Anjos e Demônios – O filme é melhor que o livro?

anjos-e-demonios

A despeito do bico enorme do maridão, Carol, após corte de cabelo fashion, foi para a casa dos meus pais no último fim de semana curtir um pouco de suas férias longe da escola – é dura essa vida, afinal, precisamos trabalhar e não tenho muito escapatória a não ser deixá-la no clube de férias, vida de profissional liberal não é nada fácil – e aproveitamos a primeira tarde de domingo sozinhos em quase seis anos e fomos ao cinema.

2009-07 (jul)

A escolha não foi das mais fáceis, confesso que depois de uma safra muito boa de filmes, a grade atual não me atrai muito e não tinha nenhum filme que eu realmente quisesse ver, até que achamos uma sala do cinema do Shopping Bourbon ainda exibindo Anjos e Demônios, adaptação do livro de Dan Brown que já lemos há vários anos – bota vários nisso.

Eu e o maridão já havíamos gostado da adaptação para Código Da Vinci. Não, não foi nenhum “filmaço”, mas era divertido e foi uma boa versão para um livro de que gostamos.

Anjos e Demônios se saiu muito melhor e fiquei bastante surpresa quando, após enviar uma mensagem no Twitter declarando ter gostado mais do livro que do filme, várias amigas comentaram preferiri o livro ao filme.

Eu gostei mais do filme porque: todos os excessos do livro foram retirados, tornando a história mais rápida, com mais ação; a solução dado para o final, fugindo do impossível final do livro, foi bem interessante; o elenco foi muito bem escolhido, não falo mal de ninguém.

Também achei que a dupla Tom Hanks – sem o cabelo ridículo – e Ayelet Zurer funcionou bem melhor que a anterior, por mais que eu adore Audrey Tatou, e, se eu não tivesse lido o livro, Ewan McGregor até teria me enganado por boa parte do caminho.

anjos-e-demonios 2

A @MicaRM disse gostar mais do livro porque o filme foi superficial. Eu encaro livros e filmes de forma diferente, se não jamais gostaria de filmes. O meio é diferente, exige velocidade diferente e o tempo é limitado. Sendo assim, eu não me importo de ver certas coisas de forma superficial.

Eu sai encantada do cinema, praticamente não respirei enquanto eles corriam de um lado ao outro do Vaticano. Sai do cinema com uma vontade absurda de ir até lá e passar por todas as igrejas visitas, ver aquelas lindas estátuas.

*********

Se o filme foi bom a experiência no cinema do Shopping Bourbon nem tanto. Foi nossa primeira vez por lá, costumamos ir nas salas Cinemark dos Shopping Villa Lobos e Eldorado, e não sei se teremos uma segunda:

– A sala em que o filme era exibido, de número 08, é muito pequena e as fileiras de cadeiras encontram-se em posição diferenciada em relação a tela, ou seja, o meio da fileira não fica no meio da tela;

– As cadeiras não são numeradas e relembreis os tempos de filas enormes 40 minutos antes do filme começar, horrível; no caso de Anjos e Demônios a fila era pequena, mas fiquei com pena do pessoal na fila de A Era do Gelo 03, ainda mais por estarem com crianças;

– A pipoca foi a pior que comi em minha vida. Verdade. Sem brincadeira. E olha que ela havia sido feita pouco antes de a recebermos. Murcha e fria, sem manteiga e sem sal. Um vizinho de cadeira ainda fez o favor de colocar molho de pimenta na dele e passei o filme todo com o cheiro me incomodando;

– A Coca-cola deveria proibi-los de vender seus refrigerantes. Sei que refrigerante de post-machine não é a mesma coisa, mas Coca sem gás ninguém merece;

– As cadeiras são muito pequenas e o espaço entre as fileiras menor ainda.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. Si, por pura preguiça, vou colar o comentário que eu fiz quando a Lola criticou Anjos e Demônios, ok? Só farei um ou outro ajuste para se encaixar ao momento atual ^_^. (vale lembrar que a Lola não tinha lido o livro, por isso minhas explicações mais detalhadas das diferenças).

