Quando Shonda Rhimes acerta isso é indiscutível – para quem gosta do gênero, por favor – ela consegue acertar na fórmula preconizada por Walt Disney: para cada sorriso é preciso uma lágrima – nem venham me encher falando que estou comparando um gênio com ninguém e coisa e tal, estou falando da máxima, não das pessoas.
O acerto maior deste episódio, cuja história foi criada para permitir o recesso de Meredith por conta do nascimento de seu bebê, foi a justificativa para: não é pelo pai, não é por se sentir culpada (algo que soaria totalmente falso), é pela amizade de Lexie que Meredith resolve ser doadora.
Para quem acompanha a série é fácil lembrar de como a relação das duas começou enroscada e do quanto ela cresceu no último ano, principalmente. Lembrar do final do episódio anterior, então, é mais fácil e mais eficiente: Cristina, Meredith e Lexie no campo de beisebol com seus respectivos.
Eu, que sempre assiste a Grey’s Anatomy pela maneira como os roteiristas sempre retrataram a amizade na tela, só posso ficar satisfeita em momentos como esse.
Só me causa tristeza ver o personagem de Richard, sempre um dos preferidos, tão desconstruído. O homem que deveria dar segurança a todos, que deveria ser o chefe maduro que dá sustentação aos seus funcionários, se mostra fraco e despreparado. Não, não a situação que o deixa assim, é como se fosse outra pessoa ali. E nem seu desabafo final me comoveu ou justificou isso.
As cenas da operação de Tatcher foram as únicas que trouxeram o velho personagem de outras temporadas – das primeiras, é claro.
E se não gosto de Izzie (acho que a necessidade de corte de pessoas deveria começar por ela), é seu casamento com Alex que tem permitido os melhores momentos dele na tela: sua cara de pânico quando dá de cara com o amigo urso, sua cara de confusão quando leva sermão de Cristina e não sabe mais o que fazer, sua cara de fingimento quando diz para Izzie que está tudo bem. Sempre considerei Alex o personagem mais bem construído, neste momento só vem a certeza da escolha certa do ator para fazê-lo.
Para fechar com chave de ouro: Irving. Não bastasse a escolha do ator, o adorável e lindo, ainda escolheram bem quem seria seu filho, e ainda escolheram bem a linha do tal paralelo entre pacientes e médicos e suas vidas: Sloan arrasou na bronca que deu nos familiares. Adorei tudo na trama!
E, ao escolherem como motivo o apelo de Lexie para que Meredith fizesse a doação, os roteiristas evitaram que eu xingasse por horas a aparição do pai dela no hospital – nunca serei capaz de perdoar aquele tapa na cara.