“Quando eu era jovem, eu podia lembrar de qualquer coisa, não importava se ela tinha acontecido realmente ou não.Mas minhas faculdades mentais estão decaindo agora, e logo eu acredito que não poderei lembrar de nada a não ser das coisas que nunca aconteceram. É triste partir em pedaços desta forma, mas todos teremos que fazê-lo.”
Mark Twain
Remembrance Of Things Past é um episódio que me lembrou muito dos dois primeiros anos da série. Um caso mais cerebral que físico, mas bastante passional.
No caso, passional pra Rossi, que passou quase dez anos perseguindo o tal assassino The Butcher (O Açougueiro) sem conseguir pegá-lo. Um homem que matava mulheres após torturá-las e fazer com que elas deixassem mensagens de despedida para seus entes queridos. Mensagens em que elas falavam terem gostado de sua morte.
O detalhe dessas mensagens é, na verdade, a tortura mais pesada que era praticada e é também o que faz com que Rossi consiga identificar nos novos assassinatos que estão acontecendo na mesma cidade os sinais de que o mesmo assassino está de volta.
Não deixa de ser reviravolta descobrir ao mesmo tempo que Rossi estava certo e de que a equipe também estava: um novo assassino entra em cena, imitando os passos do assassino original só que com uma motivação ainda mais macabra: fazer com que o velho assassino revivesse o que fez, na esperança de que ele lembrasse de seu passado.
A medida em que o episódio avança, o clima vai ficando mais pesado porque podemos ver a relação doentia entre filho e pai, mas nada tinha me preparado para o fato de que o rapaz, aos 10 anos de idade, ajudou o pai a matar a própria mãe. A loucura é tanta que isso acaba sendo apagado da mente do rapaz.
Destaque para o trabalho dos dois convidados especiais: tanto Josh Braaten, que interpretou o filho e conseguiu mantê-lo com um ar de indefesa mesmo quando ele quase mata Anna, e de Daniel J. Travianti, que faz a transição de homem indefeso para assassino frio de forma admirável em sua conversa com Rossi.
Detalhes de fundo: achei estranho Rossi entrar de férias logo depois da saída de JJ, afinal é normal um tempo da adaptação após a perda de alguém em uma equipe. Talvez isso tenha sido apenas uma indicação de que o tempo passou. No entanto, em sentindo contrário, vemos Garcia retirando a placa de JJ da porta e Morgan trocando mensagens de texto com Ellie (não tenho opinião formada quanto a isso), numa indicação de que não faz tanto tempo assim.
Não sei se essas indicações temporais contraditórias foram propositais ou não, mas me deixaram incomodada num episódio que foi praticamente perfeito.
Vale a citação: o diálogo de Morgan e Prentiss sobre crianças:
Morgan: Você sabe, pais deveriam proteger suas crianças.
Prentiss: Bom, algumas vezes eles não recebem o memorando.
Link Permanente
P E R F E I T O (não há melhor adjetivo) – A interpretação do idoso foi um show a parte!!!
Sabia que nem percebi a contradição sobre a passagem de tempo? Passou despercebido!