Eleventh Hour: Medea (01×18)

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Na mitologia grega, Medeia era filha do rei Eetes, da Cólquida (atualmente a Geórgia), sobrinha de Circe (aparecendo, ainda, como filha de Circe e Hermes ou como irmã de Circe e filha de Hécata) e que foi, por algum tempo, esposa de Jasão. É uma das personagens mais terrivelmente fascinantes desta mitologia, ao envolver sentimentos contraditórios e profundamente cruéis.

Hera, que era protetora de Jasão, líder dos Argonautas, terá convencido Eros, ou Afrodite, a providenciarem que Medeia se apaixonasse por ele. Ela ajuda o estrangeiro, conseguindo a promessa de que ele se casaria com ela. Em sua viagem de fuga com o amante, Medeia teria matado seu irmão, despedaçando-o, a fim de atrasar seu pai, que poderia persegui-los. Medeia não encontraria a felicidade na companhia de Jasão e se casaria em Atenas com Egeu, dando a luz a Medo. Ela ainda tentaria matar o filho de Egeu, tendo de, mais uma vez, abandonar sua morada.

Curiosamente, é Medéia quem dá nome ao último episódio de Eleventh Hour, série cujo cancelamento é o que menos entendo desta estranha temporada 2008/2009. Além de ter conseguido, com sucesso, descolar-se da minissérie britânica que inspirou sua produção, ela tinha uma audiência respeitável.

A escolha deste nome para o episódio pode estar relacionada a doentia relação de Ray Wymme e Sofia Lyons, em que Ray poderia personificar a crueldade de Medeia quando tira o bebê de Sofia e ainda consegue fazer com que ela se passe pela vilã da história, uma mulher enlouquecida, quase psicótica. Se Sofia é louca? Não temos como saber, afinal, ela foi levada ao limite. Ela poderia nunca ter feito nada do que fez.

É levada ao limite que ela toma a decisão errada de seqüestrar Rachel, após tê-la ferido com uma besta. A partir daí temos uma inversão de papéis, aonde Rachel é deixada indefesa quase que a sua própria sorte, enquanto Hood precisa defendê-la.

Foi bom ver essa mudança, ainda mais porque os roteiristas foram espertos ao não tentar transformar Hood em um aventureiro, um Indiana Jones das ciências. Ele usou sua inteligência a seu favor e deu um belo cheque-mate em Ray ao enganá-lo, primeiro sobre sua localização, depois fazendo com que ele fosse pego em suas próprias mentiras.

Talvez a única falha do episódio tenha sido a falta de ciência. Este acabou sendo um episódio que caberia em qualquer outro drama procedural da TV, o que o tornou comum demais.

Uma pena que roteiristas e atores não tenham a oportunidade de mostrar mais de si, de mostrar mais do que torna Eleventh Hour tão bom. Vou sentir saudades dessa dupla, que funcionou muito bem do primeiro ao último episódio.

No Teleséries você tem Borracharia e Colírio especial de Eleventh Hour, uma pequena homenagem a esta série cancelada de maneira inexplicável.

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Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


  1. Concordo. Ela é bem superior a outras que estão por aí. Por exemplo The Mentalist e Mental que estreou na Fox.

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