Cinema: Ghostbusters: Mais Além

Quando começa Ghostbusters: Mais Além, lançamento Sony Pictures Brasil que chega aos cinemas no próximo dia 18 de novembro, é fácil voltar diretamente para o clima dos dois primeiros filmes dos anos 80, quando os primeiros Caça-Fantasmas enfrentaram legiões de fantasmas e o temível Gozer para proteger Nova York e o mundo das ameaças sobrenaturais.

Passados mais de 30 anos, o novo filme já começa em ritmo de ação: em uma perseguição, um homem corre de algo que não podemos ver, mas que faz um barulho bestial. Em instantes vemos que ele segura uma armadilha para fantasma e aquela pequena chama da nostalgia surge. O plano pode dar errado, mas nós já fomos pegos.

O filme então pula para a história central: Callie (Carrie Coon) é uma mãe solteira que cuida de seus filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (Mckenna Grace). Trevor é aquele adolescente no caminho certo para virar um babaca e Phoebe uma pré-adolescente fascinada por ciência.

Despejados de sua casa, a família segue para a pequena cidade de Summerville, onde a fazendo deixada pelo pai de Callie, recentemente falecido, os espera. Aquela cidade do interior bem do interior, o que para Trevor significa uma pena de morte e que não faz diferença para Phoebe, cuja falta de habilidade social já a mantém isolada mesmo em uma cidade com milhões de habitantes.

Antes mesmo de chegar a nova casa, Trevor encontra na lanchonete local um interesse, a atendente Lucky (Celeste O’Connor), e um emprego para o verão e eles até acreditam que isso seja um bom sinal. Pelo menos até descobrirem que o pai de Callie era conhecido como o louco da cidade e que a casa, caindo aos pedaços, faria inveja da família Addams.

São pilhas de livros sobre fantasmas e deuses antigos, números nas paredes, uma bagunça generalizada. É em meio a esse caos que vemos um rosto conhecido: Jeanine Melnitz se apresenta como uma velha amiga do pai de Callie, que o ajudava a pagar as contas quando as coisas ficaram realmente complicadas. Impossível não soltar um sorriso na cadeira.

Um personagem novo também consegue despertar nossa simpatia: o professor Mr.Grooberson (Paul Rudd), que conduz o programa de ciências durante as férias da escola local. É no programa que Phoebe conhece Podcast (Logan Kim), um garoto que possuiu seu próprio podcast sobre misticismo, teorias da conspiração e review de restaurantes.

Claro que Phoebe e Mr.Grooberson acabam ficando próximos e serão os dois que, após um terremoto, notam que realmente tem algo muito estranho na cidade e que esse algo pode estar relacionado aos fantasmas que dominaram Nova Iorque nos anos 80, aqueles enfrentados pelos Caça-fantasmas originais.

Vale destacar a atuação de Mckenna que conseguiu passar toda a carga emocional de alguém que é considerado desajustado em relação ao “padrão” de comportamento. Finn Wolfhard, que parece saber bem escolher muito bem seus projetos, ao mesmo tempo em que tem a cara do adolescente mais babaca, mostra ser o tipo de irmão que não hesita quando sua irmã precisa de ajuda.

Paul Rudd, o melhor amigo de todo mundo, serve muito bem como âncora entre passado e o presente dos Caça-Fantasmas, tornando tudo mais engraçado e muito gratificante de assistir.

O filme não economiza em referências aos filmes antigos, são muitas as participações especiais e elas são bem exploradas, tornando Ghostbusters: Mais Além um dos filmes que mais divertidos neste ano.

E um filme que merece ser visto nos cinemas, nem que seja apenas para escutar em alto e bom som a sirene do Ecto-1. Eu com toda a certeza vou assistir novamente.

Escrito por Thiago Almeida

Thiago F Almeida é professor de historia, escritor, podcaster no Aliança Intergalactica e host do Falando Sirius.

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