Quando Boy Gone Astray começa você espera alguma coisa, mas com certeza não espera que a linda vítima seja uma traficante alvo de um cartel mexicano, nem que Bernard seja um expert em coisas caras, nem que Connie se torne alvo do mesmo cartel já citado ou que a tenente receba um apoio tão claro e irrestrito do chefe de polícia ao usar maconha para tentar manter alguma coisa no estômago enquanto luta contra o câncer.
Algumas coisas são e não são chocantes: crianças usadas como assassinos. A primeira vista a gente ainda se assusta, depois é tão fácil entender o que aconteceu, como as crianças são seduzidas por esta realidade alternativa com promessa de vida fácil e muitos ganhos e na qual a vida dos outros não vale nada.
Também é irônico pensar nas baladas que a primeira vista parecem brincadeiras com palavras e, na verdade, descrevem crimes sangrentos e frios – não tem como não pensar em “para onde estamos indo afinal?”.
E nem me surpreendi com a história do advogado que troca de lado, deixando a promotoria e trabalhando pelo melhor valor – talvez a falta de surpresa seja porque Jonathan Cake já havia sido o namorado encrenca de Julianne Nicholson em Law& Order Criminal Intent.
Achei interessante a virada na abordagem do câncer de Anita: até agora eu estava achando tudo tratado de maneira muito superficial. Quando o chefe de polícia aparece, eu achei que ela estaria for a por uns tempos e foi a mais grata surpresa ver o contrário acontecer.
E o episódio ainda nos ofereceu mais um final de respostas fáceis: será que Raphael testemunhou depois? Duvido. Mais simples seguir com medo, mas vivo. E quem de nós para repreendê-lo?