lendo aquele livro vezes e vezes em seguida – quantas teriam sido? – e o fascínio que ela despertou naquele pequeno menino e o que ele despertou nela eu vi que não. Maggie não está ruiva e de cabelos curtos à toa, mas porque se sentiu responsável por aquela morte tão inútil, tão injusta.
Só que ela não é mais responsável que qualquer um de nós, que seguimos nossas vidas sem vivenciar as guerras que pouco espaço ganham na televisão. Que não sabemos dos meninos perdidos que nunca viram cabelos dourados do tipo que trazem problemas. Maggie não teria nunca como ser a mesma depois do que viveu e, em certa medida, o caos que está o seu cabelo apenas representa os muitos sentimentos que ela sente agora, quando parece tão pequenina.
Dou um ponto extra aos roteiristas por toda essa história.
Segundo, sobre o OWS: quando a temporada começou eu apontei meu especial interesse nessa trama por conta de tudo que acontecia por aqui com os protestos pacíficos nas diversas cidades. Acho que, em certa medida, queremos todos ter um tanto de revolucionários, queremos mudar o mundo, queremos que ele seja mais justo. Então aqueles garotos que ocuparam por semanas um dos endereços mais caros do mundo me fascinavam, assim como aqueles que saíram as ruas por aqui. E eu acho que eles tem sua razão, mas Will me ensinou sobre a necessidade de líderes e foi impossível não enxergar a lógica do que ele dizia e pensar que não basta apenas querer ser revolucionário, é preciso desenhar um caminho claro, é preciso ter uma meta clara, é preciso ter um líder.
Ao mesmo tempo em que foi impossível não pensar neste episódio durante horas seguidas após assisti-lo porque minha cabeça fervilhava por conta das novas conclusões, ele também reafirmou algumas de minhas certezas: Jim é o melhor cara do mundo, ainda que sujeito a tantas e tantas cabeçadas. Sim, a gente já sabia que a atração entre ele e a jornalista ia se concretizar, ainda assim foi impossível não sorrir quando eles se beijaram e foi impossível não concordar com ele quando ele disse que sempre acaba interessado nas malucas de plantão. Jim é um idealista e é impossível uma romântica como eu não se encantar por ele. Ao mesmo tempo ele está fadado ao destino de quase todo herói romântico: ter seu brilho reconhecido, se reconhecido, apenas no final da história.
Em sua jornada, ainda que confirmando o que eu já sabia, ele também teve sua lição de que nada é tão simples, nada é tão claro, nem toda bondade é só bondade e nem toda justiça serve para todos. Taylor traz a amargura de quem aprendeu isso da pior maneira e em sua conversa com ele tenta ensiná-lo de forma mais fácil.
Finalmente, o episódio foi uma aula sobre pertencimento. Pertencer a um grupo, fazer de sua profissão, no caso o jornalismo, sua casa, sua identidade. É isso que todos fazem ali ao correr atrás do que não sabem exatamente o que é apenas para contar a verdade. Neste momento eu senti inveja de cada um dos desajeitados e apaixonantes personagens dessa história.
P.S. Agora, o alívio cômico – bastante necessário em um episódio tão denso (ainda mais se você pensar em Jack McCoy fazendo isso):
P.S. do P.S. E na fanpage do blog tem um dos melhores diálogos deste episódio de The Newsroom. Clica aqui.
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Arrasou, Si!!! e assino embaixo…
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:****
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Também vejo o McCoy toda vez que olho pro Charlie. 🙂
A Maggie é uma das minhas personagens menos favoritas, mas nesse episódio ela me fez chorar.
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Estamos juntas até nisso…
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Sinceramente, me dá tristeza ver o ator que fez o Jack McCoy fazer um personagem assim… Mas enfim, não consigo gostar da série, é mais forte do que eu!
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Ai Fabi, não adianta mesmo, risos. Eu amo amo amo amo amo amo amo a série, o Charlie, o Will. Casava com o Will, de boa.
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excelente texto chefinha, excelente
balançou, qndo ela ficou repetindo o som da bala, fiquei aflito.
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Foi daqueles episódios que você sente na pele, literalmente. Beijos Querido!