FOX Premium: The Hot Zone: A História da Ebola

Nas cenas iniciais de The Hot Zone: A História do Ebola, minissérie do National Geographic que estreou por aqui em maio, somos levados para o Quênia, onde uma série de mortes em um hospital, claramente despreparado para o que acontecia, significava a evolução de um vírus capaz de matar 90% das pessoas contaminadas.

Nove anos depois o ebola chegaria aos EUA junto com alguns primatas trazidos ao país para um centro de pesquisas. Após a primeira morte amostras de tecido são enviadas para Nancy Jaax (Julianne Margulies) tenente-coronel do USAMRIID, as instalações mais importantes do Exército americano para a investigação defensiva de medidas preventivas contra a guerra biológica, localizadas a poucos quilômetros da capital.

Apesar do envio, a grande verdade é que os responsáveis pelo centro de pesquisa achavam que se tratava de apenas mais algum tipo de gripe primata.

O mesmo acontece dentro da USAMRIID, onde o doutor Peter Jahrling (Topher Grace) e seu assistente Ben Gellis (Paul James) tratam a amostra com o mínimo de cuidado possível em um centro de estudo de doenças como aquele.

A única pessoa a acreditar que se trata de algo mais sério é Jaax, que no passado trabalhou com Wade carter (Cunningham), um especialista que enfrentou o ebola no Quênia e que está afastado desde então – e que é visto como um alarmista pela maior parte de seus colegas incluindo o coronel Vernon Tucker (Robert Wisdom), que acredita que Jaax pode estar exagerando.

Para quem assistiu à Chernobyl (minissérie maravilhosa da HBO) o sentimento ao assistir The Hot Zone é bastante parecido: podemos até conhecer o final da história, mas isso não impede de ficarmos cada vez mais aflitos a medida que testemunhamos o descaso e falta de seriedade com que as coisas são tratadas. E você também descobre que mentir para a imprensa e esconder sua própria incompetência não é exclusividade das autoridades russas.

A minissérie é baseada no livro de mesmo nome de Richard Preston e trata de fatos reais. Focando principalmente no papel heroico que Nancy e seu marido, Jerry Jaax (na série interpretado por Noah Emmerich), tiveram no episódio, quando ambos se expuseram à contaminação na tentativa de evitar que o surto se espalhasse pelo país.

Para que o público pudesse entender o que isso significaria o roteiro da série entrelaça os acontecimentos de 1970, quando Carter e seu colega Travis Rhodes (D’Arcy) estavam no Quênia, sem a mínima ideia do que eles enfrentavam, e a luta de Nancy e Jerry em solo americano.

Algumas cenas definitivamente são mais aflitivas que outras, como quando Nancy e seu assistente estão na zona de isolamento mais pesado e ela pode ter se contaminado ou quando Carter e e Rhodes vêem o que aconteceu com as pessoas do hospital local que entraram em contato com o doente número um, e servem como lembrete para que algo parecido não seja tratado com as mesma leviandade.

O roteiro tem alguns problemas de roteiro, provavelmente efeito da preocupação em mostrar procedimentos da unidade do exército de forma detalhada, mas nada sério, tanto que funciona bem em ritmo de maratona.

Margulies merece o destaque que recebeu da crítica por sua Nancy: dividida entre sua obrigação como cientista, sua lealdade com o país e seu amor por sua família ela demonstra claramente a dificuldade de tomar certas decisões ao mesmo tempo em que jamais perde sua força. Querendo ou não, algo ainda mais adequado a tempos como os nossos, em que falamos cada vez mais de mulheres em posições de decisão e mudança.

The Hot Zone: A História de Ebola está disponível para assinantes do canal National Geographic através do aplicativo FOX Premium para smart tv, celular e tablet.

Ficha técnica: produção executiva de Lynda Obst da Lynda Obst Production; Ridley Scott, da Scott Free Production; e David Zucker, Kelly Souders e Brian Peterson. Michael Uppendahl também são produtores executivo. Jeff Vintar é produtor co-executivo. Para a National Geographic, Carolyn G. Bernstein é vice-presidente executiva e diretora de desenvolvimento e produção de espaços com script em todo o mundo. A série é produzida pela Fox 21 Television Studios, pela Lynda Obst Productions e pela Scott Free Productions.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

Deixe uma resposta