Depois de um retorno bastante morno, Criminal Minds acerta o passo e nos entrega uma história no mínimo intrigante.
Ralph Steadman escreveu: “O mal está sempre planejando a mais corrosiva miséria, através da necessidade do homem de se vingar pelo seu ódio.”
Matar com um motivo é mais defensável que matar por matar? Calma, não responda ainda: alguém matar o assassino de sua filha de 8 anos, que também estuprou a menina, é mais defensável que matar alguém apenas porque sente prazer nisso?
Se a gente tivesse que responder a esta pergunta em um esquema responda-sem-pensar é provável que disséssemos sim – até porque isso não implica em estar defendendo ou não uma assassinato em particular. Agora, pessoas que chegam a este ponto da vingança não teriam, na verdade, um lado psicopata adormecido?
Acho que essa é a grande questão da noite quando analisamos este episódio de Criminal Minds: claramente uma das assassinas da noite, apresentadas logo no começo do episódio para mudar um pouco o modelo padrão, claramente demonstra um “gosto” pela coisa que a diferencia da segunda assassina, que busca um fechamento para o sofrimento que sente, mas que não se sente “confortável” em sua vingança.
E a jogada maior é fazer com que seja justamente ela a ser presa no final. Como se a outra, conduzida a matar, que sente culpa, que teve seu sentimento de perda usado pela primeira, fosse menos culpada. Ou vocês que também não acharam que foi bom ela ter conseguido escapar, que ela não merecia ainda acabar presa depois de tudo?
Além disso, pra nos inclinar um tanto mais nesse sentido, eles transformam a última vítima numa pessoa desprezível, num homem que estupra e mata garotinhas. Aí o nosso lado que deseja justiça – o mesmo que ficou torcendo em Avenida Brasil ou Revenge – tem mais motivo para dizer bem-feito.
Hummm, será que devemos nos preocupar em nos sentir desta forma? Acho que não, afinal, e ainda bem, é tudo ficção.
“Se ganhar, não diga nada. Se perder, diga menos ainda.” – Paul Brown
P.S. Rossi fugindo das férias (muito quente, muitos parentes…).
P.S. do P.S. Aliás, esse foi um episódio todo dele, então é claro que eu adorei.
P.S. do P.S. do P.S. A referência a Pacto Sinistro era tão óbvia que, se Reid não citasse, eu é que não ia me conformar.
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E é por isso que amo Criminal Minds, porque nos faz pensar em assuntos que gostaríamos que nem existisse