    Eu achei o filme muito bom, para mim que terminei de ler o livro coisa de 5 dias antes de assisti-lo, foi raiva pura. Deus amado, não gosto de ser purista, mas xinguei o filme inteiro as gigantescas mudanças.
    A Vittoria no livro é filha do cientista (que também é padre) e só os dois sabem que a antimatéria existe, não um bando de cientista. (embora na minha opinião ela seja quase tão inutil no livro quanto é no filme…só um pouquinho menos).
    E aqui devo dizer que eu concordo com você, Si. A atriz funcionou muito melhor do que a anterior (que eu achei apagadésima em O Código da Vince).
    No livro quem chama o Langdon é o cientista chefe do CERN que tem participação importante na trama, e o primeiro cientista morto tem a marca ILLUMINATI no peito.
    No livro não tem essa história de bateria que pode ser trocada e achei essa idéia do filme muito tosca.
    No livro o povo não vê o para-quedas, o que torna tudo mais miraculoso e mais de acordo com o espírito da proeza do Camerlengo.
    No livro tem uma cena fantástica (e quase miraculosa) com o Langdon no final que cortaram completamente no filme e que embora tenha funcionado relativamente bem (justamente por ser mais pé no chão), tirou aquele momento único que foi o Langdon entrando no helicoptero e principalmente ele descobrindo que o Camerlengo não era tudo aquilo que se pensava.
    No livro o Olivetti é o Diretor da Guarda Suíça e não o outro cara (na verdade o outro cara é o segundo em comando). Não entendi porque raios fizeram essa alteração.
    No livro o Assassino é mau caráter mesmo, dado a gostos estranhos e atitudes nada humanas com mulheres que consegue submeter. O cara no filme é tão bonitinho e com carinha plácida que eu quase torci por ele. Sem falar que no filme ele tem toda uma moral, só mata quem tem que matar e não qualquer um.
    No livro o Langdon é obcecado pela Vittória e, bem, essa foi uma mudança que eu gostei. Aquela obsessão toda me irritava profundamente. No filme eles são mais independentes e por isso a coisa toda fluiu bem melhor. Por outro lado, Vittoria se tornou ainda mais inútil como personagem do que ela já era no livro.
    No livro a escolha papal é diferente e faz muito mais sentido.
    No livro o Camerlengo é muito melhor desenvolvido (embora eu tenha lido já sabendo que ele seria interpretado pelo Ewan, então era ele quem eu imaginava ao ler ^_^).
    Uma grande mudança, mas que eu gostei, foi a forma como eles alteraram sutilmente a personalidade do Camerlengo. No livro ele em certo ponto parece meio lunático, meio fora de si. Quando eu li eu lembro de ter pensado que seria bem mais legal se o cara fosse racional do início ao fim e isso o filme fez. É bem verdade que para dar essa racionalidade ao personagem acabou deixando de fora alguns dados sobre ele que eram interessantíssimos (como a paternidade, a relação com a mãe e afins), mas pelo menos ele pareceu uma pessoa sob total controle de seus atos do início ao fim, e disso eu senti falta no livro.

    No filme eles cortaram praticamente toda a participação importante da imprensa (mais especificamente dos dois repórteres da BBC). A cena em que o Camerlengo discursa para os cardeais, é na verdade um discurso que ele faz para a imprensa, mas na frente dos cardeais. Ele admite que estamos numa nova era, na era da ciência, mas mostra um outro lado de forma tão brilhante que até eu me convenci com os discursos dele (foram dois no livro).
    Esta mesma cena no filme ficou absurda. Imagina se eles iriam aceitar um fedelho como o Camerlendo adentrar uma sala selada apenas para fazer um discurso que eles já estavam carecas de saber.
    O filme também peca em fazer do tal cardeal que está coordenando o Conclave (e que no livro é o futuro Papa) alguém tão ferrenho e cheio de fé. No livro ele acredita na igreja, é claro, nos ritos e tal, mas fé é algo que o homem definitivamente não tem. Sem falar que no livro os cardeais são trancafiados sem saberem de nada que está acontecendo no Vaticano. Não tem aquela ‘fé’ e confiança em Deus que tentam demonstrar no filme não.
    E no livro tem aquele lance que eu achei super legal que foi o fato de tecnicamente o Camerlengo ter sido Papa por um curtíssimo período de tempo, embora não soubesse (e que foi suprimido no filme), o que tornou legítimo o fato de ter sido enterrado na mesma cripta dos Papas (e junto com o seu pai legítimo). Isso foi ignorado no filme e era uma coisa que eu tinha adorado. Aliás, a morte do Camerlengo no livro é bem mais legal e deixou um ar de mistério onde as pessoas não sabiam se ele tinha sido queimado ou levado por Deus, que era basicamente o efeito que ele queria provocar mesmo. Tudo isso se perdeu no livro.
    E o que foi essa tolice de deixarem o último Cardeal vivo para poder ser o Papa? Odiei! Eu tinha adorado o fato dos quatro terem morrido e do Camerlengo ter praticamente vencido (especialmente porque seu objetivo foi alcançado, embora não estivesse vivo para usufruir dele). Dá um tom diferente.

    Só para finalizar…o Tom definitivamente nao é meu Robert Langdon. Eu imagino o cara muito mais bonito e um tantico mais novo (ele tem mais de 40, mas não muito mais, e o Tom tem uma cara muito acabada para o personagem).
    Ah! E o destino do livro de Galileu é outro no livro também…muito menos glamouroso eu diria, já que ele é destruído no lago.

    Enfim, o filme foi bom. Foi bem melhor que Código, bem mais ágil e emocionante, mas por outro lado foi bem inferior ao livro e cheio de inconsistências.

    Responder

    1. Absurdo de comprido o comentário, risos, eunão consigo nem processar uma resposta.
      Talvez seja por culpa de duas coisas essa nossa diferença de opinião: eu li o livro anos antes do filme, o que gera certo desprendimento, depois, eu olho livros e filmes de forma diferente, não espero o mesmo dos dois e, neste caso, o filme funcionou melhor que o livro.

      Responder

Deixe uma resposta