Rio, 1938. Um perigoso assassino está à solta nas ruas. Seu alvo são mulheres jovens, bonitas e… gordas. Sua arma são irresistíveis doces portugueses. Com requintes de crueldade gastronômica, ele mata sem piedade suas vítimas e depois expõe seus cadáveres acintosamente, escarnecendo das autoridades.
Definitivamente O Xangô de Baker Street (na Cultura em versão normal ou econômica) é o melhor livro de Jô Soares, mas As Esganadas parece ter recuperado o brilho que não vi nos livros seguintes do apresentador e escritor, com direito a um tratamento mais próximo.
E por tratamento mais próximo eu quero dizer que nunca antes consegui ver tanto de Jô em um de seus livros. A maneira como ele está escrito traz tanto dele, da forma dele falar, que acaba se tornando mais interessante.
“Calixto: Agnóstico? O que é um agnóstico?
– É um ateu cagão – define Mello Noronha, à sua maneira”
As Esganadas é um livro leve, de leitura fácil e rápida e que remete a um agradável Rio de Janeiro dos anos 30, mas que nos ganha mesmo por conta da estranha junção de seus protagonistas: Tobias Esteves, um português de sabedoria ímpar, o delegado Mello Noronha e seu ajudante Calixto. Os três são diferentes em tudo, mas se complementam na exata medida necessária para pegar o estranho assassino que tem como vítimas as gordinhas da cidade, que não resistem aos encantos da culinária portuguesa, sendo essa a arma escolhida pelo seria.
O final acaba meio corrido, sim, até um pouco previsível, mas divertido até o último instante.
“Sou um detetive, logo detecto. E se detecto, deduzo. – Tobias Esteves sobre seu talento policial”
Disponível na Livraria Cultura também na opção usado por R$ 18,00 na data de publicação deste post – 0s usados da Livraria Cultura costumam estar em excelente estado.
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Realmente, tivemos opiniões parecidas! 🙂
Sempre esqueço dos usados da Cultura…