Parenthood: The Deep End Of The Pool e Wassup (01×03 e 01×04)

Acho que os seriados, principalmente os dramas familiares, precisam de um tempo para amadurecer. Sim, existem aqueles cujo piloto já é um estouro, principalmente no caso dos de ação, mas a maioria funciona um pouco depois. Alguns bem depois.

No caso dos dramas familiares isso fica mais claro, normalmente, por conta do grande número de “personagens principais”. É preciso primeiro apresentar estes personagens, que sendo muitos tomam bastante tempo da tela, depois seus dramas e, finalmente, fazer com isso caminhe bem junto, ou seja, fazer crível que a família é de verdade.

E errar nisso é mais fácil que se pensa: fazer com que todo mundo da família se fale todo santo dia. Eu não falo com a minha mãe todo santo dia. Com o meu irmão, então? Affff. E a maior parte das famílias que eu vejo é assim, se falam um dia ou outro, alguns ainda se encontram em todos os domingos, outros uma, duas vezes por mês.

Então é preciso mantê-los em contato, mas nem tanto. Adoro Brothers And Sisters, por exemplo, mas tem dia que eles estão tão grudados que me irrita. Mas talvez seja porque o seriado apresenta uma família mais no modelão americano de nunca abandonar o ninho.

Em Parenthood vemos mais interações em separado. Dois irmãos, um dos filhos com os pais, às vezes um irmão com um dos pais. Isso a faz melhor que Brothers And Sisters? Necessariamente não. Talvez funciona mais para mim porque me parece mais “normal”. Mas tem horas em que dá raiva de não ver todo mundo junto porque eles vão muito bem como família.

E, voltando ao que eu disse no início, ainda tem a questão do funcionar junto: Wassup é o episódio em que eu realmente senti isso. Senti que agora eles pegaram “o jeitão”.

The Deep End of the Pool e Wassup são episódios que mostram bem a questão dos pequenos núcleos: é Adam com Crosby, é Julia em sua família (ela, marido, filha), é Adam lidando com a nova escola do filho, é Sarah e suas inseguranças.

The Deep End of the Pool foi um episódio certinho, talvez desse para ter um pouco mais de comédia, principalmente em relação ao lado competitivo de Julia, a cena da menina na aula foi especialmente ruim, mas ele funciona bem para vermos cada um em separado. Conhecê-los melhor.

E ele também foi um ótimo episódio para nos apegarmos: Crosby é um achado e seu menino idem. Ele e Sarah são muito bons e gostaria de vê-los mais juntos, talvez até porque os dois são os que pegam mais leve, abrem mais espaço para a comédia.

Em Wassup ressalta se ressaltam os defeitos dos pais, ou melhor, se ressalta o fato das pessoas serem imperfeitas: sim, um monte de pais passa um tempão sem perceber que estão privilegiando um filho por conta dos vários problemas do outro. E Adam, de repente, ainda é atropelado pelo simples fato: sim, sua filhinha cresceu e ela tem namorado no Facebook.

Outros, super protegem seus filhos quando, na verdade, estão apenas projetando seus próprios medos e inseguranças. Sarah é exemplo claro disso e, sorry, se Amber é tão louca é por causa disso mesmo. E, para quem sempre compara Sarah com Lorelai aí se encontra as principais diferenças das duas: Sarah é centrada em si mesma, não que seja má pessoa, enquanto Lorelai sempre pautava suas decisões para que sua filha tivesse tudo, mesmo que em alguns momentos ela achasse que a filha queria o que era ela que queria.

Falando em Amber, falamos do fato dela ser babá para a filha de Julia: eles nunca tinham chamado uma babá? E o que o Joel faz da vida?

Pronto, acho que qualquer um de nós pode dizer que conhece cada um dos membros da família de forma bastante razoável. No próximo episódio chega a hora de juntar tudo. E, eu garanto, a coisa fica cada vez melhor.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Acho que o negocio de séries familiares assim é vc conhecer os personagens e gostar deles. B&S mesmo, às vezes tem um epi morninho, mas eu gosto tanto deles que acabo gostando…kkkkkkkkkkk

    Responder

Deixe uma resposta para Simone MileticCancelar resposta