Que sejamos o que nós não consumimos!

O que nos define? Se você perguntar por aí com certeza encontrará dezenas, centenas de teorias e respostas. Uma delas é importante considerar: você é o que você é e não o que você consome.

E porque eu estou falando isso:

Semana passada eu conversava com minha psicanalista sobre dura constatação de que a depressão hoje é o segundo motivo para o afastamento das pessoas de seus trabalhos. Não sei se nunca se trabalhou tanto, mas com certeza as pessoas nunca ficaram tão frustradas com a forma como sua vida está sendo consumida pelo trabalho.

As pessoas muitas vezes querem uma promoção ou um novo salário não para realizar um sonho, mas porque a outra pessoa ganha ou tem, porque “precisam” comprar aquele algo imperdível que os outros tem, mesmo que não seja tão úteis para elas.

O outro lado da moeda é que nunca tantas pessoas abandonaram diploma, carreira, formação para tentar algo novo, algo seu. Que muitas vezes significa trabalhar mais que antes, mas em diferente equação, porque se trabalha por um sonho seu, do seu jeito, pelos seus valores.

E sabe que é lindo ver isso? Ver a mudança acontecendo tão de perto? No meu caso: ter essa mudança em sua vida?

Chegamos ao assunto porque constatei, nos últimos dias, que eu me preparei sim para largar tudo. Não foi fazendo uma super poupança para os dias que viriam, mas consumindo cada vez menos, mudando o estilo de vida, redirecionando minhas escolhas.

Então, mesmo quando o pagamento da conta atrasa ou quando eu vejo o anúncio de liquidação daquela loja que tanto amava, mesmo quando isso acontece, bem, eu não me arrependo de ter dado aquele salto.

Principalmente quando eu vejo beleza em pequenas coisas, como essa linda calçada que encontrei ao ir para minha terapeuta naquele dia. A pé. Porque adoro esse outro jeito de ver essa cidade. Nesse dia foram pouco mais de sete quilômetros, ida e volta, olhando o mundo com outros olhos.

P.S. O Valor Ecônomico de ontem teve um excelente artigo sobre Consumo Consciente e Poupança, falando sobre reconhecer o que é supérfulo e se descobrir com dinheiro na conta. Quem for assinante pode acessá-la aqui.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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