Vai um musical aí? E mais algumas coisas…

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Demorei um tempo para apresentar a Carol ao High School Musical– vivo repetindo aqui o quanto dou importância para a infância e para que ela não perca fases – depois que foi apresentada ela não largava o filme. Foram meses de High School Musical em qualquer horário, repetidas vezes. As músicas dos filmes foram para o MP3 dela e para o meu também.

Depois do High School foi a vez da Carol me ver assistindo Mamma Mia e ficar do lado assistindo – é claro que isso é maneira de dizer, já que mal ouve uma música ela já sai dançando pela casa e não precisa ouvir uma música mais que três vezes para decorar. Sai HSM do player e entra Mamma Mia por mais de um mês, a toda hora. Até a festa de aniversário desse ano ela queria que tivesse esse tema. Dessa paixão em nem reclamei, fã desde a infância do grupo ABBA assisti ao filme todas as vezes que ela quis e agora podemos cantar juntas todas as canções em qualquer passeio de carro.

atualizados-recentemente2Depois descobrimos juntas Hairspray. Mais uma paixão, mais um filme repetido a exaustão. Uma noite dessas ela parou assistindo ao Fantasma da Ópera com o pai. Pode não ter entendido nada, pode ter medo do fantasma, mas bem que gostou das músicas. Grudou no meu CD do musical original logo em seguida.

Foi até engraçado, porque carol começou a aprender, assim, que atores fazem papéis. Afinal, o Troy de HSM virou o Link de Hairspray e deixou de namorar a Gabriela Montez para ficar com a Tracy. De todos eu sou apaixonada mesmo é pelo Ryan de HSM, uma graça de garoto, que dança como poucos.

Podemos, então, concluir que a questão é simples: minha filha adora um musical. E o que mais eu, que amor musiccais, poderia querer? Fico agora caçando pela televisão, naqueles canais de filmes antigos, pelos antigos musicais do cinema americano, com moças bonitas cantando e dançando. Imaginem quando eu apresentar a Carol para Fred Astaire?

Pois essa segunda eu aproveitei uma promoção e comprei Grease para ela. Ontem e hoje ela voltou da escola pedindo pelo filme do “tell me boy tell me boy”.

Grease

Meu amigo @alerocha já havia comparado esse a HSM, preferindo o primeiro, eu fico com o segundo. Sério. Adoro Grease. Assisti uma dezena de vezes na Sessão da Tarde. mas High School tem números de dança muito mais elaborados e todas as músicas, sem exceção, grudam como chiclete. Os dois são extremamente parecidos – casal se conhece nas férias, acaba na mesma escola, ela é a garota certinha, os dois enfrentam os amigos para ficarem juntos no final – mas ao mesmo tempo diferentes.

Mas o motivo real de eu vir aqui falar tudo isso para vocês não foi para confessar que adoro HSM, mas sim para refletirmos em como nos tornamos mais caretas. Grease não tem nada de inocente, mas se destinava ao mesmo público que HSM. Entedam como eu fico confusa com isso aos vezes: a tv erotiza tudo, nossas crianças deixam de ser crianças tão rápido. É tudo tão exagerado. Ao mesmo tempo, HSM é centenas de vezes mais inocente que um filme de trinta anos atrás. E aí eu li o que a @faldrops escreveu no IG ontem e fiquei com tudo isso ao mesmo tempo.

E, ao mesmo tempo que tem tanto erotismo precoce, tem gente colocando processo em criança que abraça criança, tem gente achando que cena de sexo é muito pior que cena de cabeças explodindo como bombas. É o exagero do politicamente correto que não te permite contar uma piada com tipos da minoria. É a falta de faz de conta da boneca que fala, anda e custa R$ 600,00 – só eu não tenho coragem de dar uma boneca tão cara para uma menina de 06 anos? É querer que a ficção fique igual a realidade. É a perda da magia.

Espero que a Carol possa ainda danças com muitos musicais, antigos e novos, que a façam acreditar na magia. Que venham muitos contos de fada, muitos filmes especiais. Muitas histórias e muita música. Que eu possa dançar com ela no meio da sala, comos e nada acontecesse lá fora.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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