Studio 60: The Wrap Party (1×06)

Dessa vez não tivemos Matt em sua salinha, quase arrancando seus cabelos enquanto busca a piada perfeita. Não tivemos os ensaios. Não tivemos o corre corre da gravação. Não tivemos Danny em sua cadeira, acompanhando o programa. Não tivemos nem mesmo Jack em sua sala, ou Jordan sentada no chão na sala da produção.

O episódio acaba logo após o momento em que o anterior havia terminado: Sting termina sua música, a equipe se congratula pelo ótimo show. Matt conta a Danny que Harriet quase lhe beijou.

Lauren Graham entra na sala: “Por que você cortou minha cena?” – pergunta ela para Danny
Matt: “Eu cortei sua cena. Porque não estava engraçada.”
Lauren: “As falas não estavam engraçadas!”
Matt: “Não, você não estava engraçada!” – enquanto escreve seu telefone em um pedaço de papel
Matt: “Tome. E pode entregar uma cópia aquela moça que trabalha com você no seriado.”
Lauren sai triunfante, sem olhar Matt nos olhos. Volta dois passos, pega o papel das mãos de Matt: “Que humilhante!”
Humilhante nada, uma graça! E como Lauren estava linda!

Studio 60

Mas Danny quer que Matt esqueça de vez Harriet e arruma umas garotas que, como eles mesmo dizem, nem vestibular prestaram. Uma delas quase leva, ou leva, Matt a loucura perguntando, o tempo todo, o que ele quer dizer quando diz que escreve o show. Outra diz que, quem sabe, o pessoal um dia deixe que ele participe do show.

O cenário é a festa pós show. Tom recebe a visita dos pais, que não estão mortos, mas moram em Ohio. O pai, vamos dizer que meio careta, não dá valor ao trabalho do filho mais velho. O filho mais novo luta no Afeganistão, o destino perfeito na visão de um tradicional pai americano.

Tom leva os pais, e nós também, a uma viagem pela história da televisão americana enquanto apresenta aos pai o teatro; estúdio onde Studio 60 é gravado. Além do prédio ser lindo, a história contada é fascinante. Como o prédio acabou virando cinema, um cinema virou estúdio de rádio, um estúdio de rádio virou estúdio de televisão, porque ele tem esse nome.

Nos bastidores da festa, Cal vê um velhinho sendo levado pelos seguranças. Ele acredita que o velhinho não saiba quem é, mas não é um indigente. Ele carrega consigo uma foto retirada do estúdio. Ao perguntarem seu nome diz os nomes de alguns dos 10 de Hollywood. Para quem não sabe, os 10 de Hollywood foram os homens importantes da indústria que foram chamados a testemunhar quando da perseguição aos comunistas no pós guerra e acabaram sendo presos por um ano por não entregar seus colegas e amigos.

Cal descobre que o gentil velhinho é um veterano de guerra. Quando liga para a associação que cuida dessas pessoas descobre que o homem em sua frente é um herói de guerra. Da Segunda Guerra Mundial. As cicatrizes em seu rosto foram adquiridas na invasão da Normandia (conhecida como Dia D), o que garantiu a vitória dos americanos sobre os nazistas.

Abro um parêntese aqui: eu sou uma apaixonada por história e, muito, pela segunda grande guerra. Quando Cal começa a descrever o Dia D com suas palavras eu fiquei toda arrepiada. Não fiz como Cal, que em sua infância reencenava as batalhas com seus soldadinhos de chumbo e filmava com sua Super8, mas, hoje, coleciono soldadinhos de chumbo que reproduzem as mesmas cenas e espalho pela minha biblioteca. Fecha parêntese.

Matt, enlouquecido pelas três amigas, aceita o convite de Simon para ir a um clube próximo assistir um comediante novo. Simon acha que Matt precisa dar mais espaço aos negros, se diz até ofendido por não haver um redator negro na equipe.

O show do cara é horrível, tudo de mais pedante no humor negro que desvaloriza mulheres e brancos. Simon pede desculpas para Matt, que o convida para uma cerveja. Enquanto tomam a cerveja acabam ouvindo outro comediante, que é vaiado pelo público.

A cena dos dois conversando com o cara no banheiro é incrível. Eles entram no banheiro, o cara os reconhece. Simon diz que foi a pior coisa que ele viu em anos, o cara se irrita. Quando ele diz que vai sair para encontrar seus amigos, Simon diz não. O cara responde que não trabalha para eles, Matt responde que sim. Foi a contratação mais incrível. A cara deles, o jogo de palavras. A cara do comediante. Tudo, mais uma vez, perfeito.

A festa continua rolando solta. Harriet tem de dividir a atenção de seu jogador de beisebol com o monte de mulheres que o persegue. Jordan, para lá de bêbada, procura por amigos. É tão engraçado ver aquela pequena mulher tão poderosa tão, tão… Sem jeito. Amanda Peet mostra no episódio que, sim, sabe atuar.

Pena que Harriet acaba magoada, de novo. Jordan pede um autógrafo para o sobrinho. O jogador assina a bola, fazendo comentários inconvenientes quanto a reportagem sobre as visitas dela e do ex-marido a clubes de sexo. Jordan fica indignada, mas nem tanto quanto quando vê que ele escreveu seu telefone na bola. Ela tenta sair sem dizer nada, mas acaba contando a verdade a Harriet, que, mais uma vez, se decepciona.

Tom se despede de seus pais, entregando uma cópia em LP de 78 rotações (Vocês não fazem idéia do que seja isso, não é? Estou realmente velha!) de Abbot&Costello, os dois mais famosos comediantes dos Estados Unidos. A cena é tocante, linda e todo mundo que já teve dificuldades em falar o que sentia para seu pai consegue entendê-la (100% da população).

O episódio termina como todo episódio de Studio 60: de maneira perfeita.

Cal descobriu que o gentil velhinho escreveu uma única cena de comédia, que foi ao ar na véspera do interrogatório pelo Comitê MacCarthy. No dia seguinte o programa acabou, o estúdio fechava suas portas.

Cal chama Danny e Matt para a sala dos redatores, onde o homem pode contar suas histórias e fascinar esses apaixonados homens da televisão moderna. E a cena é tão sublime que você sabe que seria exatamente assim se tudo isso fosse verdade, se ali não fosse um ator e sim um homem que foi a guerra e cujo momento mais importante foi ter feito comédia.

Como meu querido amigo Paulo disse: estou vivendo um caso de amor com Studio 60… E dos melhores! Tenho a sensação que ele me fará feliz ainda muitas e muitas vezes. E também me encantará. E também me emocionará. E também me fará chorar. Como diria a Thata: abraçada a minha televisão.

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Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. Essa cena final dos três ouvindo o velhinho contar suas histórias foi das coisas mais envolventes que já vi em seriados. Como vc disse,foi de encantar e de um encantamento quase mágico!

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  2. Realmente, Studio 60 é apaixonante. Eu não cheguei a chorar, mas com certeza fiquei emocionada no final.

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  3. Assisto Studio 60 cheia de tristeza, pois, sei que foi cancelada. Assinei a petição e vou torcer para que dê certo, embora meio descrente…

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