Na Moscou dos anos 80, Anna (Sasha Luss) é uma garota predestinada ao fracasso, à dificuldade. Perdeu o pai, mais um no exército russo, e a mãe em um acidente de carro, escolheu errado o namorado e não concluiu os estudos. Sem dinheiro e sem perspectiva ela resolve preencher uma ficha de inscrição para a marinha enquanto o namorado planeja o próximo golpe.
Essa atitude mudará sua vida, mas não da maneira como ela esperava. E se você pensou em Nikita – Criada Para Matar, você tem motivos: Anna – O Perigo Tem Nome é mais um filme de Luc Besson em que temos como protagonista da história uma linda mulher, capaz de tudo ganhando uma nova vida.
E, desta vez, a protagonista ganha o rosto da atriz e modelo russa Sasha Luss, lançada no cinema pelo próprio Besson em um pequeno papel em Valerian e a Cidade dos Mil Planetas.
Se Valerian foi visto como um capricho do diretor, um fracasso de público e crítica que ao menos serviu para mostrar que o homem que criou O Quinto Elemento ainda está lá, Anna significa voltar para o terreno seguro: um filme de muita ação, com cenas de luta bem coreografadas, várias reviravoltas e uma mocinha sempre com a mesma expressão.
Produzido em 2017, o filme teve sua estreia adiada por conta do lançamento de Red Sparrow, com o qual poderia ser facilmente comparado, afinal as histórias são mesmo parecidas. E Red Sparrow tinha um orçamento maior e uma estrela de primeira grandeza no papel principal. Anna também poderia ser comparado com Atomica, com quem divide a década em que a história se passa e que tem outra estrela oscarizada de peruca loira.
Pois bem, ainda que não tenha o orçamento de Red Sparrow, acerta mais que este com uma protagonista que fala russo em boa parte das cenas e que, quando fala inglês, mantém o sotaque nas demais (adoro a Jennifer, mas, gente, eu passei mais tempo contando em que cenas ele perdia o sotaque do que qualquer outra coisa). E, em comum com Atomica, tem um elenco de apoio ótimo: Helen Mirren, Cillian Murphy e Luke Evans dividem o tempo de tela em papéis que nos deixam em dúvida sobre quem é vilão, quem é mocinho. O tempo todo.
Ainda que em alguns momentos o roteiro pareça exagerado demais – menos pelos atributos que concede à protagonista, mais pela sua visão do que o mundo real seria, como quando retrata o mundo da moda de forma caricata -, o pacote completo oferece duas horas de grande entretenimento escapista: como não adorar quando Anna quebra a cara de todo mundo usando qualquer coisa que tenha a mão, em uma versão de saltos de John Wick?
E, não menos importante, se o roteiro de Besson peca pelo excesso aqui e ali, ele também monta um interessante jogo com a audiência – que pode parecer simples para alguns, mas serve na medida para as duas horas fora da realidade que citei acima e que funciona melhor que em Atomica, onde as coisas por vezes ficam complicadas demais para sequer serem explicadas e você perdoa as pontas soltas porque se divertiu.
Ah, estrelas extras pela cena de ação ao som de I Need You Tonight do INXS.
Anna – O Perigo Tem Nome chega aos cinemas na quinta-feira dia 29 de agosto com distribuição Paris Filmes. Nesta semana ainda nos dias 22 a 25 é possível assistir antes em pré-estreias pagas nas grandes redes de cinema.
Sinopse – Anna – O Perigo Tem Nome
Por trás da beleza marcante de Anna Poliatova há um segredo que irá expor sua indestrutível força e habilidade para se tornar uma das assassinas mais temidas do mundo. Uma eletrizante e emocionante viagem repleta de energia, reviravoltas surpreendentes e ação de tirar o fôlego. ANNA apresenta Sasha Luss na personagem que dá nome ao filme e traz um elenco com várias estrelas, incluindo a vencedora do Oscar Helen Mirren, Cillian Murphy e Luke Evans.
