Medium: Being Joey Carmichael e Drowned World (04×15 e 04×16)

Vantagens e desvantagens de atrasar na publicação do review: ele perde aquela urgência característica de contarmos para alguém algo que acabamos de sentir, mas ganha uma opinião mais firme. É mais ou menos assim: se eu escrever logo depois posso estar excitada demais com o que vi e achar o episódio melhor ou pior do que ele realmente foi.

No caso de Medium eu acabo sempre pensando muito no episódio, mas dificilmente eu mudo de opinião. E os dois episódios que fecharam esta temporada foram realmente ótimos. Só que certas coisas não mudam:

a) Joe se esquece de quem é a esposa dele e prefere não contar as coisas para não chateá-la… Esquece que, muito provavelmente, ela já sabe dessas coisas;

b) Scanlon é um dos melhores personagens, mostrando humanidade (não sei é exatamente essa a palavra, é algo na linha “eu não tenho medo de admitir que raios estou fazendo) nos momentos mais necessários – “Tudo bem, mais uma vez para a criança lerda.”;

c) Os roteiristas conseguem mudar o caminho quando já estamos crentes que sabemos tudo o que pensaram.

Em Being Joey Carmichael mais uma vez Allison é desafiada por ver algo em seus sonhos que ela não entender: o assassino que ela vê é um homem que foi baleado e que não conseguiria segurar uma arma. A resposta vem de forma fácil: ele tem um irmão gêmeo. O detalhe é que o irmão gêmeo está morto.

Daí em diante Allison e Scanlon passam pelas mais diversas situações, tentando descobrir que raios afinal significam os sonhos dela e como o suspeito poderia ter cometido o plano, até que Allison recebe a visita de um novo fantasma (eu já falei aqui o quanto eu adoro quando ela interage com os fantasmas?): realmente o irmão está morto, mas ele faz visitas esporádicas ao irmão, usando seu corpo para buscar vingança pela sua morte e pelo que ocorreu com seu irmão.

Miguel Ferrer, ator que eu gosto muito, está ótimo no papel dos dois irmãos e sua interação com Allison é muito boa. Apesar de que ele não conseguiu se sair melhor que o menininho fazendo o mesmo papel e acertando o grandão com a lancheira de ferro.

Mas acho que o que todos realmente queriam ver, inclusive eu, era o desfecho da história de Joe e a maluca da Meghan. E demorou para Allison finalmente falar para ele que já sabia o que estava rolando no escritório, mas ela escolheu um ótimo momento, eu, pelo menos, odiaria que meu marido ganhasse um robe de caximira da sócia dele, ainda mais com um cartão daqueles.

A questão é: e agora? Os dois continuam sem grana e agora sem emprego? Toda essa história vai acabar assim? Bem, isso era o que passava na minha cabeça quando acabei de ver Being Joey Carmichael e foi por isso que eu corri e vi a season finale na sequência. Sim, mea culpa, não aguentei esperar uma semana para ver o que ia acontecer…

Mas foi um fim de temporada de final feliz, e bem feliz, para todos.

Drowned World (mundo de afogados?) encerrou bem esta temporada. Não foi a melhor temporada de Medium? Não sei, eu gostei bastante, admito que não foi a melhor em relação aos crimes investigados por Allison, mas foi a melhor em aproveitar as histórias da família DuBois.

Joe deu um show neste episódio. Jake Weber deu show na temporada inteira, de verdade. Você era capaz de perceber as dúvidas na cabeça dele olhando para ele: fazer o certo ou continuar com o projeto aguentando a loucura de Meghan?  Ele escolhe fazer o certo, mas não sem antes sonhar que enchia Meghan de balas. Ótima cena, por sinal.

No final descobrimos que Meghan queria mesmo era ficar com o máximo de grana possível. Ela, em momento algum, pensou em levar a empresa a frente, ela é uma especuladora, não uma empresária. E não, ela não estava de todo errada, ela podia ter dito isso ao Joe e conduzido as coisas de maneira diferente, dividindo a grana por igual, mas ela fez o que sabia fazer e eu não consigo critica-la.

Eu sou mais ao estilo do Joe, ficando feliz com os US$ 250.000 mais um emprego novinho ao invés de se martirizar por não ter tido US$ 2.000.000, afinal, o melhor de tudo é que ele vai poder trabalhar sua idéia com toda a independência, montando sua equipe e, ainda, sem mudar de endereço. Eu sei, eu sei, parece bom demais para ser verdade, mas não considero impossível que as coisas aconteçam assim.

Ver Devalos de volta ao cargo também foi algo mágico, mesmo não acontecendo da maneira que esperaríamos. Afinal, eu esperava vê-lo de volta aclamado, o mais votado e Van Dyke retirando suas coisas do escritório com cara de bem infeliz. Ao invés disso, tivemos Van Dyke deixando o cargo por estar a beira de morte e, por isso, pedindo a ajuda de Allison.

De pano de fundo Allison ainda foi trabalhar de caça fantasmas em uma casa onde uma moça diz ouvir um choro de bebê. Allison acaba por descobrir que a menina que viu seu pequeno irmão sendo morto se tornou aquela mulher, capaz de armar para que seu marido fosse preso de maneira a se vingar de seu pai (pai do rapz também).

Eu não sei, talvez seja simplesmente demais para mim um pai que vê sua amante matar seu filho e, ainda assim, deixe que ela saia livre com sua outra filha. Que loucura é essa? Existiriam montes de mentiras que ele poderia ter contado para sua esposa para não deixar que isso acontecesse. Não sei. Talvez ele fosse simplesmente fraco demais, mas, no fundo, a questão é que se ele não fizesse isso não teríamos história.

Falando nisso: tenho uma enorme curiosidade em saber se todos os roteiros são histórias da verdadeira Allison mesmo. Saber até que ponto sua história inspira o seriado.

Bom, resta esperar pela próxima temporada, ainda sem data para começar.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. Esta foi a temporada do Joe. Tudo se moveu em torno da falta de emprego dele e do projeto novo. A ausência da Allison da promotoria ficou em segundo plano. Mesmo no arco da Cintia no início da temporada a história do Joe sempre esteve presente. Este último episódio foi um final feliz para uma temporada de sufoco para a família DuBois. Poderia até ser o último da série pois não ficaram pontas soltas. É imprevisível como Medium vem na próxima temporada. poderia voltar ao esquema anterior dos casos da promotoria, mas será que vai mesmo? Tem que esperar.

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  2. Adorei o “happy end” da família Dubois, não aguentava mais as aflições por causa de dinheiro.

    Será que Van Dyke volta como espírito na próxima temporada?

    Mais uma vez o caso da semana foi bacana, mas esta temporada as “aventuras” da família Dubois acabaram por deixar os casos em segundo plano.

    Comprei para minha uma amiga o livro da verdadeira Allison Dubois (eu não li) “Não é preciso dizer adeus”, ela comentou comigo que nenhum dos episódios é narrado no livro, a única semelhança é a mediunidade da Allison e sua ajuda à polícia.

    Que pena, agora temos que esperar a próxima temporada, que deve demorar bastante…

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  3. Alessandra: eu também não faço idéia do que esperar.

    Ivonete: foi uma temporada muito boa quanto a acompanharmos a família. E nem fale da demora… Um saco!

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