A Gifted Man: In Case Of Discomfort (01×03)

Vejam bem, eu não tenho nada contra fórmulas – diz a moça que assiste a praticamente todos os procedurais da televisão – e nem contra uma mesma história sendo contada de novo (pauta dos comentários de meu último texto sobre a série), mas eu acho que existem justificativas para que você ainda goste de produto, mesmo que essas duas coisas aconteçam ao mesmo tempo (fórmula+clichês).

E ainda não fui capaz de decidir se A Gifted Man me entregará isso. A gente dá um desconto ao piloto, afinal é o piloto. O segundo episódio foi redondo, mas meio chato. Acabei pensando nele como uma continuação do piloto, nós ainda conhecendo os personagens. Mas essa mesma sensação no terceiro episódio começa a se tornar incomoda.

A fórmula: ao que parece teremos um caso de paciente rico e outro de paciente pobre a cada episódio. O problema: assim como o personagem principal eu também acho que pessoas ricas merecem tratamento e que não há nada de errado em ser ele a oferecê-lo, no entanto eu gostaria de ver alguma outra motivação no atendimento dele aos pobres. Mais do que ser o correto a fazer, Michael precisa que o anjinho da consciência, na figura de sua ex-esposa, apareça para lhe lembrar que ele precisa fazer, ele sente culpa e faz. Acho que eu gostaria de ver outra motivação aqui, gostaria de ver que ela conseguiu fazer com que ele mudasse um pouquinho a forma de ver o mundo sem ser necessário cutucá-lo a cada passo.

O clichê: a gente sabe que ele vai acabar apaixonada pela moça obstinada que apareceu para a vaga da ex-esposa. A gente sabe que por conta disso ele vai aparecer cada vez na clínica caindo aos pedaços. Mas eu quero ver isso de uma maneira legal e não com os dois já se odiando a primeira vista só pra ter climinho.

Junte-se a isso o fato de que eu continuo achando o moço perfeito demais, bom de ser visto, mas irreal como pessoa (seria efeito de seu personagem em Watchmen?).

Não consigo ter empatia por ele, não consegui ter empatia pela piloto com a mão trêmula. Não consegui ter empatia pelo paciente da clínica. Acabei me preocupando mais com a secretária do Michael, seu colega que ajuda no exame da moça e com o rapaz da clínica – ele é médico? – e o restante passou sem ter passado.

Pode surgir amor pela série? Ainda pode, mas não sei até onde vou sem amor e se haverá tempo para consertar as coisas.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

1 comentário


  1. Realmente faltam maiores motivações, mas gosto da séire e adoro a atriz que faz a Rita, secretária do bonitão.

    Responder

Deixe uma resposta