Studio 60: The West Coast Delay (1×04)

Os simples mortais, todos os dias, semanas ou meses, repetem seu trabalho. Na maioria das vezes isso significa fazer as coisas da mesma maneira, mesmo quando uma situação nova aparece.

No caso de Matt e os demais profissionais de Studio 60 é preciso fazer justamente o contrário: a cada semana entregar algo totalmente novo, diferente, inovador e engraçado. Por mais prosaicas que sejam suas vidas, com desilusões e medos. E Matt, no caso, está bastante desiludido.

Tentando ajudar a ele e a si própria, Harriet tem a idéia de dar um presente não romântico ao ex-namorado: um taco de beisebol. A idéia não poderia ser mais infeliz: um taco recebido de um jogador de beisebol com quem ela está saindo, que ela convidou para assistir o show e que escreveu seu telefone no taco (Pelo menos não é uma bola de beisebol!).

Matt entra em parafuso, acaba ouvindo quem não deve, e vai atrás de uma bota de um dançarin, pede que ela coloque o seu telefone na bota para fazer ciúmes em Harriet. Importante foi ele ter tomado consciência do que estava fazendo ainda em tempo de evitar o papelão. Resolve, sozinho, agarrar Harriet e acaba com a enrolação. Pena que o jogador chegou antes e nada pior do que ver a pessoa que se ama sendo beijada por alguém mais bonito, mais alto e, em termos, mais bem sucedido que você. Nada preparar você para esse tipo de choque.

No show as coisas parecem bem, um sucesso. Matt até deixa que os demais produtores preparem algo, de 90 segundos, para ir ao ar. A piada funciona e ele até se surpreende. Não tanto quanto Danny, quando uma jornalista da Vanity Fair que está fazendo um artigo sobre o show, mostra a ele um comediante contando a mesma piada, em um vídeo de mais de um ano.

As reações da equipe de produção soam sim um pouco improváveis: fazer a coisa certa, colocar um pedido de desculpas no ar, uma nova piada. Mas também parecem perfeitas: por saber as dificuldades de fazer piadas novas, do trabalho que isso dá, eles respeitam o cara que realmente inventou a piada.

Parte do país já está perdido, o jeito é colocar todo mundo de volta no estúdio e passar ao vivo apenas o trecho da piada, o que só é possível graças a diferença de horário entre os extremos do país, o que causa um delay entre as transmissões.

Os momentos finais do programa são uma perfeição: a corrida para a contagem de tempo, o pedido de desculpas, o novo pedido quando o cara que achavam que era o autor da piada diz ter roubado a piada de outro, o momento em que descobrem que a piada é deles mesmos, de anos atrás, que eles não plagiaram nada, as várias entradas no ar, a platéia “catada” na rua, a cara do apresentador do quadro, o cartoon colocado no ar como parte da piada. Tudo foi demais de se ver.

Você sabe que uma série é boa mesma quando ela te envolve de tal maneira que você vive todas aquelas emoções junto com eles, como se estivesse acontecendo naquele instante.

Ahhh, e Amanda Peet finalmente me convence em seu papel: ela chegou onde chegou, tão cedo, por saber deixar as pessoas certas tomarem as decisões certas. Ela sabe delegar, risos. Ahh, e ela e o Jack ao telefone sempre vale. Suas respostas não devem nada ao resto do elenco.

Studio 60 emplaca quatro episódios perfeitos em quatro. Continuo esperando alguém me dar o box!