Aziraphale (Michael Sheen) e Crowley (David Tennant) cultivaram um relacionamento único ao longo de 6.000 anos, desde que Crowley tentou Eva com a maçã e Aziraphale, chateado pelo primeiro casal ser expulso do paraíso, cedeu sua lança de fogo para que eles pudessem enfrentar os perigos que encontrariam pelo caminho.
Desde então os dois, em missão na Terra a serviço do céu e do inferno, respectivamente, foram se encontrando em grandes momentos da história… E em não tão grandes momentos apenas para dividirem comida e vinho – os melhores motivos para continuarem por aqui.
Ainda que, tecnicamente, estivessem em lados opostos do conflito entre bem e mal, os dois desenvolveram uma curiosa amizade que é o coração de Good Omens, livro de Neil Gaiman e Terry Pratchet, agora adaptado para a telinha – um sonho que Terry, falecido em 2015, infelizmente não pode ver realizado (ainda que Gaiman tenha colocado o chapéu do autor junto a um grande balde de pipoca em uma das cadeiras na premiere do show em Londres).
A adaptação, realizada pelo próprio Gaiman, não poderia ter sido melhor feita: vários diálogos foram mantidos idênticos aos do livro e a força principal dele, a relação de seus personagens principais, ganhou mais espaço. Sim, cortes tiveram de ser feitos de maneira a fazer o material caber nos seis episódios da minissérie.
A história começa quando Crowley procura por Aziraphale após receber a missão de entregar o bebê anticristo à sua nova família. A entrega marca o início da contagem regressiva para o fim do mundo, marcado para o 11º aniversário do menino. Como nenhum dos dois tem qualquer intenção de deixar a Terra – a comida e o vinho, lembram? – eles fazem o acordo de influenciar o menino na mesma medida e assim garantir que ele seja apenas um garoto normal.
E, neste período, vão precisar mentir para os respectivos superiores – o arcanjo Gabriel (Jon Hamm) e Belzebu (Anna Maxwell Martin).
Ah, esqueci de contar: quem narra toda essa história para nós é ninguém menos que Deus (na perfeita voz de Frances McDormand).
Para quem leu o livro algumas coisas ganham charme extra: as maldades de Crowley foram atualizadas e ele se tornou o criador da selfie, enquanto o fato dele ouvir Queen em seu carro cai como uma luva em tempos em que elas se tornaram clássicos atemporais (na época do lançamento do livro a escolha delas foi porque era impossível não ouvir as músicas do grupo nos anos 80).
A série tem produção caprichada, clima ótimo, diálogos inteligentes, é divertida, tem fotografia linda, bons efeitos especiais e um elenco de apoio que funciona, mas claro que o destaque vai para Sheen e Tennant, cuja química nos faz pensar que eles realmente tem uma amizade de seis mil anos – e imaginar o quanto esses dois se divertiram neste trabalho.
Imperdível (devorei todos os episódios na sexta mesmo). Vai lá e depois me conta.
P.S. Todos os episódios de Good Omens estão disponíveis no Prime Vídeo, serviço de streaming da Amazon, e podem ser assistidos através de aplicativo para Android e iOS ou pelo navegador de internet.
P.S. do P.S. Para quem é usuário do Tumblr, a plataforma foi invadida pelos mais deliciosos GIFs e citações da minissérie. Me segue por lá que estou compartilhando tudo (um tanto obcecada, ela).
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Eu adorei !
É tudo isso sem tirar nem por, divertida demais, só não fiz maratona hoje pois fiz outra maratona, assisti The Hot Zone.
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Fiquei extremamente interessada. Parece ótima! Obrigada Simone. Adoro seus Posts!
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Vi tudo no sábado passado e pretendo rever sábado que vem, de tanto que amei!