Eu não liguei muito quando começaram a falar de Lipstick Jungle. O Paulo, do Teleséries, deu um monte de motivos para não assistir ao seriado, inclusive falar que Andrew MacCarthy seria o novo McDreamy (eu sou mais o Paul Blackthorne). Junte-se a isso o fato do mesmo ser exibido dublado e eu fiquei totalmente desanimada.
Mas o motivo principal de eu nem pensar em assistir ao seriado é o fato dele ser vendido como o novo Sex And The City, seriado que eu acho um dos mais chatos já criados. Um seriado que eu acho, sinceramente, que não merece todo o barulho que fez.
E Lipstick Jungle é vendido como o novo Sex And The City porque tem a mesma criadora, não sei ao certo se posso chamar assim. A questão é que os dois seriados foram inspirados por obras de Candance Bushnell. Segundo o Paulo existe diferença: é que Sex And The City só teve a inspiração, sendo tocada por um profissional do ramo, enquanto Lipstick teria maior influência da autora.
Com tudo contra você pode se perguntar por que raios a Simone foi assistir ao seriado? A resposta está na foto aí de cima: o kit que recebi em minha casa para a promoção do seriado. Vamos encarar: a Fox pode dar várias mancadas na sua programação (dublagem e atraso são as piores), mas ela tem feito bastante agito com suas ações publicitárias, sabendo explorar muito bem o mundo da mídia alternativa (a essa altura do campeonato já não sei se somos tão alternativos assim).
Pois bem, o kit recebido incluia um pequeno texto sobre a série, um cd com o episódio piloto (dublado, iuh), o livro que deu origem a série e uma coleira com uma plaquinha com o nome do meu marido.Ele é mais velho que eu e não recebeu muito bem a brincadeira (ainda olha para a coleira e xinga por entre os dentes), mas eu achei espirituoso. Agora, confesso, depois de assistir ao piloto (no idioma original e sem legendas) ainda não entendi bem a história da coleira… Acredito que ela não tenha nada a ver com a história do seriado.
Pois bem, falando o piloto: não, não é tão Sex And The City assim (Thanks God!), mas ainda tem situações absurdas que me irritam profundamente, como o uso abusivo de peles, roupas caras, carros caros, sapatos caros, lugares caros, jatinhos e jóias. Algo só presente na realidade de 2% da população mundial e que dificulta você se identificar com os personagens.
O trio de protagonistas é formado por Wendy Healy, Nico Reilly e Victory Ford, respectivamente Broke Shields, Kim Raver e Lindsay Price (alguém aí disse 90210?). A primeira é principal executiva de uma produtora de cinema e a primeira da lista de 50 mulheres mais poderosas. A segunda trabalha em uma badalada revista e a terceira é um estilista de sucesso. Elas também constam da tal lista, mas em posições menos importantes.
A escolha de Broke foi acertada. Ela tem o carisma necessário para o papel de mulher de sucesso que tem um casamento, que começa a enfrentar as dificuldades decorrentes de um dos lados ser mais bem sucedido que outros, e dois filhos em idade pré-adolescente.
Kim também combina com o papel. Ela também é casada, mas com um professor de sucesso no meio acadêmico que não vê importância no que a mulher faz e que também não demonstra mais interesse sexual pela mulher mais nova. Fora de casa ela transmite aquela imagem inatingível de mulher linda e de sucesso sem inseguranças.
Lindsay já sai perdendo. Não consigo avaliar direito seu trabalho como atriz, mas seu rosto de eterna menina dificulta aceitar que ela tenha tanto poder para si. E acho que ela acabou com a história mais inverossímel: um zilionário, interpretado por McCarty, fica apaixonado por ela em apenas um encontro, sendo capaz de colocar o jatinho dela para buscá-la do outro lado do mundo só porque ela está chorando.
Não fiquei nem de longe tão decepcionada com o piloto quanto o Paulo, mas acredito que nossas expectativas tenham sido bastante diferentes. Além disso, acredito piamente que alguns seriados são “mulherzinha” demais para conquistar a audiência masculina (isso me lembra o povo masculino metendo o pau em Mothern, seriado que eu adoro).
Eu me identifiquei com algumas situações das protagonistas, mas, como eu disse, esse mundo de faz de conta em que vivem não deixa que a conexão seja forte.
Eu ainda vou tentar mais alguns episódios, ver como as histórias se desenvolvem, ver como as garotas incorporam seus papéis e vou, sem sombra de dúvida, ler o livro que deu origem a série. Eu AMO ganhar livros de presente!!
Link Permanente
Comecei a ler o livro ontem. Não ganhei o kit da ação da Espalhe (que eu tb achei que não tinha a ver com a realidade da série, estava bem mais para Sex And The City e me faz pensar se os caras viram o piloto antes de bolar a ação), mas uma amiga que ganhou e não ia ler me emprestou. A história é bem diferente e, no livro, está me parecendo mais fácil de engolir.
O marido da personagem da Brooke no seriado lembra mesmo o McDreamy, né? E a eterna menininha que casou com Steve no 90012 não convence como mulher de 42 anos que desistiu de ter filhos para ser estilista de sucesso, mas tudo bem. Engraçado que no livro a Nico tem uma filha e o marido é banqueiro (o que combina muito mais com o perfil psicológico).
Enfim, estou gostando e mesmo não sendo um Mothern, é mais fácil de ter empatia e identificação do que Sex and the city. 🙂