Pan Am: Ich Bin Ein Berliner (01×03)

Uma aula de história. Acho que foi um pouco disso que eu senti neste episódio de Pan Am e, aqui entre nós, eu adoro história e adorei a forma como um dos mais famosos discursos de Kennedy foi mostrada, mesmo sem termos um ator de renome para interpretá-lo e vendo-o apenas acenando nas sombras. Ao invés do homem famoso, o clima da cidade, a loucura dos cidadãos.

Talvez o cuidado com que fez isso também seja o calcanhar de Aquiles de Pan Am: como uma amante da história, principalmente no que se refere à Segunda Guerra e suas consequências na Europa, eu consegui entender as pequenas referências, consegui entender o desespero de Maggie para finalmente conhecer aquele que, para muito e muitos americanos da época, era mais que um presidente, mas sim um predestinado (não à toa as diversas comparações entre os Kennedys e Camelot, não é mesmo?).

Assim como foi emocionante entender porque Colette nunca tinha ido para cidade ou o que ela sente quando se vê em uma festa alemã. Ou entender porque ela não é capaz de perdoar e não julgá-la por isso. Da mesma forma que entendo que as pessoas que ela “não perdoa” também não são culpados de verdade – não todos eles – e que eles viram naquele discurso do líder da nação que foi capaz de acabar com aquela guerra uma forma de perdoarem a si próprios.

Mas não acho que boa parte da audiência jovem entenda e aí, para esse público, o episódio provavelmente foi chato. Ou confuso. Até porque contar a história de trás pra frente não foi a melhor ideia.

Se, de um lado, o que me encanta é justamente essa aura de “queridos, nós estamos nos anos 60 mesmo e não vamos sair explicando nada, viagem conosco nessa história”, do outro fica o medo de que o não desenvolvimento de uma história das meninas da equipe no tempo atual (não seis meses antes, um ano antes, na infância) afaste os espectadores.

P.S. Mais alguém achou meio absurda a forma como Kate entrou naquele carro? Eu consigo compreender todo o resto, ela ajudando a moça, ela fazendo a loucura de levar a menina lá para dentro da festa. Mas não consigo entender ela entrando no carro acreditando em tudo que a loirinha falava.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. Adoro a série. Miha personagem favorita é Colette, claro… Acho muito parecida com Marjorie Estiano, tanto na aparência quanto no talento.

    Responder

  2. Isso sem falar que teremos um personagem para Goran Višnji? (nosso eterno Luka de E.R.)… ÔHH lá em casa!!!

    Responder

Deixe uma resposta