Sinopse
Sira Quiroga é a encantadora costureira que protagoniza esta aventura. Um dia, Sira se apaixona loucamente e parte de Madri para o romântico Marrocos, meses antes da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), para ter sua inocência triturada pelos caminhos da vida. Porém, se transforma uma vez mais para mergulhar, durante a Segunda Guerra Mundial, em um novo mundo, agora repleto de espiões, impostores e fugitivos.
Hummm, vamos ver: fala de uma costureira, já interessou. E ela é espanhola, questão de sangue. E se passa durante a Segunda Guerra. Tá, eu precisava do livro. E eu o ganhei de uma amiga querida no final do ano passado como presente de amigo secreto, perfeito!
E eu não me decepcionei: O Tempo Entre Costuras é uma leitura deliciosa. Risco em detalhes, o livro tem sua ação centrada inicialmente no Marrocos, depois em Madri, com alguns bons momentos em Lisboa. Sira é uma moça criada entre costuras, ajudando sua mãe em um elegante ateliê de Madria, quando tem seu coração roubado por um elegante senhor.
Essa paixão vai mudar sua vida de muitas formas, mas jamais da forma como ela imaginaria que poderia acontecer.
E essas mudanças tornarão sua vida mais rica não só por conta de suas aventuras num mundo em que a espionagem era feita por profissionais e amadores, mas também pelas pessoas que cruzarão seu caminho: uma dona de pensão muito peculiar, um delegado de coração grande, apesar da aparência durona, uma inglesa sobrevivente, um espanhol apaixonado pela cultura árabe. Cada um deles fará com Sira, a protagonista, mude um pouco, se desafie um pouco, amadureça outro tanto.
O livro cobre o período entre os anos 30 e final dos anos 40 e nos ensina sobre a história da Espanha e também sobre moda. Ah, também é fácil entender porque alguns comparam a autora à Ruiz Zafon, seu conterrâneo, mas sinto que isso acontece mais pelo período retratado pelos dois que pelo estilo ou mesmo pelo conteúdo de suas histórias – a trama de Maria Duenas é bem mais pé no chão.
Ah, vale destacar que a linguagem do livro é linda, fazia tempo que eu não lia um livro com tão boa escolha de palavras – tradução carinhosa de Sandra Martha Dolinsky.
Eu diria que o livro tem apenas um defeito, a despeito do qual você deve ler o livro, porque a experiência é gratificante. Quer saber o defeito? Você poderá ler por sua conta e risco selecionando o texto a seguir, que parece em branco, com o mouse: O Tempo Entre Costuras finaliza em aberto, ou seja, desconhecemos o destino dos personagens pelos quais nos apegamos ao longo do caminho, tendo apenas hipóteses lançadas pela autora em um epílogo. Confesso ter ficado um tanto decepcionada.
P.S. Gostou? Dá uma olhadinha no blog da autora.